Juliê lança “Mapa do Coração” e convida o público a seguir a intuição no novo single

Luca Moreira
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Juliê (Micaías Meneghet)
Juliê (Micaías Meneghet)

A cantora e compositora sul-mato-grossense Juliê apresenta ao público seu novo single, “Mapa do Coração”, disponível em todas as plataformas digitais pela Marã Música. A faixa integra o projeto #EUsouMS Sessions, que celebra a nova cena musical do Mato Grosso do Sul com performances ao vivo e autênticas. Com batidas que mesclam afrobeat, poesia e ancestralidade, a artista transforma a canção em um convite para desacelerar e ouvir a própria intuição — um retrato sensível de liberdade, conexão e entrega que também ganha uma session especial ao vivo, lançada no mesmo dia.

“Mapa do Coração” fala sobre se guiar pela intuição. Qual foi o momento da sua vida em que você percebeu que precisava confiar mais no coração do que na razão?

Existem muitos momentos, a rigidez de uma virginiana demora se moldar, e fui entendendo que, por mais que eu tentasse planejar tudo, a vida sempre me levava pra lugares que o coração já sabia antes da mente entender. Um exeplo claro e lindo foi quando procurei justamente o Junior (EusouMS) e pedi ajuda e algumas direções (coisas que virginanas não fazem kkk), sem saber que eles já haviam me escolhido para ser a terceira Artista da Sessions e que já estavam me acompanhando a meses, tenho este e muitos outros exemplos. Tive que aprender a silenciar um pouco o barulho de fora e ouvir o que vinha de dentro foi aí que entendi que o coração sempre foi o meu mapa, o que me guia pra onde eu realmente pertenço.

A faixa tem uma sonoridade rica, misturando afrobeat, poesia e ancestralidade. Como foi o processo de encontrar esse equilíbrio entre o moderno e o espiritual na música?

Foi muito natural já tinhamos o inicio e refrão feito pelos meus amigos talentosos, Arthur Rostey e Marcelo Brinholi, só precisavamos terminar, o Arthur abraçou total aquele momento, viviamos transformações intensas que nos levou ao restante da música com muita leveza.

Juliê (Micaías Meneghet)
Juliê (Micaías Meneghet)

Você comentou que a canção nasceu de uma madrugada cheia de trocas e confidências. Como esses encontros criativos costumam te transformar pessoalmente?

Esses encontros sempre me transformam porque cada troca me faz enxergar um pouco mais de mim e um pouco mais do outro. Quando a gente compartilha ideias, vivências e sentimentos de forma verdadeira, algo se abre, caminhos de abre, é como se cada pessoa trouxesse uma chave pra um canto diferente do coração. Nessas madrugadas de criação, eu me sinto inteira, vulnerável e ao mesmo tempo forte, porque percebo que a arte nasce justamente desse lugar de conexão e entrega.

A música fala sobre leveza e sobre deixar ir o que não faz bem. Existe algo que você precisou “deixar ir” para chegar a essa nova fase da sua carreira?

Sim. Pra chegar até aqui, precisei deixar ir muita coisa, a vida é uma constante transformação né?! Principalmente a necessidade de controlar tudo e de corresponder a expectativas que não eram minhas. Deixei ir medos, perfeccionismo, cobranças e até algumas pessoas e caminhos que já não vibravam na mesma frequência. Foi um processo de limpeza interna mesmo, pra abrir espaço pro novo. Hoje, entendo que leveza também é coragem, coragem de confiar no tempo, no fluxo e em mim.

Juliê (Micaías Meneghet)
Juliê (Micaías Meneghet)

O projeto #EUsouMS Sessions celebra a nova cena sul-mato-grossense. O que significa, pra você, representar essa força musical do seu estado em um projeto tão autêntico?

Representar a nova cena sul-mato-grossense nesse projeto é uma honra e também uma responsabilidade muito bonita, por ser a primeira Mulher do projeto. Venho de um lugar cheio de vozes potentes, de histórias e sonoridades que merecem ser ouvidas, no Mato Grosso do Sul não tem só sertanejo como geralmente é citado por ai e poder levar um pouco disso pro mundo é como afirmar: a gente existe, a gente cria, a gente pulsa, nossa voz importa. O #EUsouMS Sessions é sobre autenticidade, apoia o artista independente e a música autoral é sobre fazer música com verdade, e estar nesse movimento me faz sentir parte de algo maior, uma geração que tá escrevendo um novo capítulo da música do nosso estado.

Sua trajetória une corpo, voz e emoção — da dança à música. De que forma o movimento físico influencia sua criação musical hoje?

O corpo sempre foi meu primeiro instrumento. Antes mesmo da voz, era através do movimento que eu aprendia a sentir o ritmo, o tempo. A dança me ensinou a ouvir o corpo, e isso influencia tudo na minha música, a linguagem que uso vem muito da dança o produtor fica meio maluco rs pois, uso a nomenclaturas: “dai aqui pode virar uma Gafieira, e depois volta pro Zouk” (linguagem de bailarina de salão). Quando estou criando, sinto as batidas, o balanço, o fluxo, e tem que caber no corpo, bater no coração pro beat ser aprovado. Hoje, quando componho ou canto, ainda é o corpo que guia, ele entende a emoção antes das palavras. É como se dançar e cantar fossem só formas diferentes de dizer a mesmas coisas. Então, o movimento acaba sendo o ponto de partida pra muitas das minhas canções, porque ele me conecta com a emoção de forma natural.

Juliê
Juliê

Você deixou a música como última da session por medo da emoção. Quando chegou o momento de cantar, o que passou pela sua cabeça e pelo seu coração?

Foi muito dificil chegar naquele dia muitos contratempos aconteceram e lidar com isso pede um pouco mais de emocional. Essa música tem uma parte que o tom sobe, então eu senti na voz o nervosismo, o calor de Campo Grande aumentou nessa música. Então eu silenciei tudo! No Set tinham pessoas muito importantes pra mim, e eu queria que ficasse lindo! Eu sentia e sinto tanta gratidão por finalizar esse projeto, que essa música diz tudo por mim.

 “Mapa do Coração” parece ser também uma metáfora sobre se permitir viver o presente. Que mensagem você gostaria que o público levasse dessa “oração musical”?

Sim, neste mundo onde existe muita pressa, eu olho pra rotina dos meus e também a minha, não tem como tentarmos acelerar os processos, a gente passa muito tempo tentando entender e decifrar o que vem depois que esquece de viver, ” eu queria que “Mapa do Coração” fosse quase um “Post It” grudado na geladeira, pra todos se lembrem de parar pra respirar e confiar no AGORA, pois, é tudo o que temos! Aceitar esse convite para voltar para dentro e escutar o seu coração, pois, as respostas geralmente estão ali, mesmo que o caminho não pareça claro, continua fazendo seu corre, plantando as sementes bonitas, e regando, Porque o coração sempre sabe o tempo certo de cada coisa.

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