O jovem cantor Gabb MC, que conquistou corações com hits como “Luz do Luar” e “Nois é os Cara”, compartilha como a superação e o apoio familiar foram cruciais em sua trajetória. Em entrevista exclusiva, ele fala sobre suas inspirações, os altos e baixos da fama, e os desafios enfrentados por artistas jovens no cenário musical brasileiro. “Quero que minhas músicas façam as pessoas se sentirem bem e felizes”, afirma, destacando seu compromisso em conectar com fãs que enfrentam realidades semelhantes às suas.
Gabb MC, é impressionante ver como você alcançou tanto sucesso tão jovem. Como você descreveria essa jornada até aqui?
Se eu fosse descrever em palavras, seria superação. Minha família sempre acreditou em mim, independentemente do que eu fazia. Tentei jogar futebol, e meus pais sempre me apoiaram, sempre me deram o melhor. Minha mãe trabalhava como faxineira, e meu pai era caminhoneiro. Quando decidi jogar futebol, eles me apoiaram completamente. Meu pai gastou todo o salário dele para comprar chuteiras e me equipar da melhor forma possível para os treinos.
No entanto, eu percebi que o futebol não era para mim. Foi então que comecei a me envolver com a música. Na minha região, onde eu morava, havia alguns jovens que faziam batalhas de rima. Comecei a investir nisso e a querer viver meu sonho. O que descrevo é essa jornada, que ainda acho que está apenas começando, pois tenho muita coisa para viver. É superação e ver a luz no fim do túnel, porque ninguém imaginava que meu esforço daria certo. E tão jovem, já estou conseguindo proporcionar isso para minha família.
Seus hits “Luz do Luar” e “Nois é os Cara” têm sido incrivelmente populares. O que inspirou essas músicas e como tem sido a recepção do público?
Essas músicas, uma delas eu fiz com meu irmão, que é um irmão de coração com quem me identifico muito. “Nós é os Caras” foi uma música que compus na sala de casa, com aquela sede de vencer, com a vontade de ver o povo cantando minha música. E foi uma música que, inicialmente, ninguém acreditava que daria certo da forma como deu. A gente só lançou pensando que poderia ser mais uma, mas já estávamos prontos para a próxima. Quando vimos aqueles números altos e o povo cantando, foi a melhor sensação do mundo.
Com quase 1 milhão de seguidores no TikTok e mais de 2,5 milhões no Instagram, como você lida com a fama e o reconhecimento nas redes sociais?
Ah, eu acho que essa questão, graças a Deus, eu tenho que agradecer muito a ele por ter muitos fãs leais. É algo que só vem crescendo. Faz um tempo que estou na fama, mas agora também estou começando a ver os lados ruins que a fama traz. Não é só o lado bom de ser famoso. Como você mencionou, eu tinha 2 milhões e meio de seguidores no Instagram, e hoje em dia eu já tenho mais que o dobro disso. Então, acho que quanto mais a fama te persegue, mais você vê os lados negativos dela. Mas eu amo meus fãs e sei que esses números representam pessoas leais que estão comigo, que gostam de mim independente do jeito que eu sou e do jeito que eu me apresento.

Sabemos que você colaborou com grandes nomes do funk, como MC Paiva e Melody. Como foi trabalhar com esses artistas consagrados e o que você aprendeu com essas experiências?
Ah, o Paiva é um cara que eu vi, sabe, saindo da pobreza, da dificuldade, e hoje em dia eu o vejo desfilando com carros caros, tendo uma vida boa. Fico muito feliz de ver isso acontecendo. Ele é como um irmão para mim na música. Sei que ele está ao meu lado não por dinheiro ou interesse, mas pela nossa amizade verdadeira. Crescemos juntos sem ter nada, e graças a Deus, conquistamos muitas coisas, ganhamos reconhecimento das pessoas juntos. A Melody é outra pessoa incrível que eu tive o prazer de conhecer. Gravamos uma música juntos porque meu empresário também era empresário dela. Foi uma honra fazer essa colaboração.
Sua idade parece surpreender muitas pessoas. Como você acha que sua juventude influencia sua música e sua abordagem artística?
Mano, eu acho que as músicas que eu canto são um reflexo das coisas que eu vejo e vivo. Pode ser que, ao cantar uma música, eu não esteja falando sobre mim, mas sim sobre um amigo que conheci quando morava na periferia. Muitas pessoas podem duvidar que fui eu quem compôs aquela música, mas mal sabem elas que sou eu que estou passando fome, sou eu que estou vivendo aquilo, ou vendo outros viverem. Então, o que quero transmitir nas minhas músicas é essa realidade que vivemos, seja alguém que não teve sorte no amor e encontrou alguém que não retribuiu da mesma forma, ou outras situações. Minhas músicas falam de vários estilos de vida, diferentes formas de viver, e diversos personagens.
Além do sucesso atual, quais são seus planos e objetivos para o futuro da sua carreira musical?
Ah, o futuro da minha carreira musical, graças a Deus, a cada dia que passa, eu vou traçando meu caminho e coisas boas vão acontecendo. Eu me imagino bem, mentalmente equilibrado, com a minha família unida. Não quero ser o mais famoso, nem ter o maior número de seguidores. Só de ter o meu espaço e pessoas que gostam do meu trabalho, já me deixa superfeliz. Vejo-me muito bem, com minha família toda estruturada. No futuro, quero ter filhos e estar administrando minha carreira, bem como todas as coisas que o futuro trouxer.

Quais são os desafios que você enfrenta como jovem artista no cenário musical brasileiro e como você os supera?
Ah, mano, um desafio que enfrento é que, às vezes, as pessoas mais velhas não me levam a sério por eu ser mais jovem, sabe? Elas até duvidam de mim. Mas eu sigo em frente, mostrando meu talento e minha pessoa, provando que sou capaz. Graças a Deus, tenho fãs da minha idade e até mais novos, e é uma imensa satisfação os ter do meu lado, pois sei que vão crescer comigo. Então, mesmo com esse desafio das pessoas mais velhas duvidarem de mim, eu consigo provar minha capacidade de outras formas.
Como é o processo criativo para você na produção de novas músicas? Você tem alguma rotina específica ou inspiração especial?
Mano, o negócio é de Deus mesmo, sabe? Quando a gente entra no estúdio, a inspiração vem da mente e a gente só segue em frente. Colocamos em pauta o que queremos falar, o que queremos mostrar na música. É algo muito sobrenatural mesmo; do nada surge na nossa mente. Às vezes, pensamos: “Cara, como que saiu isso?” Eu mesmo não tenho um método específico para fazer uma música. Claro, pode haver algo que me inspira, algo sobre o qual eu quero falar, mas quando entro no estúdio, a ideia surge naturalmente.
O que você diria para outros jovens que sonham em seguir uma carreira na música, mas podem estar hesitantes em dar o primeiro passo?
Mano, é sobre não ter medo, persistir. Algo que não podemos ter é insegurança em nós mesmos, porque somos capazes de tudo. Se você tem a capacidade de desejar algo e sabe que pode alcançar, deve correr atrás disso, entendeu? Não pode perder tempo. Também é preciso ter muito juízo, porque o dinheiro e a fama trazem várias situações; algumas são boas, outras ruins. Então, é preciso ter uma mente boa, porque não é tão fácil como muitos imaginam. Não é só cantar, ter fãs e viver a vida que o público sugere. Existem várias dificuldades que você tem que enfrentar para superar seus desafios e alcançar suas metas.
Por fim, o que você espera que as pessoas sintam ou experimentem ao ouvir suas músicas? Qual mensagem você espera transmitir através da sua arte?
Eu quero que ela se sinta bem escutando a música, que ela se sinta feliz, que, quando estiver em um momento de alegria, coloque minha música, sabe? Para se sentir bem e gostar do que eu falo. Também quero que as pessoas que estão passando por dificuldades possam se identificar com minha música, entender o que estou vivendo. Acho que o mundo em que vivemos é muito pequeno e tem muitas pessoas que podem se identificar com nossa música, que podem ter uma rotina semelhante à nossa, mas de uma forma diferente. Às vezes, a mesma coisa que passamos, nossos fãs também passam, só que de uma maneira diferente. E, no final, o sentimento é o mesmo, sabe? Então, quero que as pessoas que escutam minha música se sintam bem e felizes. Quero que as meninas que escutam minha música se sintam as mais bonitas do mundo. É isso.
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