No esporte desde pequeno, Luca Nolasco teve seu primeiro contato com o surf ainda aos quatro anos, quando seu pai, já surfista, o presenteou com uma pranche de bodyboard em Florianópolis. Ao perceber que o filho preferia ficar em pé ao invés de deitado na prancha, o seu gosto pelo esporte aquático foi reconhecido.
Alguns anos mais tarde, o reconhecimento, tanto do atleta como de toda família, foi sendo visto pela comunidade surfista, tanto que na grande maioria das suas viagens, um dos aspectos das escolhas eram sempre por regiões de praias e ondas. Dois anos após ganhar sua primeira prancha em Florianópolis, Nolasco já estava subindo nos pódios das competições, e uma de suas mais recentes foi no Circuito ASN de 2018, realizado na cidade de Niterói, onde o atleta reside. Confira a entrevista e descubra mais sobre a história do surfista.
Surfando desde pequeno nas praias de Niterói, poderia nos contar um pouco mais sobre seu envolvimento com o esporte?
Com 4 anos, em Florianópolis meu pai me deu uma prancha de bodyboard e ao invés de surfar deitado eu tentava ficar em pé, daí ele percebeu minha facilidade e gosto pelo esporte. Por ter um pai surfista o surf está sempre no cotidiano da minha família, portanto ele entrou na minha vida de uma forma bem natural. Na grande maioria das vezes os destinos das viagens feitas em família envolvem praia e surf, minha irmã sabe surfar e minha mãe às vezes tenta, aqui na família ninguém escapa (risos).
Um dos últimos campeonatos que tivemos notícias foi o Circuito ASN 2018, onde você venceu a categoria Open na última etapa do circuito. Como foi passar por essa experiência se tornando o campeão do ranking?
As competições entraram cedo na minha vida, quando tinha 6 anos participei do meu primeiro campeonato, o evento era o estadual do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano fui campeão pela primeira vez. Desde bem novo eu competi o campeonato Niteroiense e constantemente subia no pódio, o título de 2018 foi o mais importante entre dentre os 6 títulos regionais antes conquistados. Por ser na categoria principal do evento com oponentes fortíssimos o sabor da vitória foi ainda melhor, além do fato de vencer na praia em que eu vivi surfando e rodeado por amigos.

Com tantos treinos e atividades, como é dividir o surf com os estudos e a vida pessoal?
Sempre foi um desafio conciliar o esporte com minha vida pessoal, apesar do meus pais me apoiarem como surfista, a cobrança por um bom desempenho na faculdade existe muito. Hoje em dia estou no meio do curso de engenharia civil e acabo de ingressar no estágio, cada vez mais o tempo que tenho para treinar se torna mais corrido. Tento sempre ocupar meu tempo livre vendo conteúdos sobre surf para me manter instigado para a próxima sessão.
O que o esporte proporcionou na sua vida e como é receber o feedback do público nas praias?
Acima de tudo o Surf me trouxe uma vida saudável e repleta de amigos, atualmente o Brasil é uma das potências do surf mundial e fico muito feliz de ter vivido esse momento no esporte. É muito gratificante chegar em um pico desconhecido ser bem tratado e bem recebido por ter um bom surf. Surfar em Itacoatiara sempre foi diferente pelo fato de sempre ter alguém conhecido dentro ou fora d’água, isso me deixa com mais vontade de ter um bom desempenho pois sei que terá um conhecido acompanhando minhas ondas, e o feedback que recebo depois, é o que mais me dá vontade de evoluir.

Ainda no YouTube, podemos encontrar alguns registros da TSN Surf, desde 2012. Que dicas você teria para dar a quem deseja começar agora a aprender no esporte?
Comecei a surfar com meu pai em 2004, e em 2011 iniciei um trabalho com a HSB com os treinadores Beg Rosemberg é Guilherme Herdy. Por meu pai ser um amante, ingressei muito cedo no esporte, porém nunca é tarde para começar a surfar. Hoje em dia meu pai é dono de uma escola de Surf bem consolidada, onde a maioria de seus alunos tem uma idade considerada por muitos de fora do esporte “avançada”, mas quem vive o surf sabe que não existe idade para começar a praticar, basta querer e com a pessoa certa ao seu lado para te auxiliar, você vai se tornar um surfista. Particularmente eu adoro qualquer tipo de esporte principalmente aqueles que possuem contato com a natureza, e o motivo da maioria dos surfistas se apaixonarem é o constante contato e a dependência dela para a prática. Não é como a maioria dos esportes que basta você chegar numa quadra e começar a jogar, você tem que acompanhar previsões, ir atrás das praias com as melhores condições, por isso quando um surfista chega em uma praia e encontra boas ondas a sensação de felicidade é extrema, o cansaço se torna o menos importante, horas e horas surfando tornam sua semana mais leve! Poderia ficar falando mil qualidades desse esporte que se torna um estilo de vida, mas prefiro apenas fala, “Vá surfar, você não irá se arrepender”.
Um dos grandes campeões da modalidade no Brasil, é o surfista Gabriel Medina. Ele está entre suas inspirações no esporte?
A grande maioria dos esportes no Brasil são carentes de incentivo e investidores, o surf está dentro dessa lista de esportes. O Brasil é repleto de talentos desperdiçados por falta de marcas que invistam nesses atletas, e é aí que o Gabriel Medina entra na história. Desde que ele foi campeão mundial pela primeira vez os holofotes começaram a se voltar para o Surf, ainda está muito longe do ideal, mas, o esporte já se tornar um pouco mais valorizado hoje em dia. Por esse motivo não tem como dizer que o Gabriel não é uma inspiração, claro que só ele, mas muitos outros atletas colocaram o Brasil no topo do surf mundial. Além do Medina, tenho muitos amigos que posso dizer que são minhas inspirações, Bruno Santos e Guilherme Herdy são as joias da casa de Itacoatiara e não podem ficar de fora dessa lista. Jérémy Flores, Taj Burrow, Filipe Toledo e John John Florence, esses caras são referências para mim.