Keruv Araiot revela dualidade entre amor e coragem em novos singles “Nuvens Espaciais” e “YOLO”

Luca Moreira
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Keruv Araiot
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O artiste indie LGBTQIA+ Keruv Araiot dá início a uma nova fase de sua trajetória com o lançamento dos singles “Nuvens Espaciais” e “YOLO”, ambos pela Marã Música e contemplados pelo edital Aldir Blanc. As faixas, que integram o futuro EP Tudo que não pode ser, revelam diferentes lados de uma mesma jornada emocional — da leveza do amor à força de enfrentar incertezas — e consolidam Keruv como uma das vozes mais autênticas e experimentais do cenário independente brasileiro.

 “Nuvens Espaciais” nasceu de uma sensação de encantamento e “YOLO” de uma entrega à vida. Essas duas faixas parecem representar polos diferentes — o amor e a coragem. Como você enxerga o diálogo entre eles dentro da sua própria trajetória pessoal?

O amor e a coragem, por mais que sejam coisas diferentes, estão interligados. Para amar, é preciso ter coragem — e para ser quem você é, exige o dobro dela.

Acho que essa energia do amor puro, presente em Nuvens Espaciais, é muito o que sinto ser agora, sabe? Buscando esse amor puro, natural e inocente — de estar com quem você gosta, fazendo o que ama e levando a vida de forma mais leve, como as nuvens. (risos)

Já YOLO fala muito sobre sonhar e, ao mesmo tempo, manter os pés no chão, acreditando que você é capaz de fazer acontecer. Ela traz essa coragem de amar intensamente. Acho que é isso que tenho levado comigo: amar e ter coragem para amar com o meu amor.

Ambas as músicas surgem a partir de experiências muito sensoriais e emocionais. Quando você compõe, o que vem primeiro: o som, a palavra ou o sentimento?

É muito aleatória a forma como componho — as ideias vão surgindo e tudo depende do que vem primeiro.

Keruv Araiot
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A arte japonesa do kintsugi celebra as cicatrizes como parte da beleza — e “YOLO” parece carregar essa mesma ideia de se reconstruir. Quais foram suas próprias “fissuras de ouro” nesse processo criativo?

Pensei muito em ressignificar o amor, mostrando que ele está em tudo e pode se manifestar de várias formas.

Sua música transita entre o experimental, o indie e o emocional, e traz uma forte identidade LGBTQIA+. Como essa pluralidade influencia a forma como você cria e se expressa artisticamente?

Eu quero apenas criar, explorando sentimentos. Tudo o que me influencia, eu busco filtrar e transformar em arte.

Keruv Araiot
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Você falou que “Nuvens Espaciais” nasceu de um encantamento. O que mais te encanta hoje — na vida, nas pessoas ou na arte?

Na vida, porque as pessoas fazem parte dela — e tudo isso é arte. Existe um pouco de arte na vida e nas pessoas.

O trabalho com o produtor Caio Rennó parece ter sido essencial para construir essa nova estética. Como foi esse processo de parceria e troca criativa entre vocês?

Conheci o trabalho do Caio e senti uma afinidade com o estilo musical dele. Ele é um dos poucos produtores da região que está trilhando um caminho voltado para o som mais eletrônico e underground. A gente se entende bem na hora de criar — essa compreensão mútua faz tudo acontecer naturalmente.

Keruv Araiot
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Em “YOLO”, existe uma melancolia que se mistura à força. Como é para você transformar sentimentos intensos em algo que possa ser ouvido e acolhido por outras pessoas?

É afirmar que o amor não tem fronteiras. É sentir que, de alguma forma, consegui me comunicar com alguém que entendeu e se identificou com o que eu quis dizer.

Seu novo EP se chama “Tudo que não pode ser”. O que esse título representa pra você — e o que você acredita que ainda “não pode ser”, mas precisa ser dito através da arte?

(risos) Eu estava esperando essa pergunta! Quando pensei nas músicas para criar o EP, imaginei como cada faixa poderia se conectar em um todo. Todas falam de amor, e Tudo Que Não Pode Ser tem um significado duplo: pode ser algo “que não deve ser feito”, mas também algo “que deveria poder ser”.

É um jogo de sentidos — sobre tudo o que ainda “não pode ser”, mas precisa ser dito através da arte. É sobre expressar quem você é, sem julgamentos.

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