O Brasil está voltando aos tempos da censura?

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Parece que na Bienal do Livro desse ano, a literatura e a exposição positiva a cultura não foi o que prevaleceu nessa última sexta-feira, do dia 06 de setembro. O atual prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, tomou as manchetes dos principais jornais do Brasil quando passou a associar as representações LGBT como pornografia. Livros como o best-saller “Com Amor, Simon” da autora americana Becky Albertalli, foram cassados por fiscais da Secretaria Municipal de Ordem Pública, sendo classificados como conteúdo impróprio para menores.

Segundo o prefeito, ele afirmou em um vídeo publicado em seu Twitter, que obras assim precisaram estar embalados em um plástico preto lacrado e indicando explicitamente o seu conteúdo do lado de fora: “Pessoal, precisamos proteger as nossas crianças. Por isso, determinamos que os organizadores da Bienal recolhessem os livros com conteúdo impróprios para menores. Não é correto que elas tenham acesso precoce a assuntos que não estão de acordo com suas idades.”

O assunto comoveu muitas pessoas, e inclusive editoras, que como o caso da Intrinesca e a Todavia, que disse em um depoimento nas suas redes sociais que essa atitude remete a uma era sóbria da nossa história, e afirmou que continuaram vendendo os seus livros com o propósito de exprimirem uma visão plural do mundo.

A situação não parou apenas no Riocentro, pois diversas figuras públicas como o youtuber Felipe Neto e o ator Rodrigo Tardelli também se manifestaram conta o acontecimento. Felipe publicou um vídeo através de seu canal informando a compra de cerca de 14 mil livros sobre essa temática e realizou no dia seguinte uma distribuição gratuita de diversos títulos durante o evento.

Rodrigo Tardelli (Foto: Reprodução/Instagram)

Para o ator Rodrigo Tardelli, um dos donos da Ponto Ação Produções, uma produtora independente de web séries e que tratam desse assunto, diz que as pessoas precisam ter acesso a esse conteúdo para que possam entender que essa comunidade só que ter respeito assim como todas: “Eu trabalho muito com o público LGBTQI+ por conta de web séries que já atuei e produzi, sei da importância da representatividade e do quanto as pessoas precisam ter acesso a isso e entender melhor que amor é amor, que a comunidade só quer respeito como qualquer ser humano, um beijo entre homens é normal, homens se amares é normal, são seres humanos, essa repressão é absurda, isso não vai parar as pessoas, quem faz o mundo são as pessoas, a sociedade, isso não vai parar. Atitudes como as do Felipe Neto são coisas que me faz acreditar na humanidade e que atitudes preconceituosas e ultrapassadas assim não terão vez, apesar da tristeza de saber que isso existe e mais triste ainda de ser algo levantados pelos nossos  governantes em atos tão infelizes, há muito mais com o que se preocupar no estado e no país que um livro LGBTQI+.”

E você, acha que a censura cultura está retornando ao Brasil, como na época da ditadura militar nos anos 70?

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