Grupo Samba Esquema Russo lança o provocativo single ‘Cazuza Já Morreu’ e mergulha na liberdade sonora

Luca Moreira
8 Min Read
Samba Esquema Russo (Victor Vasconcellos)

A banda Samba Esquema Russo transcende qualquer limitação de gênero musical ou nacionalidade, mergulhando em uma psicodelia que flui pela liberdade sonora. Originados no Rio de Janeiro, eles lançam o single “Cazuza Já Morreu”, uma provocativa faixa acompanhada por um videoclipe que convida a uma viagem sensorial por imagens do cotidiano, explorando a interação entre memória e realidade.

Este lançamento é a porta de entrada para uma nova fase do Samba Esquema Russo, agora com uma formação renovada. Impulsionados por guitarras distorcidas, o grupo encontra inspiração nos contrastes entre as pitorescas paisagens da Serra dos Órgãos e a efervescente metrópole carioca. Duas origens separadas por uma curta distância espacial, mas divergentes em termos de tempo, cores, tons, ritmos e sons.

O vídeo do single captura essa divergência. Entre um turbilhão de imagens que variam de eventos brutais a momentos sublimes, emerge uma visão enevoada, mas ao mesmo tempo confiante no que vê. O alerta “Esteja atento: sob neblina use luz baixa” acompanha essa dualidade. O Samba Esquema Russo, surgido na interseção de trilhas sonoras diversas, absorve as reverberações da palavra que nasce. Uma jornada do novo ao noise e, agora, ao russo, tecida nas personalidades de Vinícius Gusmão (guitarra) e Gabriel Gorini (guitarra).

“Cazuza Já Morreu” é mais do que uma simples música; é um convite à liberdade criativa, à transgressão de fronteiras e à subversão de expectativas. O Samba Esquema Russo rejeita rótulos, gêneros e categorizações. Mais do que definir o que é, a banda enfatiza o que não é. O single desafia classificações, não é uma crítica social nem uma homenagem póstuma. Ele não é continuação nem ruptura, não é tradição nem vanguarda, é algo único.

A jornada do Samba Esquema Russo é uma busca por sentido nas palavras e nos sons, inspirada pela travessia. Assim como na Serra dos Órgãos, onde o caminho entre a Pedra do Açu e a do Sino exige preparo e familiaridade com o terreno, a banda encontrou seu ponto de encontro na constante caminhada até o destino, sem temer a jornada.

Esse novo lançamento é apenas o primeiro de uma série planejada pela banda. Enquanto aguardamos os próximos passos, podemos mergulhar no grito de anticonformismo de “Cazuza Já Morreu”. A faixa está disponível em todas as principais plataformas, e o clipe pode ser encontrado no canal oficial da banda no YouTube.

O Samba Esquema Russo é conhecido por sua abordagem única e psicodélica à música. Poderia nos contar mais sobre como surgiu essa abordagem e como ela influencia o som da banda?

Não sabemos se somos realmente conhecidos, mas é verdade que tentamos imprimir ou explorar um som que varia entre o habitual e o experimental. Estamos começando essa etapa de lançamentos e novas gravações agora, experimentando e aprendendo continuamente o som que buscamos.

O novo single “Cazuza Já Morreu” traz uma mistura intrigante de sons e imagens. Poderia explicar o conceito por trás dessa música e do videoclipe que a acompanha?

No clipe, a ideia era fazer uma colagem ritmada, usando um universo de referências que nos inspiram; artistas, paisagens, fatos da vida cotidiana, e facetas culturais dos lugares onde vivemos.

Com uma formação renovada, como o Samba Esquema Russo está evoluindo musicalmente? Existem novas influências ou direções que estão explorando?

Sempre buscamos novas e velhas referências. Cazuza Já Morreu é o primeiro single do álbum O (interminável) ano do Rato, que vamos lançar em setembro deste ano. As canções apresentam um pouco da sonoridade que temos desenvolvido, com uma mistura de diversos gêneros musicais que sempre gostamos. Talvez isso faça com que as músicas do álbum sejam bastante diferentes entre si e ao mesmo tempo mantenham uma unidade musical.

Samba Esquema Russo

O duo mencionou a influência das paisagens contrastantes da Serra dos Órgãos e da cidade do Rio de Janeiro. Como essas paisagens se traduzem na música do Samba Esquema Russo?

A neblina das montanhas e a maresia do Atlântico se misturam na nossa vida pessoal e artística. Essa neblina também é chamada de “russo” – um dos vários sentidos dessa palavra.

“Cazuza Já Morreu” é descrito como um convite para “colorir fora das linhas”. Como vocês esperam que os ouvintes reajam a essa música que não se encaixa em categorias convencionais?

Esperamos que os ouvintes gostem a ponto de pagar pra ir em um show nosso.

A banda destaca que o som de “Cazuza Já Morreu” não é uma crítica social, homenagem póstuma, continuação, ruptura, tradição ou vanguarda. Como vocês conseguiram criar uma música que transcende todas essas definições?

Não queremos transcender nada. Acreditamos na brincadeira levada a sério.

O Samba Esquema Russo menciona uma sequência de lançamentos já projetados. Poderia compartilhar um vislumbre do que os fãs podem esperar desses futuros lançamentos?

Por enquanto, nossos fãs são só os nossos amigos, e eles podem esperar um álbum diferente do que está sendo feito na atual cena brasileira. 

A travessia e a jornada são temas recorrentes na abordagem do Samba Esquema Russo. Como esses conceitos se conectam com a jornada da banda na cena musical?

A travessia é a jornada de todo ser, sempre na tensão de nascimento e morte. Lembrar disso é talvez um dos ensinamentos mais arcaicos da experiência de viver.

Como é o processo criativo da banda? Como vocês colaboram para criar músicas que são ao mesmo tempo inovadoras e autênticas?

A atitude é ser um servidor da criatividade e da música, e tentar fazer o melhor possível dentro das limitações.

Além de sua carreira musical, vocês também têm um videoclipe intrigante que acompanha “Cazuza Já Morreu”. Como foi o processo de criação desse vídeo e qual mensagem vocês esperam transmitir aos espectadores?

O clipe talvez seja uma espécie de mapa, mas não tem mensagem ou segredo nenhum. O processo de criação foi: ficamos dias e dias na frente do computador editando. Esperamos que as pessoas ouçam a música e apreciem as possibilidades reais da cinematografia.

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