Du Neri celebra liberdade criativa em seu álbum de estreia “Um Lugar ao Sol”

Luca Moreira
6 Min Read
Du Neri
Du Neri

A cantora e compositora Du Neri lança no dia 17 de outubro o álbum “Um Lugar ao Sol”, disponível em todas as plataformas digitais pela Marã Música. O trabalho marca uma nova fase em sua trajetória, guiada pela autodescoberta e pela liberdade artística, com um repertório que transita entre o rock, o samba e o pop brasileiro. As faixas, nascidas de momentos de introspecção e emoção genuína, traduzem o diário musical da artista e abordam temas como identidade, vulnerabilidade e expressão pessoal, consolidando Du Neri como uma das vozes mais sensíveis e autênticas da nova cena independente.

 “Um Lugar ao Sol” marca um momento de autodescoberta e liberdade criativa na sua carreira. Que transformações pessoais te levaram até esse ponto?

As músicas são de momentos muito distintos. É possível perceber vários sentimentos que transbordam das letras. Alguns momentos delicados da vida, com a perda de pessoas queridas, as dúvidas da adolescência, a ansiedade, algumas decepções com amigos, Mas também  momentos felizes, de esperança e de fé.

O álbum mistura rock, samba e outros estilos. Como foi o desafio de equilibrar tantas influências sem perder a sua essência?

Não foi difícil porque porque não foi planejado, essa variedade aconteceu naturalmente e também reflete um pouco das influências musicais que me rodeiam. O trabalho do staf de produção com o Denis Carvalho também foi fundamental para encontrarmos esse conjunto de harmonias.

Du Neri
Du Neri

Você mencionou que suas músicas funcionam como um diário. Qual foi o momento mais íntimo ou desafiador de transformar sentimentos tão pessoais em arte?

Aceitar que meu diário iria se tornar arte para o mundo, porque até então era apenas para consumo próprio. Era eu comigo, então aceitar levar isso pra frente foi um processo desafiador. Mas era tanta gente pedindo pra publicar as músicas que meu pai se convenceu e me convenceu. Não foi fácil, mas estamos aqui.

Canções como “Corpo Estranho” e “Personagem” abordam dilemas que muitas vezes são silenciados. Que tipo de conversa você espera despertar com essas faixas?

Espero que as pessoas lembrem que elas sentem coisas das quais elas normalmente falam que não estão sentindo. São coisas que as vezes a gente não quer aceitar que estão acontecendo e preferimos silenciar, mas acabamos sofrendo sozinhos com isso, e a música serve pra mostrar que não precisa ser assim. Então espero que desperte diálogos abertos não apenas sobre as questões que as duas músicas trazem, mas como sobre as diversas dificuldades individuais e singulares.

Du Neri
Du Neri

A forma como você descreve o processo de composição — quase intuitivo, como se as músicas se desenhassem sozinhas — é fascinante. Já aconteceu de uma canção te surpreender, como se ela te dissesse algo que você ainda não sabia sobre si mesma?

Sim! Muitas vezes. Ultimamente tem acontecido o tempo todo, com uma frequência assustadora. As músicas tem me ajudado a me conhecer, é um olhar para dentro.  Imagina só, eu estando desesperada e me surge uma música para eu ficar calma, que tem alguém cuidando de mim e que o final vai ser feliz.

 “Um Lugar ao Sol” também parece falar sobre pertencimento e visibilidade. O que significa, pra você, encontrar o seu próprio “lugar ao sol” dentro da música brasileira?

É um espaço que eu não achei que aconteceria, mas agora que está acontecendo eu vejo como uma oportunidade de levar uma mensagem boa, pelo meu ponto de vista, e vejo como uma forma de ser útil, muito além de entretenimento.

Du Neri
Du Neri

O álbum nasceu de maneira espontânea, mas carrega um propósito profundo. Quando você percebeu que ele tinha se tornado algo maior do que um conjunto de canções?

Quando meu pai falou assim: Maria, vamos publicar suas músicas, e eu perguntei: É o quê? Mas quando o Dênis mostrou o primeiro arranjo de Direção ao Sol, eu já senti que tinha algo a mais, depois, quando ele mostrou os arranjos para Corpo Estranho, Personagem e Estrada, eu tive certeza.

Você disse estar ansiosa, mas confiante com o lançamento. Que tipo de reação do público te faria sentir que todo o processo valeu a pena?

Só de ver as pessoas ouvindo e gostando, saber que fiz alguma coisa que fez outra pessoa ter um sentimento bom sobre si, sobre a vida ou sobre o mundo, Isso já faz valer a pena. Já valeu a pena.

Du Neri
Du Neri

Acompanhe Du Neri no Instagram

TAGGED:
Share this Article

Você não pode copiar conteúdo desta página