Investir em imóveis ainda é um bom negócio?

Luca Moreira
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Seja para quem quer complementar a renda mensal ou garantir a aposentadoria, investir em imóveis ainda é a forma mais segura e lucrativa de aplicação, principalmente em tempos de oscilação nas bolsas. Segundo o engenheiro civil Matheus Moura, da Construtora Vizotto Moura, os ganhos são praticamente vitalícios e o risco de desvalorização é baixo, mesmo em tempos de crise. “O risco de o investidor perder dinheiro é muito baixo, quase nulo em comparação com aplicações na bolsa de valores ou criptomoedas, por exemplo, que oscilam a todo momento e podem levar a perdas significativas em tempos de instabilidade e crises, como a provocada atualmente pela guerra da Ucrânia”, afirma.

O mercado imobiliário tem se mostrado promissor nos últimos dois anos motivado, principalmente, pela mudança de comportamento e hábitos durante a pandemia. Em 2021, a venda de imóveis cresceu 12,8% e os lançamentos registraram alta de 25,9% em relação a 2020, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). O setor também foi o que apresentou uma rápida recuperação dos efeitos da crise provocada pela Covid-19.

Além de ser um investimento seguro, imóveis têm potencial de valorização e são uma excelente forma de gerar renda passiva, ou seja, você ganha dinheiro sem ter a necessidade de trabalhar mais por isso.

Não erre na escolha
Mas é preciso entender qual o objetivo, a perspectiva de lucro e o tempo de retorno para escolher o tipo de imóvel a se investir. Moura recomenda, a quem quer ter uma renda passiva, investir em imóveis de baixo custo para alugar, como quitinetes. “É uma boa opção para quem pensa em viver de aluguel e já possui um patrimônio. Uma das vantagens é a possibilidade de fracionar a renda. Ao invés de construir uma casa por R$ 400 mil para ter um retorno mensal de R$ 3mil, pelo mesmo preço é possível construir oito quitinetes, que poderão ser alugadas por R$ 500 ou até R$ 800. O retorno financeiro será maior e mais rápido, num prazo de até seis anos”, explica.

No caso de casas de médio padrão, o retorno é expressivo quando o foco for construir para vender. “O investimento para esse tipo de imóvel é de R$ 700 mil a R$ 1 milhão, considerando a compra do terreno e a construção. Sua venda vai gerar um retorno de 15 a 20 % por conta de taxas de corretor e da construtora. Comparado a outras aplicações, é praticamente 1% ao mês. Nenhum investimento de baixo risco gera esse tipo de retorno em até um ano e é muito difícil um imóvel desvalorizar, isso só acontece em casos extremos”, avalia o engenheiro.

As residências de alto padrão têm uma rentabilidade ótima, quando se fala em construção e venda, mas requerem investimentos maiores. “É um nicho que não para nunca de crescer. Gasta-se em torno de R$ 5 a R$ 6 milhões para construir, incluindo o terreno, e o retorno é quase o dobro, mas o tempo de retorno é maior, cerca de 24 meses”, afirma.

Home equity
Para quem quer ingressar nesse mercado e não tem dinheiro disponível para investimento imediato, Moura conta que o home equity, modalidade de empréstimo que usa o imóvel como garantia e tem juros menores, é uma boa opção e tem sido muito utilizado para esse tipo de investimento. “Temos notado um crescimento de pessoas que buscam esse tipo de empréstimo para construir. No cenário atual, com a crise na atividade econômica mundial provocada pela guerra no leste europeu, é uma opção excelente de melhorar o capital e os juros são bem menores em comparação a outros tipos de financiamentos por causa da garantia e do baixo risco de inadimplência”, diz.

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