Camilo Solano se une a Joseph Chedid em parceria musical internacional com ‘Hey Friend!’

Camilo Solano (Daniel Tancler)
Camilo Solano (Daniel Tancler)

O cantor, compositor e quadrinista Camilo Solano se une ao artista francês Joseph Chedid em uma celebração musical intitulada “Hey Friend!”. Esta parceria inusitada e internacional destaca a amizade e a arte como linguagens universais, demonstrando que a música pode unir culturas e corações. Natural de São Manuel (SP), Camilo Solano tem se destacado por integrar música e quadrinhos em sua carreira, e agora traz a música brasileira para o chanson pop francês, mostrando a versatilidade de sua arte.

Camilo Solano, renomado por suas publicações como “Inspiração – Deixa entrar Sol nesse porão” e “Desengano”, se aventurou na música em 2020 e 2021, lançando músicas intimistas que exploram temas de ansiedade e esgotamento emocional. Com o álbum de estreia “Quase Todo Mundo é Assim”, produzido por Yuri Queiroga, ele estabeleceu uma nova fase em sua carreira. Agora, com “Hey Friend!”, Solano explora uma colaboração inédita que promete conquistar novos públicos.

Joseph Chedid, um destacado cantor, compositor, multi-instrumentista e produtor francês, provém de uma família de poetas e músicos que forma um verdadeiro clã artístico na França. Com uma década de carreira solo, ele recentemente lançou seu próprio selo, com “Hey Friend!” sendo o primeiro lançamento. A faixa, que dará nome ao próximo álbum de Chedid, visa espalhar alegria, emoções e bondade, refletindo a essência da união musical entre Brasil e França através das vozes de Solano e Chedid.

Como surgiu a ideia de colaborar com Joseph Chedid em “Hey Friend!” e como foi o processo de composição dessa música?

A ideia surgiu na pandemia. Eu sou fã do Joseph e resolvi enviar para ele o link do meu primeiro EP “Canções Cansadas” que foi produzido com incentivo da Lei Aldir Blanc naquela época. Não éramos amigos, ficamos por causa dessa minha atitude despretensiosa de mandar o meu trabalho para um artista que admiro. Ele respondeu, gostou, começamos a trocar muitas ideias e eu não imaginava o que iria acontecer. Apenas estava conversando com um novo amigo virtual.

Qual foi a reação de Joseph Chedid quando você o contatou pela primeira vez para falar sobre suas músicas?

Eu mandei mensagem para ele na véspera de Natal, no auge da covid. Eu não tinha um horizonte claro à minha frente, ninguém tinha, né? Para mim, foi uma maneira de me conectar com pessoas que amava e queria que elas soubessem disso. Que elas me inspiram a criar. Me salvam em momentos difíceis. Joseph assim que me conheceu, o santo bateu. A gente se entendeu muito bem. A gente se comunica com muita facilidade apesar de ele não falar português e nem eu falar francês. A gente se fala pela arte… E um pouquinho de inglês também. Ele foi muito gentil e carinhoso.

Como foi a experiência de gravar “Hey Friend!” com as famílias Solano e Chedid fazendo parte do coro?

Foi inacreditável. Ter a voz de Louis Chedid junto da voz do meu pai Gerson Solano, foi um presente encantador. O Joseph me mandou as tracks dos nossos pais cantando junto e foi lindo demais poder unir famílias através da arte. E ouvir a minha namorada Larissa Sartori cantando com a mulher do Joseph, a Charlene Juarez e também da Nach, irmã de Joseph, foi lindo. Lindo demais. O Joseph incentivou muito isso, essa união de nós como um só. A letra da música diz isso, de que a gente se entende sem saber direito como ou por quê.

Camilo Solano
Camilo Solano

Quais são as principais influências musicais que você trouxe para a colaboração com Joseph Chedid?

Compus essa música no violão, meu instrumento de vida, ao lado do pincel. Meu processo de composição é bem orgânico e vai indo para onde o ouvido “pede” para ir naquele momento. E essa pedida do ouvido acontece através de momentos de vida, sensações que estou tendo, se estou bem, se estou me sentindo mal, se comi muito, se comi pouco. É bem assim, pois a cada hora, a primeira nota pede uma outra diferente. É bem abstrato, nem eu entendi o que eu quis dizer aqui, mas as minhas maiores influências musicais são Caetano Veloso, Chico Buarque, Gil e The Beatles. Isso pra resumir. Pois eu sou louco pelo Lenine, também, por exemplo. Apaixonado pela poesia do Lula Queiroga, da Rita Lee. Eu tentei me manter fiel a mim mesmo nessa música e quando compus, achei que ela se parecia com o Joseph e mandei pra ele, que no mesmo instante se apaixonou e começamos a mexer nela.

Como você equilibra sua carreira de quadrinista com a de músico, e como essas duas artes se complementam na sua vida?

Faço histórias em quadrinhos há mais de dez anos profissionalmente, mas desenho e componho músicas desde muito cedo, minha primeira música que me recordo de ter gostado, foi quando tinha 13 anos. Música e desenho sempre foram coisas que caminharam comigo. Na hora do vestibular, eu prestei UNESP e passei em Design Gráfico, daí minha vida foi tomando os rumos da ilustração com um pouco mais de intensidade nesse momento, mas mesmo nessa época, eu tocava em festas de república em Bauru com a banda que tinha na época. Eu sempre fui nesse equilíbrio. Mas teve um momento que percebi que precisava colocar mais em evidência esse lado da música para o público, foi aí que comecei a encarar a carreira musical de fato a sério. Eu sou ansioso e estou produzindo o tempo todo. Então para mim, por enquanto, tá tranquilo. Vou lançar uma HQ nova esse ano por uma grande editora e vou lançar um Álbum musical pelo selo Caiana Produções.

Você pode nos contar mais sobre a produção do seu álbum de estreia “Quase Todo Mundo é Assim” e a colaboração com Yuri Queiroga?

Conheci o Yuri em um Workshop de música no SESC Vila Mariana em 2020. Foi em fevereiro daquele ano, ele foi dar esse workshop e fazer uma apresentação ao lado do Pedro Luís, da PLAP. Sou muito fã do Pedro Luís e a Parede e ainda não conhecia o Yuri. E enquanto via esse workshop eu fui me apaixonando cada vez mais pela sonoridade que o Yuri fazia. Ele é a pessoa mais musical que conheço. E me conectei também com a personalidade dele, ele é um cara fantástico e muito criativo. Ficamos amigos nesse dia. E fomos nos falando vez ou outra. No final da pandemia, retomamos o contato de um projeto que ele me convidou para colaborar e que vai levar mais tempo para tomar forma e enquanto isso, nossa relação de amizade foi se estreitando. Mostrei minhas músicas para ele e pedi pra ele me produzir. Eu nem havia terminado a frase de propor isso e ele já aceitou. O disco está bonito demais, estou muito orgulhoso dele. Vai ter uma participação especial sensacional e a Mix e Master está sendo feita pelo Renato Cortez.

Quais foram os maiores desafios e as maiores surpresas ao trabalhar em sua primeira parceria musical internacional?

A minha primeira parceria musical internacional é também a minha primeira parceria musical em si. Nunca havia feito música com outra pessoa. É um processo diferente que eu tinha muita vontade de experimentar. Sempre fico imaginando como o Ivan Lins e Vitor Martins trabalham, como era o Milton Nascimento com o Fernando Brant… Eu queria muito fazer esse outro jeito de fazer música. Mas nunca havia tido essa “conexão”. Sinto que é algo assim mesmo. Tem que ser essa conexão, pois já aconteceu um momento ou outro com outros artistas brasileiros de tentar fazer música, mas não é tão simples como eu imaginei. Com o Joseph foi muito fácil. A gente tem uma conexão mesmo. Não sei explicar. Tenho uma composição nova que fiz com um grande amigo e grande músico da cena brasileira jovem, mas ainda não posso falar sobre.

Como você vê a interseção entre a música brasileira e o chanson pop francês na sua colaboração com Joseph Chedid?

Gosto muito dessa intersecção pois, assim como nos quadrinhos, sempre tive muita dificuldade em saber em qual “prateleira” me colocar. Que tipo de história que eu conto? Que tipo de música que eu faço? Nesse momento me sinto muito ao lado de Lenine, Lula Queiroga, Yuri Queiroga, Ylana… Todos esses artistas que fazem música e não tem uma rotulação específica. MPB? É! Mas não é também. Pop? É. Acho que é, mas não é também. É muito bom poder tentar ser muitos e vários. A real é que todo mundo é assim, ou melhor, Quase Todo Mundo é Assim.

Você tem planos para futuras colaborações musicais, seja com artistas brasileiros ou internacionais?

Tenho! Sim! Quero muito. Com o Joseph foi criada essa ponte que nos une nessa amizade através da arte que, se tudo der certo e a vida for por esse caminho, faremos mais. “A ponte não é de ferro, não é de concreto, não é de cimento, a ponte é até onde vai o meu pensamento! Aponte pra onde quiser” quero fazer música com mais pessoas. Quero compartilhar o prazer de criar, da magia do criar com mais artistas. Aproveitando: Chico Buarque, me liga? Gilberto Gil, me passa um Zap? Tulipa Ruiz, me mande até uma carta que eu topo! As portas estão sempre abertas. Sempre pedindo licença, mas nunca deixando de entrar, como diz Caê.

Como a sua experiência como quadrinista influenciou o videoclipe e a história em quadrinhos de “Desculpa o Áudio”?

Desculpa o Áudio foi o primeiro trabalho que tive a honra e o prazer de ter trabalhado com a Josi Herculano na Gestão da minha carreira. E ainda estamos juntos trabalhando nos novos projetos e meu disco irá sair pelo selo dela que é a Caiana Produções, que sai em parceria com a YB.

E nós ficamos um ano inteiro planejando isso, como seria essa transição, o que eu queria dizer com tudo o que eu tinha em mente com essa música e como faria isso. A Josi mudou minha vida depois que entrou nela. Faz o rolê acontecer, me aponta os erros e fala tudo que ela pensa e tem de experiência. Ela é incrível e sou muito grato por tê-la ao meu lado nessa jornada musical e artística em geral. E a gente foi estudando os melhores caminhos e fazer um clipe com animação que se complementa com uma HQ de mesmo nome, pareceu ser algo muito interessante de investir, e acabou se tornando um Press Kit diferente do habitual. Lancei na Comic Con Experience em 2023 e tem tido ótimas repercussões desde então.

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