Cigarros Molhados lançam single homônimo e reafirmam identidade irreverente no som “funky à la punk”

Luca Moreira
9 Min Read
Cigarros Molhados (Juice)
Cigarros Molhados (Juice)

A banda Cigarros Molhados chega em alto volume com o lançamento do single “Os Cigarros Molhados”, que desembarca em todos os aplicativos de música no dia 12 de dezembro, pela Marã Música. A faixa funciona como uma declaração de identidade: confiante, descolada e carregada da energia de quem sabe exatamente o espaço que quer ocupar. Com a repetição do próprio nome e o convite direto para “pegar o isqueiro”, o grupo constrói um verdadeiro chamado para o público entrar na sua vibração urbana, noturna e livre.

Musicalmente, o single traduz a essência que acompanha a banda desde o início. Definido pelos próprios integrantes como um som “funky à la punk”, “Os Cigarros Molhados” mistura ritmos, atitude e irreverência com naturalidade, criando uma sonoridade que quebra padrões sem perder o senso de diversão. A faixa carrega o clima de rua, festa e liberdade, refletindo uma nova fase mais ousada, vibrante e consciente de sua força estética.

A letra passeia pela cidade com humor afiado, sedução e desapego, sempre a partir de uma postura leve e provocadora. O refrão — “Eu tô de boa mermão, dando um rolê pela cidade / Os Cigarros não tem prazo de validade” — sintetiza o espírito da banda: energia solta, atitude, diversão e a certeza de que sua essência não se desgasta com o tempo. Com expectativa alta, o grupo celebra o lançamento como um hino de festa e identidade, convidando o público a embarcar nessa fase intensa e sem freios.

“Os Cigarros Molhados” repete o nome da banda como um mantra. Em que momento vocês perceberam que essa faixa poderia funcionar quase como um hino de identidade e apresentação para o público?

Quando começamos a ensaiar o groove e o refrão se encaixou, percebemos que o peso da frase ia além de ser só uma parte da música. Ela resumia nossa atitude: somos o que somos, estamos aqui para ficar. O público precisa saber quem somos e qual é a nossa vibe, e essa faixa entrega isso de forma direta, quase como um cartão de visitas energético. Funcionou como um hino desde o primeiro ensaio.

A sonoridade que vocês chamam de “funky à la punk” é ousada e, ao mesmo tempo, muito própria. Como esse encontro de ritmos e estilos nasceu dentro da banda? Foi intuitivo ou uma busca consciente por algo fora da curva?

Foi uma mistura de intuição com a busca por algo que soasse nosso. Todos na banda vêm de referências muito diferentes – tem quem ame o peso do rock clássico, quem curta a batida do funk dos anos 90 e quem seja obcecado por post-punk. Essa música, em particular, nasceu quando decidimos parar de nos preocupar com gêneros e apenas tocar o que fazia nossa cabeça balançar. O funky trouxe o swing e a malandragem que queríamos para falar da rua, e o punk injetou a energia bruta e a irreverência. Não queríamos soar como mais uma banda de rock, e o ‘funky à la punk’ é o nosso jeito de dizer: ‘viemos para bagunçar o coreto com estilo.

Cigarros Molhados (Juice)
Cigarros Molhados (Juice)

A letra traz esse passeio urbano cheio de atitude, liberdade, sedução e desapego. Que vivências reais, da rua ou da noite, inspiraram essa narrativa tão visual?

A inspiração é 100% o caos e a energia das madrugadas. É o rolê de carro com os amigos, a rua virando a nossa pista de dança improvisada. Essa narrativa de ver a ruiva ou a loira dançando, de ‘seu pai disse não, mas ela não pode parar’, é sobre aquela sensação de liberdade indomável que só a noite na cidade grande te dá. É a história de quem está de ‘boa mermão’, mas pronto para o que vier. As referências são bem visuais porque a rua e a noite são muito visuais – queremos que quem ouça se sinta no banco do nosso ‘funky-móvel’ dando um rolê.

O refrão diz que “Os Cigarros não têm prazo de validade”. O que, na visão de vocês, faz com que a identidade da banda seja tão duradoura e resistente às modas do momento?

Nossa durabilidade vem da autenticidade e da recusa em nos rotularmos. Se você tentar nos encaixar em uma ‘moda’, não vai conseguir. Nós misturamos elementos que gostamos de forma honesta. O groove nunca sai de moda, a atitude nunca sai de moda. Além disso, ‘não ter prazo de validade’ é um compromisso com a energia: queremos que nossas músicas soem frescas e relevantes daqui a dez anos, seja pela batida, seja pela postura irreverente.

Cigarros Molhados (Juice)
Cigarros Molhados (Juice)

Essa nova fase da banda parece mais ousada, segura e vibrante. O que mudou — musicalmente e pessoalmente — desde o início de vocês em 2023 até esse lançamento?

Desde 2023, o que mais mudou foi nossa confiança. No começo, estávamos descobrindo o nosso som, tentando agradar aqui e ali. Agora, a gente se encontrou. Musicalmente, isso se traduz em arranjos mais ousados, mais groove e mais peso.. Estamos mais seguros para assumir essa identidade e empurrar os limites, o que resulta nessa vibração e ousadia que você percebe.

Vocês misturam crítica social, política e ambiental com humor e irreverência. Como equilibram essa vontade de falar de temas sérios com a leveza e a energia que marcam o som de vocês?

O humor e a irreverência são as nossas armas principais. A vida já é pesada demais para ficarmos só no lamento. Usamos a energia contagiante do nosso som para fazer o público se sentir bem, mas com uma pulga atrás da orelha. Por exemplo, a frase ‘Tempestade em copo d’água, drink de Saddam Hussein’ nessa música é um exemplo disso: é um verso absurdo e divertido, mas que insinua uma crítica a um certo excesso e exagero no mundo. A gente entrega a mensagem séria embalada em um pacote de festa, para que a reflexão chegue de forma mais digestiva e memorável.

Cigarros Molhados (Juice)
Cigarros Molhados (Juice)

O EP Surfando no Caos está a caminho. O que esse single antecipa sobre essa nova fase sonora e estética da banda? O que os fãs podem esperar desse próximo capítulo?

‘Surfando no Caos’ é o nosso manifesto. O EP mergulha de cabeça nessa dualidade que amamos: dançar enquanto o mundo pega fogo. Os fãs podem esperar o funky mais sujo e o punk mais dançante. Esteticamente, a fase é mais vibrante, mais street e com uma produção que realmente traduz o peso e a energia caótica dos nossos shows. É um convite para entrar no nosso mundo, dar um rolê com a gente e, literalmente, surfar nas ondas da loucura cotidiana. Vai ser a trilha sonora perfeita para quem está de boa mermão, mas ligado em tudo.

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