Ação social implementa moradias com telhas ecológicas a partir de 70 mil caixinhas de suco

Luca Moreira
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SOLOS e TETO realizam construções no Quilombo Quingoma, em Lauro de Freitas, nos dias 16 e 17 de julho

Com objetivo de propor e gerar soluções de moradia e habitat, a ONG TETO Brasil, realiza nos dias 16 e 17 de julho, na comunidade do Quilombo Quingoma, em Lauro de Freitas, a implementação de 11 moradias de emergência. Parceira da iniciativa, a startup baiana SOLOS financiará as telhas ecológicas – confeccionadas a partir de embalagens longa vida recicladas – que serão utilizadas nas construções.

Para a produção das telhas ecológicas foram reaproveitadas o equivalente a 70 mil caixinhas de suco. A reciclagem das embalagens com esta aplicação traz ganhos ambientais e também agrega uma série de benefícios associados ao uso para as famílias que passarão a morar nas novas casas, como maior conforto térmico, durabilidade, resistência e segurança – já que são resistentes ao fogo.

Saville Alves, co-fundadora da SOLOS, aponta que a ação ajuda no processo formativo e de conscientização da população sobre a importância do descarte correto e as possibilidades de reaproveitamento de resíduos, mesclando inovação, inclusão e reciclagem. Para Saville, “este é um exemplo de aplicação de algo que seria encarado como lixo e que volta para a cadeia como um produto com uso fundamental e inegável que é a melhoria das condições de habitat. Assim passamos a enxergar a reciclagem como um meio e não uma finalidade. A beleza está na transformação dos materiais e os seus novos usos, através de um processo inclusivo para todas e todos”, destaca.

Além do financiamento das telhas ecológicas, a startup SOLOS atuará em conjunto com moradores e voluntários da TETO em um espaço formativo. “Ao longo do final de semana, o voluntariado fica imersoos voluntários ficam imersos, para realização da construção e também de debates e reflexões sobre temas transversais à realidade da pobreza. Isso desperta novos olhares e trocas entre os participantes, o que contribui para a formação de um pensamento crítico.crtítico. Nesta edição, o tema central será o Racismo Ambiental, e em especial, como ele se manifesta na comunidade do Quingoma”, aponta Layanne Paixão, Gestora da TETO na Bahia.

A história entre a SOLOS e a TETO começou há alguns anos quando as sócias integravam o time de voluntárias da iniciativa, onde se conheceram. De acordo com Saville, a participação no programa despertou um novo olhar para as causas e demandas sociais, fato que impacta diretamente as ações da startup atualmente. “Eu e a Gabriela Tiemy nos conhecemos na TETO, e o espaço foi de fundamental importância para expandir as nossas percepções sobre a realidade das desigualdades do Brasil, sobretudo em comunidades com alta vulnerabilidade”, relembra.

A atuação da startup junto à ONG une responsabilidade social e sustentabilidade para minimizar os impactos gerados pelo racismo ambiental, que impactam majoritariamente a vida de pessoas negras. “O grande contexto do projeto é viabilizar formas de sanar os impactos gerados pela ausência de políticas públicas ambientais. Então a gente tem aqui uma urgência em levar e trocar informações, conhecimentos, resgatar saberes ancestrais em relação a um estilo de vida que conserve, preserve e cuide o ambiente”, finaliza a co-fundadora da SOLOS.

Os interessados em apoiar ou participar do projeto podem ajudar através de doações recorrentes através do “Amigos da TETO”.

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