Psicose – Robert Bloch

Thaís Rochelle
5 Min Read

Talvez você já tenha assistido ou ouvido falar no filme Psicose (1960), mas você sabia que ele foi inspirado em um livro? E é dele que vou falar hoje.

A obra de Robert Bloch foi publicada em 1959, e nos conta a história do personagem fictício dono do Motel Bates, o Sr. Norman Bates.

A princípio somos apresentados à personagem Marion Crane. Somos envolvidos por sua rápida história de romance, onde percebemos uma Mary preocupada com sua idade e com sua falta de um compromisso sério, quando conhece Sam Loomis, por quem se apaixona e pretende se casar.

Sam enfrenta alguns problemas financeiros após o falecimento de seu pai, herdando um negócio praticamente afundado em dívidas, as quais pretende quitar para dar continuidade ao serviço, e apenas após concluir essa meta pessoal é que Sam pretende se casar e morar com Mary, para poder proporcionar ao casal uma vida melhor.

Superando toda a história pessoal e desenvolvimento dos personagens, acompanhamos como a personagem acaba furtando a quantia de R$ 40.000,00 reais de onde trabalha há anos, quando toma posse do dinheiro que deveria realizar um depósito a pedido de seu patrão, vendo aí uma solução imediata para “resolver” seus problemas.

Fugindo com o valor em mãos, ela acaba pegando a saída errada da estrada e se hospedando no Motel Bates para descansar e fugir da forte chuva pela qual estava passando, entrando em cena o personagem chave desta história.

Norman Bates é um quarentão esquisito, como as pessoas que o conhecem o descreve. Gerencia o motel e, além disso, lê muitos livros de conteúdo questionável para passar seu tempo. Também é um grande admirador da taxidermia. Não possui nenhum relacionamento – romântico ou sequer social- com qualquer outra pessoa; é realmente muito solitário.

Fruto de um relacionamento muito conturbado que o personagem nutria com Norma Bates, sua mãe dominadora e controladora, que tem sobre ele uma forte influência, lhe impediu de criar uma personalidade própria saudável, de se desenvolver como indivíduo. Acompanhamos os pensamentos de Norman, e como ele lida com as sequelas dessa relação, e até suas “conversas” com sua mãe, a forma como ele a enxerga e vice-versa.

Toda a obra relata essa luta interna que Norman sofre a respeito dessa relação, que justifica tudo o que descobrimos ao longo das páginas a seu respeito, levando todos os acontecimentos a fazerem sentido conforme vamos entendendo sobre quais condições ele está.

Ausente de todo esse contato humano, ele acaba convidando e jantando com sua nova hóspede, o que nos leva a uma série de acontecimentos que não entrarei em detalhes para não dar spoiler!

Com o sumiço do dinheiro, e sem conseguirem entrar em contato com Marion, começam os questionamentos; onde ela estaria? O que o Sr. Bates está escondendo?

Essa não é uma história apenas sobre Marion Crane. Também não é uma história apenas sobre Norman bates, posso garantir. É muito mais que isso. É mistério, é suspense, é apreensão a cada acontecimento. E um incrível Plot Twist no enredo que nos deixa de queixo caído. Eu diria que até mais de uma vez.

Quanto ao autor, escreveu com excelência esta obra, que tem personagens com características muito fortes e bem desenvolvidos, que nos traz diversos sentimentos durante a leitura. Acompanhar o desenvolvimento dos personagens e como funciona a mente de Norman Bates é uma experiência incrível.

Para quem é fã de thriller e ainda não conhece, recomendo demais esta obra. A título de curiosidade, o personagem principal não fora apenas fruto da brilhante mente do autor. Inspirado em Ed Gein, um assassino preso no Wisconsin em 1957, que tinha uma relação doentia com sua mãe dominadora, e também fazia experimentos em corpos de cadáveres retirados do cemitério.

E por hoje é isso, boa leitura e até a próxima!

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