Sobrevivendo a uma visita inesperada

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Esse ano aconteceu algo que ninguém no mundo conseguiria esperar. Muitos retrataram como uma mensagem de Deus para que mudemos nossos modos de viver e outros simplesmente trataram a notícia como uma questão de aprendizado. Achamos que os dois lados podem ser viáveis, afinal nada no mundo aconteceu por acaso, e não é dessa vez que seria diferente. Alguns lugares do mundo durante suas histórias já tiveram vários momentos de perigo como a 1ª e a 2ª Guerra Mundial, marcadas pelos climas de terror e insalubridade, porém, não sei se podemos chamar esse caso como algo que foi totalmente culpa do ser humano, devido as partes que podemos dividir a chegada da pandemia do novo coronavírus, que começou em fevereiro de 2020 em uma região da China e se alastrou durante meses. Acredito que possamos aplicar um pouco da culpa nos seres humanos, pois foram feitos inúmeros pedidos e pesquisas que comprovaram que o isolamento social desde que foi declarado poderia frear o aumento dos números de contaminados e mortes que em maio já havia chegado há mais de 348 mil mortes e 5 milhões de contaminados globalmente. Nessa data, o Brasil já estava com cerca de 24 mil mortes e 392 mil confirmados.

Por mais que possamos ver a descrença e a ignorância de algumas pessoas que não obtiveram muito acesso a informações por suas condições, estados como São Paulo chegaram a atingir menos de 50% de isolamento. Nesses casos podemos tentar medir uma certa negligência, inclusive pois estávamos em uma situação que atinge diretamente a saúde pública e em que um ato pode colocar a vida de milhões em risco. O momento pedia algo que muitas vezes é difícil obter em uma comunidade, o apoio e unir pessoas agindo como uma. É igual a um professor de faculdade chegar em uma sala de aula e pedir a colaboração do silêncio de todos para dar uma aula, só que em nosso caso, seria uma atividade que poderia salvar a vida de diversas pessoas. A humanidade literalmente salvaria o mundo se olhassem para os outros lados.

Foto: Pixabay

Em relação ao sistema econômico, os políticos muitas vezes não demonstravam ajuda e colaboração com a nação que eles se responsabilizaram em representar. Sabemos que é impossível ouvir literalmente um por um dos habitantes de um país, porém, não podemos fazer algo pensando em valorizar uma parcela de pessoas, enquanto a outra sofre com um medo real. Indivíduos depois que se tornam pessoas públicas possuem naturalmente mais peso em suas decisões, e com certeza cada passo deve pesar na consciência se essa carga toda está posta em cima de uma pessoa só, porém não há muito o que se possa fazer sozinho. O governo deveria servir como uma grande família, o presidente, os governadores e os ministros não estariam sozinhos em suas decisões se todos se interligassem e formassem um só corpo. Se um plano ou caso desse errado, todos os dominós cairiam juntos, é o que podemos relacionar a população que foi acometida por esse vírus ou aquelas pessoas que não contribuem para o fim dessa história que parece nunca chegar a um fim. O mundo está andando cada vez mais ao contrário de sua evolução, tomando atitudes que primeiramente podem parecer positivas mais que ainda estão despreparadas para evoluírem. Com esse agravamento das situações, diversas leis e métodos foram criados para conseguirem manter os cidadãos em casa, pois apenas no Amazonas, por exemplo, foram confirmados mais de 1.667 casos em um único dia. Apesar de serem adotadas práticas para conscientizar a população, como criação de lockdown em mais de 18 cidades de cinco estados brasileiros, ainda acho um absurdo que o mundo precisa de uma lei especificamente mandando que protejam suas vidas. É impressionante ver como algumas pessoas se tornaram tão dependentes nesses esses níveis.

Em meio a essas situações, entre as inúmeras que essa “paralisação” atingiu, era evidente que não iria demorar muito para que as pessoas tivessem uma queda em seus estados financeiros e que alguns comércios não sobreviveriam por muito tempo, na cidade de Niterói, por exemplo, uma matéria do jornalista Leonardo Sodré constatou que já teriam 40 lojas permanentemente fechadas no município, em que o sindicato previa que as medidas mais rigorosas de isolamento, poderiam levar 150 estabelecimentos ao seu fim. A população acabou ficando em uma balança muito difícil, que foi ter que escolher entre a sua vida e a economia. Por esses fatos, podemos tentar enquadrar que a culpa não foi totalmente pela sociedade, afinal ninguém se prepara para uma situação dessas. É igual à morte de alguém, por mais que os médicos nos deem sinais, o nosso psicológico nunca está preparado. Acredito que o que podemos fazer estando nessa posição e aproveitar o nosso tempo e pensar em como podemos sobreviver ao presente e viver o futuro, pois muitas coisas não serão mais como antigamente, teremos que começar histórias que nos antecedem a gerações e saber aceitar o novo início.

Foto: Pixabay

O mundo já passou por situações muito piores do que essa como foi a Peste Negra na Europa que levou milhões de pessoas a óbito e devemos procurar seguir o exemplo que tivemos nessa história, procurar reinventar nossas vidas e procurar mantermos a calma. Com essa pandemia, muitas empresas e trabalhadores autônomos conseguiram adaptar seus trabalhos a atividades que possam ser feitas se distanciando de outras pessoas, como os trabalhos por internet, lojas virtuais e home office, que aos poucos passaram a se tornar mais naturais no cotidiano das casas. Infelizmente algumas empresas como fábricas, gráficas e outras categorias não conseguiram adaptar-se fisicamente e tiveram as quedas, se responsabilizando ainda mais por terem que tomar cuidados extremos para evitar a contaminação. Podemos dizer que estamos revivendo as histórias das pandemias passadas no tempo moderno, felizmente possuindo mais recursos e com os órgãos de saúde estando avançando cada vez mais em tecnologias para combater doenças e oferecer tratamentos que possam ser mais eficazes. Isso só mostra que apesar dos erros da nossa sociedade e de tantos problemas sociais que ainda possam ter, estamos avançando de algum modo positivo na história.

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