Sistemas como frenagem automática, alerta de colisão e assistentes de faixa ganham espaço nos novos modelos e exigem manutenção precisa, capacitação técnica e orientação ao motorista
O avanço das tecnologias de segurança ativa nos veículos vendidos no Brasil se intensifica com a modernização das plataformas automotivas e a adoção de protocolos internacionais mais rígidos. Dados do Programa de Avaliação de Carros Novos para América Latina e Caribe mostram expansão crescente de recursos como controle eletrônico de estabilidade, alertas de colisão e assistentes de permanência em faixa desde 2023. No cenário global, a União Europeia já tornou obrigatória parte dessas tecnologias em novos modelos desde 2022, conforme regulamentação da Comissão Europeia.

Cenário brasileiro e impacto na segurança
A chegada desses sistemas ocorre enquanto o Brasil segue entre os países com maior número de vítimas no trânsito. A Organização Mundial da Saúde aponta mais de trinta mil mortes anuais, índice que reforça a urgência de mecanismos capazes de evitar colisões e reduzir a gravidade dos acidentes. Estudos internacionais indicam que tecnologias de segurança ativa, quando combinadas à educação do motorista e infraestrutura adequada, podem contribuir de forma significativa para a prevenção de ocorrências graves.
A visão técnica da oficina
Para Marco Antônio Correia Faleiro, técnico automotivo especializado em diagnóstico eletrônico e reparo avançado, a evolução dessas tecnologias redefine o ambiente das oficinas. Ele afirma que sensores, câmeras e módulos dedicados à segurança exigem calibração minuciosa e ambientes preparados para testes. Segundo ele, intervenções comuns, como troca de para-brisa, ajustes na suspensão ou pequenos impactos, podem alterar o alinhamento dos sensores e comprometer o funcionamento dos assistentes. Em sua avaliação, as tecnologias oferecem proteção consistente, mas dependem de instalação correta e manutenção criteriosa para entregar o desempenho esperado.
Expansão das tecnologias e exigências de reparo
A frenagem automática de emergência, que identifica obstáculos e aciona os freios de forma autônoma, e os sistemas de correção de trajetória são alguns dos recursos mais presentes nos novos modelos. Veículos equipados com essas tecnologias têm alcançado melhor desempenho no Latin NCAP, que passou a atribuir maior pontuação às assistências eletrônicas desde a revisão dos protocolos de 2023. Essa tendência pressiona montadoras a incorporar sensores e câmeras em projetos regionais e estimula o setor de reparação a ampliar recursos de diagnóstico e calibração.
Conhecimento do motorista como fator decisivo
Além das exigências técnicas, a eficácia das tecnologias depende da compreensão do motorista. Pesquisas do Observatório Nacional de Segurança Viária indicam que muitos condutores desconhecem funções e limitações dos assistentes eletrônicos, o que reduz o impacto positivo desses recursos. A recomendação é que os proprietários mantenham revisões preventivas, consultem os manuais e verifiquem periodicamente alertas no painel, especialmente os relacionados ao controle eletrônico de estabilidade e sensores de proximidade.
Perspectivas e desafios
O avanço das tecnologias de segurança ativa marca uma transição importante para o mercado brasileiro, aproximando o país de padrões internacionais de proteção. Para Marco Antônio Correia Faleiro, o próximo desafio envolve a preparação de oficinas e motoristas para operar e manter sistemas cada vez mais sofisticados. Na avaliação dele, a eficácia das novas tecnologias depende tanto da precisão eletrônica quanto da capacitação humana, combinação que determinará a qualidade da segurança veicular nos próximos anos.