Streamer do canal ‘Eu Não Platino’, Fran Briggs fala sobre jogos e criações

Luca Moreira
10 Min Read

Fran Briggs é paulistana mas vive no Rio de Janeiro. É autora de HQs, contos e romances. Além disso, é streamer, produzindo lives para a plataforma Twitch, através do canal “Eu não platino”, que possui mais de 31 mil seguidores. Explora jogos online, entre eles: Final Fantasy XV e The Witcher 3. Participou da criação de um roteiro da Turma da Mônica Jovem, lançou A Jornada da Heroína e vários outros trabalhos criativos. Ficou curioso? Saiba mais sobre a Fran nessa entrevista exclusiva!

Você é muito tímida. Como lidou com a ansiedade para começar a fazer lives?

Na verdade não sou nada tímida, sou introvertida. ^^ Gosto de interagir com poucas pessoas ao mesmo tempo, e depois da interação contínua preciso ficar sozinha, no silêncio, no meu canto, para repor as energias. Mas não tenho a trava mais complexa da timidez. Creio que por isso não foi tão difícil começar as lives.

Minhas maiores preocupações eram: se teria algo que interessaria a quem assistisse e minha aparência. Minha aparência ainda me gera muitas, muitas questões.

Como surgiu a ideia de criar o canal Eu Não Platino? Quais eram seus objetivos?

Sempre comentava no meu perfil no instagram sobre os jogos que terminava, seja o que curti ou não, e alguns seguidores me perguntavam sobre fazer lives. Certas vezes, minha grande amiga e parceira de trabalhos em HQs, @hariina_r me ouvia jogando enquanto conversávamos por fone (ela mora na Irlanda) e ria horrores. Então me disse que gostaria de ouvir aquilo com as imagens. Logo após meu amigo @eusouodorfo me contou que graças aos meus posts teve vontade de voltar a jogar e curtir os games. Foi o empurrão que me faltava para criar o canal. Como comecei a jogar recentemente (2019) sempre me chamei de noob (com orgulho) e jamais tive essa sanha de ser pro-player, platinar… Então o nome ‘Eu Não Platino’ era exatamente o que tinha em mente desde o começo. Meu principal objetivo é curtir os jogos, me divertir e fazer rir quem assiste, se diverte ou/e se identifica com minha noobice.

Há quanto tempo possui a página Eu Não Platino? Quais os jogos favoritos que você jogou nas lives?

O canal fez um ano agora em novembro. Meus jogos favoritos até agora são: Final Fantasy VII Remake (ainda não joguei em live), Final Fantasy XV, The Last of Us 1 e 2, The Witcher 3, Red Red Redemption 2 e Assassins Creed Odissey (que também não joguei em live ainda).

Quais suas referências e inspirações para fazer lives?

Minha maior inspiração é um gamer americano Mark Plier. Ele sempre me faz chorar de rir quando joga. Aqui no Br eu gosto demais do Rato Barrachudo, do BKs Edu e do MaxMrM Gameplay. Procuro gamers que não tem a necessidade de provar nada pra ninguém, que se diverte jogando, sem ficar menosprezando quem joga no easy, quem é noob, etc.

Como foi participar da turma da Mônica jovem, um projeto tão importante para a nossa cultura?

Me senti numa responsabilidade enorme, uma tremenda missão de divertir e ao mesmo tempo não desrespeitar a obra nem o leitor. Meu tipo de escrita é mais irônico e cínico, tive que aprender a controlar essa linha de criação para agradar o público alvo e os autores. Mas certamente é uma experiência muito importante para qualquer roteirista e ter o feedback do público é sempre uma grande recompensa!

Você lançou A Jornada da Heroína, um livro que explica o conceito da jornada do herói direcionado ao público feminino. Como é trabalhar nesse meio sendo mulher e produzindo para mulheres?

A minha Jornada da Heroína não trata sobre a jornada feminina dentro da Jornada do Herói, na verdade é uma explicação bem humorada e simples da Jornada do Herói clássica. Levo temas universais que se encaixam em tudo e todos no que crio e escrevo, então não me aventurei pela jornada feminina por ser mais nichado e por eu, honestamente, não dominar a temática. Acredito que para falar sobre esses assuntos precisaria estudar mais, ter propriedade, e não disponho de tanto ainda.

Quais suas inspirações e o que estuda para criar roteiros cativantes?

Gosto de desenvolver o micro e não o macro, sendo assim, me foco em desenvolver a psique dos personagens e não necessariamente o background exterior. O mundo, o universo ao redor deles servem para destacar-los, é uma ferramenta para mostrar quem são e suas trajetórias. Para isso sempre leio livros de psicologia, são essenciais para que consiga criar camadas complexas em cada um. Não gosto de trabalhar o maniqueísmo, crio personagens com prismas diversos, afinal, nada é completamente preto ou branco.

Das suas criações, qual roteiro você sentiu que mais cativou o público? E, qual roteiro você define como o mais Fran Briggs?

Creio que a HQ Anima é uma das que mais gostaram, por seu enredo inspirado em A Bela e a Fera e porque clássicos nunca saem de moda. Não tenho nenhuma história que me define completamente, pois gosto de escrever sobre tudo um pouco. Em cada roteiro coloco minha visão (ou não visão), sobre o que me cerca, o que gosto ou desgosto.

Qual a diferença de fazer lives/vídeos no Twitch para o Youtube? Como é a recepção do público para cada plataforma?

Meu público é todo da twitch e no youtube estão os que vieram da twitch. Não sou produtora de conteúdo diários, o que é necessário para se fazer seguidores no youtube e creio que essa é uma das diferenças. Também na twitch você tem a reação dos seus seguidores ao vivo, pode trocar ideia com eles na hora. Para mim, essa é a maior diferença.

O que você acha do level design dos jogos antigos quando comparados com os jogos novos? Estas mudanças têm conquistado a geração antiga a jogar os novos games?

Honestamente me interesso mais por história do que por visual, então não me apego muito a imagem. Porém, o que me afastou por anos de alguns jogos era o sistema de turno, isso sim me desmotivava. Sou a louca que entra atirando e perguntando depois, estratégia não é muito meu forte, nem furtividade. XD Por isso não posso responder pelos outros, mas por mim se não tiver turno, jogo desde antigos a nova geração tranquilamente.

Você foi uma das autoras selecionadas para fazer parte de A Era Dos Mitos. Como surgiu o convite? O que te inspirou a escrever a crônica A Dama de Pedra?

Não foi um convite, foi uma coletânea onde enviamos os contos e o @romulobaron, o curador dos contos, escolhia os que se encaixava melhor na obra. Fiquei muito honrada de ser selecionada porque mitologia é um dos temas que amo de paixão e a grega é uma das minhas favoritas (ao lado de celta). A Dama de Pedra foi inspirada na minha personagem original Amadeus/Afrodite (do conto O Réquiem de Uma Imortal que está em KDP na Amazon) e num clássico conto do escritor Heinrich Heine.

Como surgiu as ideias para criar a ficção das 2 edições de Memento Mori?

Vieram de lendas mundiais que me fascinaram a mim e a @hariina_r quando lemos a respeito. A ideia de Memento é trazer essas lendas para o universo de nossos personagens e dar uma rápida explicação sobre de onde vieram e porquê, ao final de cada edição. Gosto dessa temática de mistério, suspense, e quero muito poder fazer mais edições de Memento Mori.

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*Com Charlotte

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