Daniel Handler é o autor de sete romances, incluindo “Why We Broke Up”, “We Are Pirates”, “All The Dirty Parts” e, mais recentemente, “Bottle Grove”.

Como Lemony Snicket, ele é responsável por inúmeros livros para crianças, incluindo a série de treze volumes “A Series of Unfortunate Events”, a série de quatro volumes “All the Wrong Questions” e “The Dark”, que ganhou o Charlotte Zolotow Award. O primeiro livro do Sr. Snicket para leitores de todas as idades, “Poison for Breakfast”, foi publicado pela Liveright/W.W. Norton em 2021.

Handler recebeu encomendas da San Francisco Symphony, Berkeley Repertory Theater e da Royal Shakespeare Company, e colaborou com a artista Maira Kalman em uma série de livros para o Museum of Modern Art em Nova York, bem como com os músicos Stephin Merritt (do Magnetic Fields), Benjamin Gibbard (do Death Cab for Cutie), Colin Meloy (do Decemberists) e Torquil Campbell (do Stars).

Seus livros venderam mais de 70 milhões de cópias e foram traduzidos para 40 idiomas, além de terem sido adaptados para cinema, teatro e televisão, incluindo a recente adaptação de “A Series of Unfortunate Events”, pela qual ele recebeu os prêmios Peabody e Writers Guild of America. Atualmente ele mora em San Francisco com a ilustradora Lisa Brown, com quem é casado e colaborou em vários livros, e têm um filho juntos.

Você fez parte do San Francisco Boys Chorus. Como essa experiência influenciou sua jornada artística e criativa?

O coral exigia muitos ensaios extenuantes para se apresentar em ópera no palco. Trabalho árduo e focado em prol do melodrama histérico é, claro, exatamente o escopo da minha jornada artística.

“Desventuras em Série” é uma obra única e intrigante. Como surgiu a ideia para essa série e como foi o processo criativo?

Pensei que coisas terríveis acontecendo repetidamente a crianças seriam interessantes, e um benefício colateral foi que tal projeto me obrigou a reler os clássicos da literatura gótica, bem como encontrar novas fontes de perigo que eu poderia usar e escrever na página.

O uso do pseudônimo Lemony Snicket começou como uma piada, mas se tornou parte integrante do seu trabalho. Como esse alter ego contribui para a narrativa e a interação com os leitores?

Se alguém é um leitor entusiasmado, quer participar desse espaço mágico da literatura, formado pela história e pela linguagem, um espaço imaginário que não é realista, mas parece muito real, um espaço muito mais interessante do que uma pessoa sentada em uma mesa escrevendo coisas. Gosto de estar nesse espaço e gosto de ser visitado nele.

“Desventuras em Série” foi adaptado para o cinema e posteriormente para uma série da Netflix. Como foi ver seus personagens ganhando vida nessas diferentes mídias?

Estranho. Às vezes glorioso, às vezes horrível, sempre estranho.

Lemony Snicket é uma figura intrigante em “Desventuras em Série”, indiretamente ligado à história. Pode falar mais sobre a concepção desse personagem e sua relação com os eventos da trama?

Acho que narradores são interessantes. Quanto mais alguém está contando uma história, mais você pode se perguntar sobre eles.

Você é conhecido por seu envolvimento em causas sociais e filantropia. Como a filantropia se entrelaça com sua vida e obra?

Se alguém tem a sorte de adquirir mais do que a sua justa parcela de dinheiro, deve dar um pouco a pessoas que não tiveram tanta sorte.

Existe um aspecto misterioso em torno da vida de Lemony Snicket, incluindo sua suposta morte. Isso reflete de alguma forma seus próprios interesses e experiências?

Vou morrer, e às vezes penso nisso, sim.

Você é casado com Lisa Brown, uma artista gráfica. Como é a dinâmica de colaboração artística entre vocês dois?

Gostamos de sentar e falar sobre como a arte funciona, como uma história pode ser melhorada, como um estilo de desenho ou pintura é interessante ou não. Continuamos conversando e começamos a ficar muito bobos, então é hora de cozinhar um ovo.

Além de “Desventuras em Série”, você tem planos para novos projetos literários ou cinematográficos no futuro? Pode compartilhar alguma novidade?

Estou trabalhando em um projeto de livro, um empreendimento teatral e pelo menos duas colaborações emocionantes, mas não gosto de anunciar um bebê até que ele nasça.

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