Escritora Mariana Xavier aborda os limites do desassossego e do alento em “Quebranto”, projeto plural baseado na literatura e na acessibilidade em tempos pandêmicos
“Quando tudo passar, vamos equilibrar a Lapa num gole só. Vamos beijar microfones de karaokê. Vamos beber chai fervido direto na garganta. Quando tudo passar, onde você vai estar?”
Parece que o último ano pegou quebranto, e esse também. É o que Mariana Xavier, autora do projeto transmidiático “Quebranto”, indaga ao questionar o silêncio ao observar os mínimos detalhes que cercam seu corpo. Corpo esse que testa os limites do apartamento – e do isolamento, num retrato pandêmico poético.
Mariana Xavier, que, além de escritora é historiadora especialista em Gênero e Sexualidade (UERJ) e professora há catorze anos, diz que: “os últimos dias têm sido estrangulantes. Precisei do silêncio, lamentei o silêncio e meu grito entalado, engasgado, sai pelas pontas dos meus dedos. Eu urro, eu vomito, eu dilacero quando escrevo. E quando não foi suficiente escrever, eu gritei pelas imagens que vi e dancei com elas. ‘Quebranto’ é fruto disso, do desassossego mas também do alento”.
Além da prosa poética escrita pela autora, “Quebranto” esbarra em diversos outros meios artísticos. Pensado para ser acessível em tempos de crise econômica e isolamento social, a obra literária foi desenvolvida com o intuito de ser disponibilizada integralmente através de plataformas digitais. Reunindo texto, fotografia, áudiolivro e produção audiovisual, o projeto multimídia se baseia na literatura para transbordar seus limites através de outros formatos. No ebook, distribuído através de contribuição consciente pela Macabéa Edições, o leitor escolhe o valor que pode e quer pagar pelo livro. Já nas outras mídias, “Quebranto” é produzido de modo independente e disponibilizado gratuitamente nas plataformas de streaming como Spotify, Google Podcasts e Orelo, e também nas redes sociais Instagram e YouTube.
Mariana reúne diversos formatos em uma só obra em “Quebranto”, mas esse não é seu primeiro mergulho nas águas da literatura e da fotografia. Em 2017, se aventurou na publicação do livro “Ínfimo” (Macabéa Edições), que atravessava sua vivência urbana apressada e solitária enquanto mãe, mulher e gente. Durante a quarentena, a escritora relembrou os tempos de fotógrafa analógica amadora adormecidos pela correria cotidiana pré-pandemia ao registrar um inédito e controverso modo de sentir solitude e solidão. Ver-se na lente da velha câmera é quase como ver o outro.
Na falta do contato físico, Mariana Xavier dá as mãos à multiplicidade da arte e nos convida para dançar.
Sobre a autora
Mariana Xavier, 29, gosta de se apresentar como mulher, mãe e gente. E leão. Historiadora especialista em Gênero e Sexualidade (UERJ), é professora há catorze anos. Já teve poemas e vídeos publicados em diversas revistas como Revista Cult, Madame Eva, Videopoesia.br e Toma aí um poema. Sua escrita é atravessada pela vivência enquanto mulher nascida e criada na Zona Oeste do Rio de Janeiro e pela solidão em suas múltiplas faces. Em 2017, lançou o livro “Ínfimo” (Macabéa Edições) e em 2021, o projeto transmidiático “Quebranto”.
Como acessar
O ebook de “Quebranto” pode ser adquirido através de contribuição consciente nos valores entre R$5 e R$30 na loja online da Macabéa Edições em cartão de crédito ou através de pix na chave 26.220.888.0001-61 com email para recebimento do ebook na mensagem de transferência do Pix. Já no Spotify, Orelo, Google Podcasts, Youtube e Instagram, “Quebranto” é disponibilizado independente e gratuitamente.
Todos os links de acesso estão reunidos na árvore de links a seguir: http://msha.ke/aquelamarianaxavier
https://www.instagram.com/aquelamarianaxavier/