Investimentos alternativos e diversificação internacional ganham força entre brasileiros, aponta Ricardo Guimarães

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Economista e CEO da AXT Proptech analisa o avanço da tokenização e a busca por ativos dolarizados como estratégia de proteção e performance em um cenário global de juros em queda

O aumento do acesso à informação financeira e o amadurecimento dos investidores brasileiros estão redefinindo o perfil da diversificação internacional. Segundo o economista Ricardo Guimarães, CEO da AXT Proptech, os investimentos alternativos, que incluem ativos tokenizados, fundos imobiliários internacionais e operações estruturadas lastreadas em imóveis ou dívidas nos Estados Unidos, deixaram de ser nicho para se tornar uma tendência de longo prazo na composição de portfólios de alta performance.

“Há uma mudança cultural em curso. O investidor brasileiro está entendendo que diversificação não é apenas comprar ações americanas, mas sim acessar ativos reais dolarizados com rentabilidade previsível e segurança jurídica”, afirma Guimarães, que acumula 25 anos de experiência no mercado financeiro, com passagens por instituições como XP Investimentos, Banco Inter e Hurst Capital.

A tese dos ativos alternativos tem crescido impulsionada pela queda gradual das taxas de juros nos Estados Unidos e pela busca por instrumentos descorrelacionados do mercado tradicional. De acordo com o economista, essa combinação cria um ambiente favorável para a realocação de capital global e abre espaço para produtos inovadores, especialmente os baseados em ativos tokenizados (RWAs – Real World Assets).

À frente da AXT Proptech, Guimarães coordena operações em quatro estados americanos, Geórgia, Alabama, Mississippi e Flórida, voltadas à aquisição e tokenização de Tax Liens e Tax Deeds, títulos ligados a imóveis com impostos atrasados. O segmento movimenta mais de US$ 22 bilhões por ano, segundo a National Tax Lien Association (NTLA), e vem atraindo investidores estrangeiros em busca de rentabilidade em dólar e proteção cambial.

“A tokenização democratiza o acesso a oportunidades antes restritas a grandes investidores. Com frações digitais de imóveis ou títulos, é possível participar de operações dolarizadas com valores menores, mantendo transparência e rastreabilidade em todas as etapas”, explica. “Além disso, ela traz liquidez para um mercado tradicionalmente ilíquido, tornando os investimentos mais dinâmicos e eficientes.”

O avanço da tokenização também reflete um movimento mais amplo de integração entre finanças tradicionais (TradFi) e finanças descentralizadas (DeFi). Na avaliação de Guimarães, essa convergência representa a próxima fronteira do mercado global. “Estamos caminhando para um ecossistema em que produtos financeiros serão híbridos, regulados, mas operando com a eficiência e a transparência da tecnologia blockchain. Isso muda a lógica da intermediação e amplia o alcance dos mercados de capitais”, diz.

Para o economista, a diversificação internacional via ativos alternativos não é apenas uma estratégia de proteção, mas uma forma de posicionar o investidor brasileiro no ciclo global de geração de riqueza. “Investir fora do país é uma maneira de reduzir a exposição ao risco doméstico, mas também de participar do crescimento de mercados mais maduros. Quando essa diversificação ocorre em ativos reais, como imóveis, há ainda o benefício adicional da previsibilidade e da valorização cambial”, conclui.

Sobre Ricardo Guimarães

Ricardo Guimarães é economista formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e possui mais de 25 anos de experiência no mercado financeiro brasileiro. Foi sócio da XP Investimentos, da Hurst Capital e do Banco Inter, onde participou da criação de produtos estruturados e fundos imobiliários inovadores. Atualmente, é CEO da AXT Proptech, empresa de tecnologia com atuação nos Estados Unidos e foco na originação, gestão e tokenização de ativos imobiliários oriundos de Tax Liens e Tax Deeds.

Com sólida trajetória no mercado de capitais e profundo conhecimento em finanças tradicionais (TradFi) e finanças descentralizadas (DeFi), Guimarães lidera iniciativas que conectam investidores globais ao mercado imobiliário norte-americano por meio da tokenização de ativos reais (RWAs). Sua atuação tem como propósito democratizar o acesso a investimentos dolarizados, com segurança jurídica, eficiência operacional e impacto positivo nas comunidades locais.

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