Filha de imigrantes haitianos e nascida em Orlando, Arielle Prepetit vive um momento decisivo na carreira ao interpretar Naomi Hawthorne no novo drama da Paramount+, Beyond the Gates. No papel de uma advogada ambiciosa de Washington D.C. com um legado musical herdado da avó, Prepetit une talento, representatividade e emoção — numa atuação que reflete suas próprias raízes e homenageia as mulheres que a inspiraram desde a infância.
Crescer em Orlando, imersa no mundo do entretenimento ao vivo da Disney e da Universal, certamente te deu uma bagagem única. Como essas experiências influenciaram a atriz que você é hoje e a forma como se conecta com suas personagens?
Crescer fazendo entretenimento ao vivo me ensinou muito sobre disciplina e trabalho duro. Aprendi que o show tem que continuar, e essa base me preparou bem para a intensidade das novelas. Sinto que fui muito bem preparada para essa indústria no geral. Ter começado como dançarina contribuiu bastante para minha carreira de atriz, porque consigo memorizar marcações com facilidade, tenho controle do meu corpo e sempre estou atenta ao que está ao meu redor. Ser cantora também me ajuda no controle vocal e na projeção quando preciso. Tudo isso se conecta quando é necessário, então sou eternamente grata pelo meu treinamento desde cedo.
Em Beyond the Gates, você interpreta Naomi Hawthorne, uma advogada que carrega o legado musical da avó — algo muito pessoal para você. Como essa conexão familiar influenciou sua atuação e o significado desse papel?
Senti que esse papel foi um presente da minha avó, que está no céu. Tive uma relação muito próxima com ela, e nós assistíamos novelas juntas todos os dias depois da escola. Foi ela quem me apresentou esse gênero. Nunca imaginei que um dia eu estaria em uma novela, então tudo isso tem um sentimento de ciclo completo. Foi muito fácil criar essa conexão com a minha avó na tela, porque esse relacionamento é algo muito familiar para mim. Sem falar que a minha avó na trama é ninguém menos que Tamara Tunie, e tê-la como parceira de cena é uma verdadeira honra.
Você transita com naturalidade entre teatro, cinema, televisão e até dublagem. Como lida com essa diversidade de linguagens artísticas, e o que cada uma delas traz para a sua expressão como artista?
Nunca fui do tipo que faz só uma coisa. Estou sempre buscando mais, querendo fazer tudo. Estar no palco, dançar e cantar alimenta uma parte diferente da minha alma, algo que o cinema e a TV não fazem da mesma forma. Como comecei a dançar ainda muito jovem, essa forma de arte sempre vai estar em mim, e eu sempre vou amá-la. Já o cinema e a televisão me proporcionam uma autenticidade e vulnerabilidade que é muito gratificante quando consigo atingir. É por performances assim que eu quis ser atriz, então estou sempre nessa jornada de tentar entregar isso. Outra coisa que amo no cinema e na TV é que posso continuar trabalhando nisso para o resto da vida — e esse é o plano.

O papel de Naomi, uma mulher ambiciosa e forte, traz à tona questões de poder e responsabilidade. Onde você encontra inspiração para transmitir essas camadas complexas da personagem, e quais os desafios que isso traz para você?
Fui criada por mulheres haitianas muito fortes. E por osmose, me tornei uma mulher muito forte também. Então interpretar Naomi, uma mulher forte, não exigiu muito esforço para que eu chegasse até ela. O maior desafio é equilibrar a vulnerabilidade dela com essa força. Ela não pode manter uma fachada o tempo todo. Por isso, amo interpretar os momentos em que ela não está forte — quando está confusa, sobrecarregada, quando a mente dela está à beira de explodir. Sinto que ainda estou descobrindo novas facetas dela, e amo poder continuar construindo essa mulher complexa, forte e cheia de camadas ao longo dos próximos anos.
Sua carreira está crescendo rapidamente, e você já contracenou com grandes nomes do cinema. Como mantém sua autenticidade e o foco no meio de tanto reconhecimento e oportunidades?
Mantendo a gratidão todos os dias e me lembrando de que isso é exatamente pelo que venho trabalhando nos últimos 10 anos. A comunidade ao meu redor me sustenta, e sempre posso contar com minha família — especialmente meus irmãos — para me manter com os pés no chão. Nas novelas, os episódios estreiam enquanto continuamos gravando novos, então o trabalho nunca para. Tento focar no que estou fazendo, porque é um trem que não para, e isso me ajuda a estar presente e a não deixar o ego crescer demais.
Por fim, olhando para o futuro, o que você espera explorar como atriz e artista? Que histórias gostaria de contar e ainda não teve a chance de levar para as telas?
Quero muito participar de projetos que tragam alegria para as pessoas! Gostaria de trabalhar em um musical, onde eu possa usar minhas outras habilidades, como dançar e cantar. Sou uma grande fã de teatro musical, então acho que seria muito divertido. Também gostaria de atuar em projetos que explorem dinâmicas de relacionamentos complicadas, pois acho isso fascinante. Histórias que reflitam a vida de maneira honesta, mas que ainda sejam divertidas e prazerosas de assistir.
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