Day Mesquita fala de experiência ao interpretar ex-vedete em “Tudo de bom” e trabalho na série “Caminhos”

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Day Mesquita (Luizclas)
Day Mesquita (Luizclas)

Após encantar o público em dose dupla com a reprise de “Cheias de Charme” e uma participação em “Família é Tudo”, Day Mesquita se prepara para estrelar duas novas séries de gêneros opostos: “Tudo de Bom”, onde interpreta uma ex-vedete em busca de divórcio, e “Caminhos”, onde viverá uma personagem com esquizofrenia, em trama inspirada em fatos reais. Com uma carreira diversificada, que inclui prêmios e colaborações internacionais, a atriz concilia a vida profissional com o ativismo pelo veganismo e a maternidade.

Como foi a experiência de interpretar uma ex-vedete em “Tudo de bom”, um papel que parece trazer tanto humor quanto profundidade emocional?

A Simone começa a série em busca de oficializar o divórcio com seu marido, Tony Mantovani. Aos poucos, em cada episódio, podemos conhecer um pouco mais da verdadeira personalidade dela. Foi um trabalho que adorei fazer! O Ajax Camacho, nosso diretor, me convidou para a série, e fiquei superanimada, pois já tinha trabalhado com ele outras vezes e admiro muito a forma como conduz a direção. Ajax é um diretor focado no ator: ele gosta de direcionar, observar, instigar e impulsionar nossa atuação para caminhos que fogem da obviedade. Simone não é uma personagem cômica, mas em algumas cenas, talvez surjam situações com um toque mais leve nesse sentido.

A série “Caminhos” aborda temas delicados como a esquizofrenia. Como você se preparou para viver uma personagem com esses traços e quais foram os principais desafios ao construir essa personagem?

Nesse projeto, eu não tive muito tempo de preparação antes do início das gravações, então foquei intensamente no texto e nas conversas com Ângela Sirino, psicanalista cujas histórias reais de consultório inspiraram a série. De forma clara e direta, Ângela trouxe explicações valiosas que me enriqueceram com informações e imagens, e que me ajudaram a compor essa personagem.

Acredito que o maior desafio é entregar uma interpretação com a dose certa de sensibilidade e cuidado extra ao retratar um assunto tão sério e que merece respeito, pois trata de uma condição que afeta muitas pessoas na realidade, que inclusive sofrem com estigmas e estereótipos limitantes.

Sua carreira é marcada por uma variedade de papéis intensos. Como você equilibra a leveza e a seriedade entre produções como “Família é Tudo” e “Caminhos”?

Tem personagens que realmente me fazem transitar por energias mais densas. Nesses momentos, fora do trabalho, procuro o equilíbrio em atividades que gosto e que me desconectam da personagem, me trazem de volta a uma energia mais alinhada com a minha. Já as personagens de natureza mais leve são, nesse aspecto, bem mais “tranquilas”.

Day Mesquita (Luizclas)
Day Mesquita (Luizclas)

Além da atuação, você tem uma longa história de envolvimento com o veganismo e causas ambientais. Como essas questões influenciam suas escolhas no trabalho e na vida pessoal?

Sou vegetariana há mais de 10 anos. Minha causa é animal, mas entrar nesse universo me trouxe muito mais conhecimento e clareza não só sobre os direitos dos animais, mas também sobre saúde e alimentação, além das questões ambientais. Isso, naturalmente, reflete em minhas escolhas pessoais. Antes, por exemplo, eu não comia carnes, mas ainda consumia peixe; foram 8 anos com essa alimentação pescetariana, e acredito que tudo o que aprendi ao longo desse tempo me ajudou a parar de comer peixe e me tornar vegetariana. No trabalho, isso influencia especialmente o lado das minhas redes sociais, que são uma vertente do meu trabalho e uma ferramenta que uso para dar voz a essa causa, parte da minha vivência.

Recentemente, você se tornou mãe e tem conciliado sua carreira com a maternidade. Como essa nova fase de vida impactou sua abordagem ao trabalho e à sua rotina?

A maternidade mudou muita coisa. É realmente uma experiência maravilhosa, intensa e complexa, e não há como não se modificar de alguma forma diante de tudo isso. A rotina, especialmente no primeiro ano do bebê, passou a girar em torno das necessidades dele. Contudo, eu tenho no pai do Dom, o Pedro, um verdadeiro parceiro nos cuidados com ele, e ainda tenho o privilégio de contar com o apoio da minha mãe e do meu padrasto, o que me permitiu manter a mente aberta para as oportunidades de trabalho que surgissem. Aproveitei ao máximo aquele momento ao lado dele. Agora que ele já está na escolinha, falando tudo e se tornando um pouco mais independente, consigo organizar melhor minha rotina, equilibrando trabalho e vida pessoal.

Sua participação em campanhas como “Abril Vegano” reflete uma forte dedicação ao ativismo. Qual foi a principal motivação para se tornar embaixadora da Sociedade Vegetariana Brasileira?

Recebi um convite da minha amiga e também atriz, Dani Moreno, durante as gravações de “Amor Sem Igual”, para participar de uma segunda-feira sem carne. Naquele momento, eu era pescetariana, mas abracei a proposta da segunda-feira vegana. Após isso, a SVB me convidou para ser embaixadora da causa. Essa é uma luta que faz parte da minha vida e da minha rotina; falar sobre isso no meu círculo de amigos e nas minhas redes sociais já era algo que eu fazia. Por isso, aceitei com alegria o convite para seguir nesse movimento. É uma causa que me toca profundamente, pelo amor que tenho aos animais e pelos benefícios que o vegetarianismo e o veganismo trazem para a saúde e para o meio ambiente. Se eu puder ajudar a disseminar mais clareza e conhecimento, e inspirar as pessoas a refletirem sobre o assunto e, quem sabe, experimentarem uma nova forma de alimentação, ficarei muito feliz.

Day Mesquita (Luizclas)
Day Mesquita (Luizclas)

Você já deu aulas voluntárias de ballet para crianças carentes. Como essa experiência influenciou sua visão sobre a arte e seu papel como atriz na sociedade?

A arte tem o poder de ampliar horizontes e transformar tanto aqueles que a consomem como espectadores quanto aqueles que a praticam. A dança foi a primeira forma que encontrei para me expressar e mergulhar em sensações e vivências que sentia faltar em mim. Posteriormente, descobri nas artes cênicas algo além, o que acredito que sempre busquei como caminho, talvez de forma inconsciente naquele momento. Poder mostrar e ensinar algo a alguém é sempre valioso e potente; aprendemos ainda mais quando passamos nossos conhecimentos adiante, especialmente no contexto de um movimento artístico, que considero primordial na formação do ser humano e no nosso desenvolvimento como sociedade. Quando dei aulas como voluntária, percebia, no dia a dia, o desenvolvimento e a transformação dessas crianças e jovens em termos de motivação e segurança ao descobrirem uma nova paixão ou algo que passaram a adorar fazer. Isso me fez perceber, desde cedo, o poder que a arte exerce e a capacidade que cada um de nós tem de fazer a diferença na vida de alguém. As aulas de balé que ministrei como voluntária não se limitavam a ensinar dança e um movimento artístico; tinham como objetivo criar ferramentas que pudessem trazer transformação na vida delas.

Com a estreia de duas novas séries e sua participação em “How to be a Carioca”, o que o público pode esperar de você nas telas nos próximos meses?

Em “Caminhos”, vivo a Mariana, que sofre de surtos psicóticos e busca ajuda da psicanalista Ângela Sirino. É uma série baseada em fatos reais, com histórias densas de personagens como ela. Já em “Tudo de Bom”, dou vida à Simone Mantovani, uma ex-vedete que inicia a série buscando oficializar o divórcio de seu marido, Tony Mantovani, um compositor que enfrenta um bloqueio criativo. A trama se passa nos anos 80, mesclando situações de um humor sutil em uma história envolvente, com um toque de mistério. As duas séries são bastante diferentes uma da outra, então acho que o público pode esperar obras interessantes, mas bem distintas.

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