Baseado na teoria da relatividade de Einstein, Wanessa de Oliveira Grisol explora guerra espacial pelo controle do tempo em novo livro

Wanessa de Oliveira Grisol
Wanessa de Oliveira Grisol

Será possível viajar para outras dimensões? A teoria da relatividade de Albert Einstein sugere que isso poderia ser alcançado pela manipulação da curvatura da gravidade entre espaço-tempo, enquanto Stephen Hawking propôs que buracos negros e de minhoca poderiam servir como portais. No entanto, no mundo real, a viabilidade prática ainda é uma incógnita. Em contraste, a ficção científica já nos permite explorar essas ideias de forma criativa, como em “The Brain”, escrito por Wanessa de Oliveira Grisol.

Inspirada nas ideias de Einstein e Hawking, a autora cria uma trama que desafia os limites da Física. O pesquisador Joe Hawk e sua equipe na Universidade de Washington constroem uma máquina aceleradora de partículas para recriar o Big Bang, abrindo um portal dimensional que causa desastres naturais na Terra e afeta a zona controlada por Brain, o mestre e guardião do tempo. Brain luta para manter o equilíbrio temporal enquanto seu filho, Lux, busca destruir as proteções do espaço-tempo, levando a uma aliança improvável entre Brain, Hawk e outros personagens intergalácticos para salvar o multiverso.

A narrativa de “The Brain” provoca reflexões sobre até onde somos capazes de ir em busca do poder, mesclando dilemas dos protagonistas com referências a cientistas renomados. Com um enredo que diverte e faz pensar, Wanessa de Oliveira Grisol convida os leitores a refletirem sobre a responsabilidade na exploração científica e as consequências da ambição humana.

Wanessa, “The Brain” se inspira nas teorias de Albert Einstein e Stephen Hawking. Pode nos contar mais sobre como essas teorias influenciaram o seu processo de escrita e o desenvolvimento da história?

Bom, para ambos, o tema foi muito explorado em suas teorias. As questões temporais encaixavam perfeitamente na proposta do livro. Então, nada mais justo que citar seus estudos e fazer uma homenagem ao legado deixado por Albert Einstein e Stephen Hawking. Além do mais, na minha percepção, aprofundar essas teorias deixa a história mais realista e mais próxima de como seria uma verdadeira viagem no tempo.

O personagem Brain, o mestre e guardião do tempo, é central na sua história. Como surgiu a ideia para criar Brain e seu filho Lux, e quais temas o conflito entre eles explora?

Eu precisava de personagens que representassem as teorias citadas e que pudessem explicar para o leitor de uma maneira simples o mistério de viajar no tempo – além de mostrar porque isso não era possível no universo do livro, já que existiam teorias que tentavam desvendar o mistério temporal. Então, pensei em um lugar secreto e idealizei seres que habitavam este local. Foi assim que liguei um mestre e um aprendiz, o Brain e o Lux.

Você incorpora conceitos científicos complexos como aceleradores de partículas e portais dimensionais. Como você equilibrou a precisão científica com os elementos imaginativos da sua narrativa?

Para este equilíbrio, eu usei um pouco de didática, como um professor mesmo. Quis transformar a linguagem científica em uma linguagem mais popular.

“The Brain” aborda temas de poder e responsabilidade na exploração científica. Quais são as principais mensagens que você espera transmitir aos seus leitores através desses temas?

Quero transmitir a mensagem de que, na vida, é preciso ter regras e disciplina para equilibrar todas as coisas em todas as áreas. Para isso, mostro não somente que muito poder concentrado leva a grandes desastres, mas também questiono se as pessoas estão de fato preparadas para ter tanta informação e poder. É por causa disso que o universo se encarrega de equilibrar a vida com todos os seus mistérios, e o ser humano cria leis e regras de acordo com cada época.

Como foi o seu processo criativo para desenvolver a trama e os personagens de “The Brain”? Houve algum desafio específico que você enfrentou durante a escrita do livro?

Eu criei um sketch (esboço) e escrevia nele à medida que as ideias surgiam. Quando alguma informação ou detalhe do enredo não encaixava, eu tirava essa concepção de lugar e recriava de uma forma que fizesse sentido para a trama. Mas o maior desafio foi a de juntar uma escrita didaticamente correta com um tema tão complexo quanto as teorias citadas.

Wanessa de Oliveira Grisol
Wanessa de Oliveira Grisol

Você mencionou que tem formação em Geopolítica e um MBA em Comunicação e Marketing em Mídias Digitais. Como sua formação e interesses pessoais, como os jogos eletrônicos e a leitura, influenciaram sua abordagem na escrita de “The Brain”?

Minha formação me inspirou para criar a ação da narrativa com relação à conspiração temporal citada no livro. Enquanto escrevia, também trouxe a bagagem dos meus conhecimentos sobre guerras históricas que tanto deixaram rastros de destruições morais e físicas.

Wanessa, como foi o processo de pesquisa para garantir que os conceitos científicos fossem representados de maneira precisa e interessante no seu livro? Você consultou algum especialista na área?

Eu vi vídeo aulas de física, física quântica, entrevistas de físicos especializados e outros programas publicados no Youtube. Pesquisei em sites das principais agências espaciais e fiz uma série de leituras sobre o assunto que pudessem esclarecer sobre as teorias apresentadas.

“The Brain” tem um enredo que mistura ciência e ficção. Como você vê o papel da ficção científica na cultura atual e qual impacto espera que seu livro tenha sobre os leitores?

A ciência nunca esteve tão presente em nossas vidas nestes últimos 20 anos. Evoluímos muito em relação à questão computacional, e a inteligência artificial, por exemplo, já é uma realidade. Tudo isso devido a cientistas que desde os anos 1960 vêm trabalhando na melhoria da percepção humana sobre as coisas do universo. Nada veio de uma hora para outra: houve um início e agora estamos colhendo os frutos desses estudos. Espero que o livro leve esta mensagem para os leitores.

Desde o lançamento de “The Brain”, como tem sido a recepção do público e dos críticos? Você recebeu algum feedback que considerou especialmente significativo ou surpreendente?

Que ótima pergunta. Tive um feedback de uma leitora que disse: “Estou lendo o livro e aprendendo palavras novas, estou usando até um dicionário, mas estou entendendo um livro pela primeira vez” – quer feedback mais maravilhoso que esse? Fazer alguém que não seja geek refletir sobre uma história. Para mim, isso é lindo, é maravilhoso.

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