Cresce mercado de afiliados no Brasil

Aldair dos Santos
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Foto: Freepik

O formato de marketing de afiliados registrou expansão de 20% no Brasil em 2023, conforme levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O modelo conecta empresas a promotores de produtos e serviços, oferecendo alternativa para aquisição de clientes e ampliação da visibilidade das marcas. O crescimento nacional acompanha o movimento global, que coloca o modelo entre os principais responsáveis por impulsionar o comércio eletrônico. 

Dados da HostGator mostram que o mercado mundial, avaliado em US$ 17 bilhões, avança 10% ao ano e pode atingir US$ 40 bilhões até 2030. A alta é impulsionada pelo e-commerce e por mudanças nos hábitos de consumo digital. Só no Brasil, o número de afiliados aumentou 8% no período, segundo informações da plataforma Homework. O modelo de remuneração por resultado já é adotado por 81% das marcas globalmente, permitindo que profissionais gerem receita sem investimentos em estoque ou logística. 

Essa configuração permite que profissionais de marketing e criadores de conteúdo promovam produtos e serviços de terceiros mediante comissão por resultados. A popularização do modelo é justificada pela busca por alternativas de menor risco financeiro no ambiente digital, com possibilidade de retorno sem custos fixos elevados, como revelam estudos na área.

 A definição sobre o melhor programa de afiliados varia conforme o segmento e os objetivos de cada empresa, com a estratégia baseada em desempenho sendo considerada atemporal para a expansão da presença digital em diferentes setores.

Alto potencial de retorno atrai marcas

O marketing de afiliação pode oferecer às marcas um retorno médio de US$ 15 para cada dólar investido. O índice equivale a 1.400% de retorno sobre investimento, segundo dados da Impact. O alto potencial de retorno explica a adesão crescente de empresas ao formato. Atualmente, 81% das marcas utilizam programas de afiliados como parte da estratégia de aquisição de clientes, conforme o Valor Econômico. A trajetória ascendente do setor acompanha a digitalização do consumo. 

A distribuição de receitas no mercado global de afiliados mostra concentrações por área. O varejo responde por 44% de toda receita gerada pelo setor, conforme estatísticas compiladas pelo Influencer Marketing Hub. Telecomunicações e mídia aparecem na sequência, com 25%. Já viagens e lazer representam 16% do total.

O setor de software apresenta uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 17,7%. O nicho deve alcançar US$ 7,72 bilhões até 2033, segundo relatório da Future Market Insights. Educação e aprendizado on-line registram expansão ainda mais acentuada e o CAGR chega a 30,15%.

A renda mensal de profissionais afiliados varia conforme o setor de atuação. De acordo com dados da Authority Hacker, a área de educação e aprendizado online lidera o ranking de ganhos, com média de US$ 15.551 por mês. Viagens aparecem com US$ 13.847, seguidas por beleza e cuidados com a pele (US$ 12.475), finanças (US$ 9.296) e tecnologia (US$ 7.418).

Pequenas empresas lideram alta no segmento nacional

No Brasil, empresas com até cem funcionários que adotaram o canal de performance registraram aumento de 13,6% em vendas durante 2025, de acordo com o relatório da Awin. Como o modelo permite alcançar públicos desejados com parceiros diversos, sem estrutura pesada de mídi, tem sido um atrativo para empresas menores.

Cashback, cupons e sub-redes aparecem como os formatos que geram melhores resultados para pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras. São canais que oferecem acesso direto a consumidores motivados por preço e conveniência. A dinâmica democratiza a competição em nichos até então dominados por grandes corporações.

Empresas que estruturam uma presença digital consistente costumam priorizar três etapas: comprar domínio próprio, desenvolver plataformas de conteúdo e implementar marketing de afiliados como fonte complementar de receita. 

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