Dra. Caroline Aguiar aponta quais são os principais cuidados ao realizar o procedimento de peeling de fenol para a pele

Luca Moreira
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Em evidência na mídia nas últimas semanas, devido aos resultados surpreendentes no combate ao envelhecimento da pele e rugas, o peeling de fenol tem sido apresentado como um tratamento quase milagroso e que promete em uma única sessão eliminar rugas, melasmas e atenuar marcas de expressão. No entanto, apesar de todo o hype em volta do procedimento, é preciso estar atento não apenas aos benefícios, mas também aos riscos e contraindicaçõoes associadas ao fenol.

A dermatologista Dra. Caroline Aguiar (SBD | RQE 84833) afirma que a técnica, se feita corretamente é segura. Sendo suficiente que o profissional siga os protocolos corretos e que o procedimento seja realizado por um especialista médico. “Não são todos os profissionais da área de estética que estão devidamente autorizados a realizar o peeling de fenol. A técnica só pode ser feita por médicos dermatologistas ou cirurgiões plásticos e, nos dois casos o profissional deve ser especializado na técnica. Para o paciente a recomendação é que o peeling seja aplicado em peles claras”, pontua.

Riscos e benefícios

A Dra. Caroline Aguiar ressalta as principais características do tratamento que devem ser levadas em consideração pelo paciente. “Apesar de não ser considerado como um procedimento cirúrgico, é invasivo porque provoca uma grande agressão na pele. Após o procedimento a pele fica com o aspecto de ter sofrido queimadura profunda, pelo menos na primeira semana. Devido aos riscos e a agressão sofrida pela pele, o procedimento deve ser feito em centro cirúrgico ou ambulatório monitorado. A aplicação é feita em etapas para evitar altas concentrações que podem gerar sobrecarga no coração resultante da metabolização da substância no organismo acima do normal”.

Segundo a especialista, os benefícios são muitos e superam em muito os riscos, quando realizados com profissionais credenciados. “Eu tenho larga experiência com o peeling de fenol porque foi alvo de estudos durante a minha residência médica, onde fiz uma publicação no Journal of the American Academy of Dermatology sobre essa técnica. É importante frisar que não se trata de um técnica nova, pois já é usada há mais de 20 anos e não há registro de mortes de pacientes. Toda pessoa saudável ou que tenha comorbidades tratáveis, como uma diabetes controlada, pressão alta controlada, tireóide controlada, pode fazer. Apesar de o pós operatório ser muito doloroso e exigir cuidados redobrados, em especial com a higiene e exposição solar, devido ao estado em que a pele fica nas primeiras semanas, os resultados são muito positivos, com efeito rejuvenescedor em alguns casos equivalente a voltar décadas”.

No entanto, apesar dos efeitos positivos do peeling de fenol, a dermatologista revela que já existem outras técnicas que podem proporcionar resultados semelhantes com menos complicações para o paciente. “Muitos médicos acabam optando por não fazer o peeling de fenol devido ao desconforto que causa ao paciente. Alternativamente, eu também prefiro outros tratamentos como laser ablativo, fios de PDO e ultra-som microfocado”, conclui.

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