Casa Vogue explora a importância da arte na arquitetura e no design

Totalmente dedicada à arte, a edição de julho de Casa Vogue discute, sob diferentes perspectivas e estilos, a vida que pulsa em quadros, esculturas e fotografias. A publicação deixa claro que, muito além de decorativas, as obras de arte carregam ideias, emoções e intenções de quem as compôs.

Na reportagem Verbetes femininos, quatro integrantes da exposição Enciclopédia Negra, em cartaz na Pinacoteca do Estado de São Paulo, abrem as portas de seus ateliês e contam suas histórias. A artista plástica, ceramista e performer autodidata Lidia Lisboa, natural do Paraná, traz em suas obras questões delicadas (como aborto, violência contra a mulher e sua condição no mundo) de maneira surpreendentemente poética e lúdica. Juliana Dos Santos, doutoranda no Instituto de Artes da Unesp e atualmente em cartaz na coletiva Imagens que Não se Conformam, no Museu de Arte do Rio, reformou, com as próprias mãos, um quarto de 3,5 x 4 m na casa da mãe a fim de transformá-lo em estúdio. Heloisa Hariadne, recém-formada na faculdade Belas Artes de São Paulo, está a todo vapor para sua primeira individual, a ser inaugurada na Galeria Leme em agosto. Já Panmela Castro norteia sua arte e seu espaço por conceitos como alteridade e pertencimento, para lidar com o fato de que sempre se sentiu ocupando um não lugar.

A reportagem Em transe, em trânsito conta a história do mineiro Paulo Nazareth, que atravessa continentes inteiros a pé, em caminhadas-performance. Filho de gari, se acostumou quando criança a remendar e montar brinquedos com cacarecos que a mãe pegava nas ruas de Santa Luzia, região metropolitana de Belo Horizonte. O artista andarilho conquistou reconhecimento internacional por meio de travessias das Américas e da África, a pé, de ônibus ou pedindo carona. Suas obras já foram expostas em importantes galerias e feiras mundo a fora, como a Art Basel Miami, as bienais de Lyon, de Veneza e de São Paulo.

Em Universo Casa Vogue, a revista apresenta o projeto de quatro apartamentos e uma casa. Em seu apartamento de 370 m2 com vista para o MASP e o Parque Trianon, em São Paulo, o galerista Eduardo Leme evita reproduzir a lógica de seu ambiente de trabalho. Ali, ele se permite expor suas memórias afetivas, que se manifestam por meio de uma seleção de obras de arte e design. Já o arquiteto mineiro Pedro Lázaro revela detalhes de seu apartamento de 220 m², inteiramente ocupado por uma expressiva coleção de arte e design, reunida ao longo de mais de três décadas. Em Curitiba, em um salão de festas desocupado por duas décadas, nasceu o apartamento do empresário Rodrigo Corrêa. Misto de residência e galeria, o imóvel de 400 m² reúne dezenas de peças de artesanato brasileiro e internacional (especialmente de povos africanos), obras de artistas locais e uma vasta coleção de mobiliário modernista – um acervo resultante de anos de pesquisa.

Da Itália, vem a casa que estampa a capa, um refeitório de monges do século 18. Após abandonar a profissão de galerista e mudar de cidade, o italiano Sergio Fiorentino encontrou em Noto, na Costa Leste da Sicília, o lugar ideal para montar sua casa-estúdio e se dedicar à pintura. O artista detalha como ele e o arquiteto Massimo Carnemolla realizaram, então, um “esvaziamento” do imóvel de 250 m², até deixá-lo o mais próximo possível de seu estado há 300 anos.

Em Decor Stories, a equipe de estilo da revista ambientou obras de arte plurais na casa paulistana que o mestre Jorge Zalszupin (1922-2020) ergueu para sua família em 1960, onde restaram a arquitetura moderna e poucos móveis originais. Reocupada também por designs reeditados do mestre, a residência, a ser colocada à venda, faz uma última homenagem a seu autor.

A seção Last Look encerra a edição contando como o legado de Francisco Brennand (1927-2020) segue vivo por meio do Instituto que leva seu nome. Celebrando 50 anos, o local passou a comercializar objetos cerâmicos. O valor obtido com as vendas financiará o amplo programa cultural e educativo da Oficina Brennand, que se tornou uma instituição sem fins lucrativos e desenvolve ações contínuas como residências artísticas, formações pedagógicas para professores da rede pública e exposições de artistas que dialogam com a obra e o pensamento do mestre.

Estes e outros conteúdos podem ser conferidos na íntegra na revista Casa Vogue de julho, disponível nas bancas de todo o país.

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