A arte e as tentativas de impressionar

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Desde pequeno, sempre falam que a gente tem um “dom”. Bom, muitas pessoas não acreditam neste termo, contradizem falando que o que nós temos é o desenvolvimento de habilidades durante os períodos da vida. É como se nós nascêssemos zerados de habilidades, e vocês descobrindo o mundo. Isso realmente acontece, porém, existem coisas que são nativas da nossa espécie. Na maioria das vezes as crias das famílias são assim, muitos acabam puxando a ideia de fazerem determinada faculdade, ou dedicarem suas vidas a tal profissão pela questão da facilidade, principalmente hoje, quando estamos passando por décadas no Brasil onde as possibilidades empregatícias estão escassas. Nos tempos atuais, você terminar o ensino médio e ir direto para a faculdade já é uma coisa que pode ser considerada “rara”, por assim dizer, já que muitos jovens enfrentam as seguintes duas situações: a indecisão do seu futuro, algo que ainda vamos comentar aqui no próximo capitulo, e a segunda causa relacionada a pressão familiar, que se conectam diretamente com suas necessidades e o perfil ambicioso que você possa ter.

Se pararmos para analisar, o nosso ser é uma composição formada por vários elementos que praticamos e nos abastecemos em cada um dos momentos em nossos dias. Ao acordar, sentimos o elemento da preguiça, ao pagar o pedágio indo para o trabalho, a percepção de que estamos diminuindo cada vez mais os números presentes nos valores que carregamos em nossas carteiras, chegando no escritório, a pressão e a luta de ter que literalmente impressionar os nossos chefes, que se pensarmos bem, são pessoas completamente imprescindíveis, pois eles, fora do escritório são pessoas que vivem iguais a nós. São pessoas que acordam no período da manhã, tomam banho, colocam seus ternos, e tomam café na correria de chegarem as suas empresas. És a nossa questão, como conseguimos encontrar um modo de impressionar uma pessoa pela qual não sabemos como está o humor dele nos minutos antes dele chegar ao escritório? – Essa situação se assemelha aos malabaristas e artistas de rua que ficam se apresentando nos sinais em frente aos carros. Existem 180 milhões de formas de se impressionar uma pessoa, porém, a tentativa é a igual de procurar uma agulha no palheiro. Enquanto a probabilidade de você se dar bem na empresa fica oscilando, com aquela barrinha vermelha e piscando em verde, se o seu chefe for uma pessoa mais retraída, essas possibilidades caem em 80%, e por aí vai. Literalmente, nos dias de hoje, se você deseja impressionar alguém, você tem que desenvolver literalmente um detetive profissional, se baseando até mesmo nos estudos de Sir Arthur Conan Doyle na hora de escrever as histórias de “Sherlock Holmes”. O seu quadro de possibilidades fica que nem a bolsa de valores, ou você está agindo de forma positiva (verde), ou você pode estar desenvolvendo a própria queda na bolsa de valores de Nova York – a pior ironia é se isso acontecer em uma quinta-feira. Quem entender essa referência, vai sentir na pele a situação que estou assimilando.

Foto: Pixabay

O comércio dos influenciadores:

Eu considero que a ação de impressionar uma pessoa é uma ciência, e que poucas pessoas têm acesso a esse estudo. Não estou falando de impressionar negativamente, com uma surpresa de aniversário ou algo assim, estou falando de ideias e inovações. No começo, as pessoas têm o costume de olhar para você e pensar assim – “cara, é só um iniciante! ”, ou nos piores casos, perguntarem até mesmo o que você está fazendo naquele mesmo recinto. É igual você entrar de penetra é uma festa da elite burguesa e os convidados se incomodarem, não pelo seu erro de estar em um lugar onde não foi convidado, e sim, pelas suas características sociais ou profissionais. Nessas situações parece até que o seu passaporte é o saldo da sua conta bancária, e o seu visto para entrar naquele “país” é a quantidade de “0” que tem nesse seu “número de registro”. Com essa questão social, essas pessoas acabam perdendo o controle de suas próprias vidas, uma pessoa pública quando tem a sua vida transformada em um reality show pela mídia, você se torna a atração de um espetáculo de circo, onde a população inconscientemente se torna o público do seu espetáculo. No Instagram, por exemplo, ou nas revistas, quando você cotidianamente senta no sofá para ver as notícias que realmente cercaram seu dia, acabam vendo o tombo que a cantora levou durante uma live, ou o casamento de duas personalidades da televisão, que acaba transformando uma cerimônia tradicional de séculos atrás, em algo que apareceu como intruso no seu espaço, que pela frequência que você tem de consumo, acaba o tornando espectador de alguém que está tentando o impressionar.

As pessoas dessa geração, dos anos 80 para cá, não estão mais querendo ser pessoas, elas querem ser transportadoras de mídia. Com o crescimento desse interesse pelo processo de influência, o trabalho nos escritórios e os dias comuns em que os pontos de ônibus formavam filas para que os trabalhos pudessem voltar para casa, hoje, literalmente tiram a camisa e andam de cavalo no meio da Avenida das Américas para serem vistas por pessoas que realmente não esperavam, encontra aquela situação em seu dia. A anormalidade já está se tornando uma coisa cada vez mais rara, Um exemplo disso é a corrida universal das pessoas pelos destaques e pelos números de seus seguidores nas redes sociais. Qual é o principal anúncio e empreendedorismo que o pessoal de marketing está fazendo – estão se reunindo com especialistas em programação e social media, e fazendo cada vez novos estudos para entenderem algo que para uma pessoa que tira uma foto de família no Facebook, já não é o mesmo entendimento que os nano influenciadores estão querendo almejar. Hoje em dia, uma maquiagem ou um ingresso de cinema não é pago mais com cartão de crédito ou dinheiro, ele é pago com uma simples publicação em uma rede social. A permuta reapareceu e acabou gerando o nascimento de uma versão ainda mais forte. Um vestido de R$ 300,00 ou uma viagem de R$ 3.000, hoje vale menos do que uma publicação no Instagram de um cara que tem 1 milhão de seguidores. Enquanto essa publicação te garante o produto no momento, a empresa, faz uma aposta muitas vezes ás cegas, porque apesar das estatísticas, não se sabe se o retorno que você terá (se tiver), será mais valioso do que você ganharia vendendo o seu produto normalmente ao influenciador.

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