Com apenas 13 anos, o jovem ator carioca Miguel Moro se prepara para um dos maiores desafios de sua carreira: interpretar Bruno, filho dos personagens de Carolina Dieckmann e Renato Góes, no aguardado remake de Vale Tudo, nova novela das 21h da Globo. No papel que foi originalmente vivido por Danton Mello, Miguel dará vida a um adolescente moderno, alegre e conectado, que enfrenta problemas típicos da geração atual, como o vício em telas e a ausência de atenção familiar.
Você tem apenas 13 anos, mas já acumula papéis marcantes na TV, no teatro e até no cinema. Como é, para você, crescer e se desenvolver como ator ao mesmo tempo em que está crescendo como pessoa?
Acho muito legal crescer e me desenvolver como ator ao mesmo tempo. Estou me desenvolvendo em uma área que gosto muito, e começar desde cedo tem sido uma experiência incrível. É algo que quero levar para a vida.
Claro que, às vezes, há dificuldades. Tem gente que encontra mais obstáculos para conciliar os estudos da escola com os estudos das cenas, mas, sinceramente, não sinto tanta dificuldade nesse sentido. Gosto bastante dessa rotina. É uma grande responsabilidade tentar equilibrar escola e gravações, mas estou gostando muito.
Em “Vale Tudo”, você dá vida ao Bruno, um menino alegre, mas que enfrenta um problema bem atual: o vício em telas. Como foi mergulhar nesse universo tão próximo da realidade de muitos jovens e, talvez, até da sua?
Acho que o vício em telas é um problema muito atual. Me inspiro tanto na minha vida quanto na de amigos próximos para entender melhor isso. E não são só adolescentes que passam por isso — muitos adultos também têm esse vício.
É uma questão que tem dois lados. Hoje em dia, ninguém mais se comunica por cartas, por exemplo. Tudo é feito pela tela: celular, redes sociais, jogos, entretenimento em geral. É algo inevitável. Viver sem celular é possível, mas muito difícil. Estou achando muito interessante mergulhar nesse universo com o personagem. Estou gostando bastante.
Esse papel marca sua estreia no horário nobre da Globo, em um remake tão importante para a teledramaturgia brasileira. O que passou pela sua cabeça quando soube que seria o novo Bruno, personagem que foi vivido por Danton Mello?
Fiquei impressionado quando soube que tinha ganhado o papel do Bruno, que foi vivido pelo Danton Mello. Ele é um grande ator, e eu espero, quem sabe um dia, chegar nesse nível também.
Estou muito feliz em viver o Bruno no remake. Pelo que meus avós me contaram, a versão original foi um sucesso e muito importante para o Brasil na época. Eu não assisti à versão antiga porque recomendaram que eu não assistisse, mas ouvi muita gente dizendo que foi uma febre, especialmente na época do “quem matou Odete Roitman?”.
Estar nesse elenco tem sido uma experiência incrível. É uma oportunidade enorme atuar ao lado de nomes como Renato Góes, Carolina Dieckmann, Luiz Melo, Edvana Carvalho, Ramille, entre outros. Além disso, estou aprendendo muito com o diretor Paulinho, que é sensacional. Estou muito feliz de ter essa chance de ver de perto o trabalho dele.
Você comentou que o Bruno é diferente dos personagens bíblicos que já interpretou. O que você aprendeu com essa mudança de estilo e o que te encantou nesse novo desafio?
Sim, já interpretei personagens em novelas bíblicas, inclusive em uma da Record. Atualmente, estou em uma novela com temas mais atuais, com o personagem Bruno.
Essa mudança de estilo tem me feito aprender bastante. É um novo tipo de história, mais moderna, que trata de problemas reais, do cotidiano. São situações que a gente olha e pensa: “Caramba, isso acontece na minha vida!”. Essa conexão com o público é muito forte e acho que isso é um dos pontos mais legais do remake de Vale Tudo.

Apesar de tão jovem, você já tem experiência com teatro, comerciais, filmes e séries. O que você mais gosta em cada uma dessas linguagens? Tem alguma que te faz sentir mais “em casa”?
É muito difícil escolher entre teatro, comerciais, filmes e séries — eu gosto muito de todos. Adoro séries da Netflix, novelas… Gosto bastante de teatro também, que é algo bem diferente em comparação com televisão.
Ainda não tive muita experiência com cinema, mas tenho muita vontade de enfrentar esse desafio. Até agora, as linguagens que mais fiz foram novela, teatro e séries, então são as que me sinto mais em casa. No fim das contas, ainda não consigo dizer qual prefiro, porque gosto de verdade de tudo isso.
Você já teve experiências ou conheceu pessoas iguais ao Bruno?
Acho que nunca conheci alguém que se refugia nas telas por falta de atenção dos pais. Então, para trazer essa verdade emocional para o Bruno, precisei entender bem esse lado.
O Bruno, na verdade, não se sente tão afetado pela ausência do pai. Claro que ele sente falta — tipo “cadê o pai?” —, mas quando o pai está presente, eles vivem momentos muito bons juntos: jogam videogame, vão ao kart, participam de eventos.
A mãe também é bem presente, principalmente no início da novela, quando ainda está sem emprego. Já o Ivo, pai do Bruno, é alguém que trabalha muito, e o Bruno sente orgulho disso. Ele vê que o pai está se esforçando, sendo promovido, e isso deixa ele feliz.
Você disse que compartilha com o Bruno o gosto por karts. Tem outras coisas em comum com ele? E em que momentos vocês são bem diferentes?
Eu faço aula de kart, e o Bruno também gosta de kart. Então isso já é um ponto em comum! Também gosto de praia, e o Bruno frequenta bastante. Sou uma pessoa bem familiar, gosto e confio muito na minha família, assim como ele. Acho que temos muitas semelhanças, mais do que diferenças.
Talvez a maior diferença seja que o Bruno mora com os avós, e eu não. Tenho contato com as minhas avós, mas não tanto quanto ele tem no dia a dia. Fora isso, me identifiquei muito com o personagem.
Sua carreira está só começando, mas já é cheia de conquistas. O que mais te emociona nessa trajetória até aqui? E o que você sonha em viver nos próximos papéis?
O que mais me emociona nessa trajetória até agora é perceber que estou aprendendo e, acima de tudo, gostando disso. Fico muito feliz por estar envolvido com algo que realmente amo fazer.
Outro dia assisti a uma cena em que o personagem Bartolomeu dizia algo como: “Não adianta trabalhar com algo que você não gosta”. E eu senti isso. Estou trabalhando com o que eu gosto, e isso é incrível. Conquistei um papel em uma novela da Globo, e isso é muito importante pra mim. É o meu primeiro trabalho lá, e estou muito feliz.
Para o futuro, sonho em fazer filmes, séries — quem sabe algo na Netflix ou outro streaming. Gosto de drama, histórias do cotidiano, até mesmo ação ou terror. Estou aberto a novos desafios, quero viver muitas histórias ainda!
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