Charmaine Dominguez, nutricionista, coach de saúde e empreendedora, se destaca como uma das maiores referências online no combate ao diabetes tipo 2. Com quase 1 milhão de seguidores, ela fundou a “Reversing Diabetes Revolution”, movimento que já ajudou mais de mil pessoas a alcançarem a remissão da doença por meio de uma abordagem focada em alimentação integral e baseada em vegetais. Diferente das tendências passageiras, Charmaine alia ciência, nutrição e empreendedorismo para transformar vidas e ampliar o alcance da saúde metabólica no ambiente digital.
Você construiu um movimento forte e autêntico em saúde metabólica, focado na reversão do diabetes tipo 2. Como você descreveria a importância de ir além das modinhas passageiras e apostar em uma alimentação baseada em alimentos integrais e vegetais para quem enfrenta resistência à insulina?
Obrigada! Eu realmente acredito que, quando se trata de reverter o diabetes tipo 2 e melhorar a saúde metabólica, precisamos ir além das últimas tendências e focar no que é consistentemente comprovado na prática — que é uma nutrição baseada em alimentos integrais, minimamente processados e de origem vegetal.
As evidências mais sólidas em nutrição não vêm de modismos ou soluções rápidas, mas de meta-análises e estudos populacionais de longo prazo, que apontam repetidamente que dietas ricas em leguminosas, grãos integrais, frutas, vegetais e proteínas vegetais são a base para prevenir e até reverter o diabetes tipo 2. Essas não são descobertas isoladas — são resultados repetidos ao longo de décadas de pesquisas e em várias culturas ao redor do mundo.
Um exemplo perfeito são as Zonas Azuis — regiões onde as pessoas vivem mais e com mais saúde. Essas comunidades não seguem dietas low-carb ou ricas em gordura. Elas consomem principalmente plantas, priorizam fibras e mantêm produtos animais e alimentos processados ao mínimo. E não só vivem mais — elas envelhecem sem as doenças crônicas que vemos tão frequentemente em populações ocidentais, incluindo o diabetes.
Então, quando falo com minhas clientes, lembro que o objetivo não é perfeição — é consistência. E quando a base é construída em alimentos integrais vegetais, você não está só controlando sintomas — está dando ao seu corpo ferramentas para se curar de dentro para fora, de verdade.
Com quase 1 milhão de seguidoras e mais de mil clientes atendidas, como você lida com a responsabilidade de ser uma referência tão influente no campo da saúde digital? Como mantém sua mensagem verdadeira e próxima da sua audiência apesar de todo esse crescimento?
É uma honra incrível — e uma responsabilidade que levo muito a sério. Como nutricionista registrada, tudo que compartilho tem base em pesquisas científicas revisadas por pares, não em tendências ou opiniões pessoais. Eu reviso constantemente novos estudos, me apoio no consenso de meta-análises em grande escala e priorizo evidências que resistem ao teste do tempo.
Num espaço onde a desinformação se espalha rápido, fiz da confiança uma missão, especialmente para pessoas que estão passando por algo tão transformador quanto o diabetes tipo 2. Minha audiência sabe que, quando compartilho uma dica ou recomendo um alimento, isso tem respaldo científico, não é hype.
Mas além dos dados, me mantenho próxima da minha comunidade. Leio os comentários, respondo perguntas e faço questão que se sintam vistas e apoiadas. Seja para uma pessoa ou um milhão, minha mensagem permanece a mesma: comida real, ciência e resultados.
Muitas pessoas hoje estão curiosas sobre o monitoramento contínuo de glicose (MCG) e seu impacto na vida. Como você orienta suas seguidoras a usar essa tecnologia sem cair na armadilha de “modinhas”, focando em mudanças sustentáveis?
Os monitores contínuos de glicose podem ser uma ferramenta poderosa para entender como seu corpo reage a comida, estresse, sono e atividade em tempo real. Costumo incentivar minha comunidade a usá-los — mas com uma mentalidade saudável. O objetivo não é obsessão por cada pico, e sim desenvolver consciência e fazer mudanças informadas e sustentáveis.
Como nutricionista, lembro minhas clientes que a glicose deve flutuar — é totalmente normal ver um aumento após comer ou se exercitar. O que importa é o quanto ela sobe. Geralmente buscamos um aumento menor que 50 mg/dL do pré para o pós-refeição, o que indica que o corpo está lidando bem com o alimento.
Mas também já vi pessoas ficarem ansiosas quando os números não estão “perfeitos”. É aí que o equilíbrio é fundamental. O MCG é uma ferramenta, não um teste de valor ou progresso pessoal. Se você se estressar, é hora de olhar para o quadro geral — progresso é mais importante que perfeição. Saúde metabólica não é perseguir uma linha reta; é consistência, nutrição e paz de espírito no caminho.

Você é profissional de saúde, empreendedora, esposa e também cria conteúdo para uma grande audiência — como encontra equilíbrio entre todas essas demandas? Que estratégias usa para buscar progresso diário sem exigir perfeição de si mesma?
Aprendi que estrutura e mindset são tudo. Começo o dia com intenção: uma rotina matinal de journaling que me ajuda a alinhar com meu propósito e ajustar meu estado mental. Depois faço uma caminhada diária de uma hora na natureza — sem celular, só movimento e silêncio. Esse tempo me ancora, limpa a mente e me lembra de estar presente.
Minha fé e espiritualidade também são fundamentais para me manter centrada. Por mais cheia que a vida fique, carrego uma confiança profunda de que tudo vai dar certo. Essa paz me permite liderar, criar e estar presente para os outros com alegria.
E não conseguiria fazer nada disso sem meu time incrível. Eles acreditam na missão tanto quanto eu, e esse apoio faz toda diferença. Estamos todas juntas, e saber que não estou sozinha me dá espaço para ser criativa, energizada e focada no que realmente importa — ajudar pessoas a se curarem.
Pensando no verão que vem aí, que receitas rápidas ou dicas você recomendaria para quem quer controlar a glicose sem abrir mão do prazer de comer alimentos gostosos e sazonais?
Coma bastante pepino! Pepinos são super hidratantes (o que pode ajudar a baixar a glicose) e também muito refrescantes! Experimente adicionar essa salada asiática de pepino às suas refeições para ajudar a equilibrar o açúcar no sangue! Isso também mostra que comer saudável não significa abrir mão da comida gostosa!
Salada Picante de Pepino Gochujang
Essa salada crocante e marcante, inspirada na Coreia, traz o equilíbrio perfeito de picância, acidez e umami — sem óleo e 100% vegetal. É rápida de preparar e ótima como acompanhamento ou lanche leve!
Ingredientes (serve 2–3):
• 2 pepinos persas ou 1 pepino inglês grande, fatiado bem fino
• 1 colher de sopa de gochujang (pasta coreana de pimenta vermelha — procure versão vegana)
• 1 colher de sopa de vinagre de arroz ou de maçã
• 1 colher de chá de xarope de bordo ou de tâmaras
• 1 colher de chá de tamari com sódio reduzido ou aminos de coco
• 1 dente de alho picado
• 1 colher de chá de sementes de gergelim (opcional)
• 1 cebolinha fatiada fina
• Pitada de sal marinho (opcional)
Modo de preparo:
Salgar o pepino (opcional para textura):
Coloque as fatias de pepino em uma tigela, polvilhe um pouco de sal e deixe descansar por 10 minutos para tirar a umidade. Escorra e seque com papel toalha. Esse passo deixa o pepino mais crocante, mas pode ser pulado se preferir.
Preparar o molho:
Em uma tigela pequena, misture o gochujang, vinagre, xarope, tamari e alho até ficar homogêneo.
Misturar e gelar:
Despeje o molho sobre o pepino e misture para envolver tudo. Adicione cebolinha e gergelim, se usar. Deixe na geladeira por 15–20 minutos para ficar mais saboroso.
Servir:
Sirva gelado como acompanhamento, em wraps de alface ou junto com arroz e tofu.
Benefícios nutricionais:
• Baixo em calorias e carboidratos
• Rico em antioxidantes e especiarias amigas do intestino
• Sem óleos ou açúcares refinados
• Pode ajudar a equilibrar a glicose quando combinado com refeições ricas em fibras
Seu background multicultural e bilíngue certamente influencia seu trabalho. Como você acha que essa diversidade cultural enriquece sua visão sobre saúde e bem-estar, e como você a incorpora no seu método de reversão do diabetes?
Eu amo culturas! Sou chinesa (nascida e criada em Hong Kong) e casada com um mexicano-americano! Então, comidas culturais são uma grande parte da minha filosofia nutricional. Acredito que para comer saudável de forma sustentável você tem que amar a comida que faz parte da sua cultura. O segredo é fazer substituições mais saudáveis! Por exemplo, em vez de tacos de carne, você pode fazer tacos de camarão fresco ou de lentilha! Ou em vez de macarrão de arroz, pode usar macarrão 100% trigo sarraceno para fazer um ramen gostoso! Meu método de reversão do diabetes é muito personalizado — começo com o que você AMA comer e faço substituições saudáveis a partir daí!

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