A cantora Sonja lançou seu novo single “Mudanças”, que faz parte do álbum autoral “Rainha de Copas”. Com influências do Blues e do Soul, a artista se inspirou em cartas de tarot e em suas próprias transformações pessoais para criar a música, abordando temas como relacionamentos abusivos, superações e reconexão espiritual. Após o sucesso do primeiro single “Calma”, a nova música e seu videoclipe foram lançados no dia 30 de junho, trazendo uma mensagem de empoderamento feminino e autoestima.
Com uma variedade de influências musicais que vão desde Ney Matogrosso e Rita Lee até John Coltrane e Tim Maia, Sonja não se limita a um gênero musical específico, mas busca quebrar barreiras e levar o blues para um público mais amplo. A música “Mudanças” reflete uma fase determinante na vida da cantora, explorando a ideia de abandonar o que não serve mais e abraçar as transformações que a vida traz. A espiritualidade também desempenha um papel importante no álbum, com Sonja buscando criar uma conexão de empatia com aqueles que compartilham das mesmas experiências.
Ao longo de sua carreira, Sonja enfrentou preconceitos tanto por ser mulher quanto por ter um corpo fora dos padrões estabelecidos pela sociedade. Ela destaca a importância de ter mulheres ao seu lado para combater o machismo e os estereótipos grotescos enfrentados na indústria musical. Com determinação e uma paixão pelo rock desde cedo, Sonja encontrou sua voz no teatro musical e participou do programa “The X Factor BR”. Agora, com o álbum “Rainha de Copas”, ela busca compartilhar sua jornada e fazer sua música ecoar pelo mundo.
O lançamento completo do álbum está previsto para agosto e promete reunir canções antigas e novas, retratando a história de vida da cantora. Cada música do álbum representa uma carta de tarot, refletindo a jornada que Sonja teve ao buscar sua própria força e superar o caos. Com a colaboração de Marco Lacerda e Ygor Helbourn, o álbum é uma combinação de influências e talentos que prometem cativar os ouvintes. Sonja tem o objetivo de levar sua música para além dos limites e sonha em colaborar com artistas como Liniker, Ney Matogrosso e Buddy Guy, expandindo ainda mais seu alcance e impacto na cena musical.
Como você descreveria o estilo musical do seu novo single “Mudanças” e do álbum “Rainha de Copas”?
Ele é um Rock, uma das minhas maiores influências. O álbum como um todo, tem influências do Blues e do Soul e do Rock e da MPB, mas mudanças vem dando uma cara mais Rock para o álbum.
Quais foram as principais inspirações por trás das letras e do tema espiritual presente no álbum?
Como minhas músicas são autobiográficas, as inspirações que me levaram a escrever as letras, foram vivências minhas. Coisas que vivi e passei, mas que, mesmo sendo pessoais, são universais, falam a língua de todo ser humano que vive e sente. O tema espiritual vem lembrando que podemos passar por todas as coisas, mas a espiritualidade sempre nos estará guiando, se assim deixarmos. Como o álbum conta sobre esse reencontro com a espiritualidade depois de um período difícil, apoiado nas cartas de tarô que me foram tiradas por uma Cigana, o tema espiritual se fez necessário.
Como você aborda o empoderamento feminino e a autoestima em suas músicas?
Tenho algumas músicas que falam sobre empoderamento, sobre saber dizer não depois de ter dito tanto sim sem querer dizer. E esse tema vem muito naturalmente, uma vez que foi preciso me empoderar para perceber que o que eu estava passando não era certo. Entender que o ambiente que eu estava, com as pessoas que eu estava, já estavam me fazendo mal. Mas principalmente, era eu quem me fazia mais mal, quem mais me maltratava. Então o empoderamento vem primeiro com a transformação do eu como inimiga, até saber ser minha melhor amiga. Além de contar, é claro, sobre situações em que, nitidamente, a autoestima, o autoamor e principalmente o respeito por mim mesma, faltavam. E como isso é um processo diário, né, a construção da autoestima, do amor próprio, do empoderamento.
Qual foi o processo criativo por trás da composição e produção do novo single e do clipe de “Mudanças”?
Eu compus essa música no piano. Piano e voz. E no processo de criação dela, como o de todo o álbum, nos reunimos primeiramente eu, Marco Lacerda (produtor musical) e Ygor Helbourn (co-produtor musical) e começamos a trabalhar a estrutura da música, as influências que guiariam o arranjo, ouvindo referências, etc (tem um pouco desse processo no meu Instagram, em um carrossel atrás da capa do single). Depois desse processo, levamos a música para a banda, nos ensaios, e todos participaram um pouco do arranjo dela. Ensaiamos bastante até ela entrar em estúdio e, mesmo pronta, ela ainda passou por modificações lá. Essa foi uma das músicas mais difíceis nesse processo de produção, diz o Marcão (produtor musical). E é uma das que eu mais gosto.
E no processo de criação do clipe, eu e minha namorada tivemos que virar a casa de cabeça para baixo, arrumar e desarrumar tudo algumas vezes. Ela foi muito paciente. Gravamos em um dia e, no dia seguinte, quando vimos as imagens, entendemos que teríamos que gravar tudo de novo. Entre choro e cansaço, o apoio dela foi essencial para conseguirmos fazer tudo de novo. Olhando o clipe, pode parecer que foi simples, mas ver tudo fora do lugar pode ser deveras angustiante hahahaha Então o trabalho em dupla fortaleceu o processo. As duas dando ideias e trabalhando juntas e no fim das contas, eu achei o resultado lindo e fiel à música.
Como você acredita que sua música pode impactar e conectar com os ouvintes que se identificam com suas experiências pessoais?
Eu acredito que ela pode chegar tanto de forma positiva, quanto um pouco mais densa a quem ouve. Claro, por se tratar de experiências pessoais que muita gente já passou por, imagino que possa causar muitas sensações. Mas eu espero que o impacto seja bom. Vejo pessoas se emocionando ao ouvir e isso pra mim é muito importante, porque há musicas que são para serem sentidas. E eu espero que possa ajudar alguém, assim como a música tem me ajudado até aqui.
Quais são as influências musicais mais marcantes em sua carreira e como elas se refletem em suas composições?
Entre algumas de minhas grandes influências, posso citar Bessie Smith, Etta James, Janis Joplin, Dinah Washington, Elis Regina, Liniker e Rita Lee. Eu vejo que uma coisa em comum entre todas elas, é a visceralidade com a qual elas se expressam através da voz. São artistas verdadeiras, corajosas, que me fazem sentir cada letra do que elas estão cantando. São artistas que botam coração e alma na voz. E essa força e coragem me ajudaram bastante na decisão de botar minhas composições para o mundo, em português. Elas eram quase todas em inglês e no processo de criação do álbum, eu pedi a ajuda do Marco Lacerda e da Jeyce Valente para trazê-las pro português sem que elas perdessem o sentido. Mas trazendo para o português, sinto que fiquei ainda mais exposta, aberta. E lembrar da coragem dessas cantoras, me ajudou a abraçar isso com mais força. Ser artista, no fim das contas, também é isso, né…
Como você lida com os desafios e preconceitos enfrentados como mulher na indústria da música?
Eu aprendo a lidar, na verdade. A gente sempre acha que tem resposta pra tudo, que tem posicionamento pra tudo, que sabemos como agir, o que falar em certas situações, mas na hora que acontece, é tudo totalmente diferente. Então acredito que a experiência traga mais claramente esse “como lidar”. Os preconceitos estão aí e há muita mulher foda no meio nos ajudando a entendê-los e como enfrentar. Então, eu lido com ele, sendo quem eu sou e ocupando meu espaço na música. O que vier, eu traço, eu aprendo.
Como você descreveria a importância da conexão espiritual em sua vida e como isso se reflete em sua música?
Eu acredito que cuidar do nosso espiritual, é o primeiro passo para TUDO que fazemos e como vivemos. Então, estar conectada com a espiritualidade, é estar conectada com a minha maior força interior, é estar conectada com a minha intuição, conectada com os caminhos que a vida me traz, enfim. E isso tudo é muito importante, pois me diz sempre para onde devo ou não ir, o que devo ou não fazer, o passo melhor a tomar, etc. Quando estou conectada espiritualmente comigo e com meus guias, as coisas fluem melhor, as inspirações vêm a mil, os caminhos ficam mais claros e eu tenho mais entendimento de cada etapa do processo. Eu sou muito sentimento, né. Estar conectada me faz acalmar essa água que tem dentro de mim. E isso é muito importante na música e em todos os processos que ela me traz, porque me traz uma certa clareza das coisas à minha volta, das pessoas à minha volta, de mim e dos meus sentimentos (que estão diretamente ligados com o meu canto, minha música).
Quais são seus planos futuros em relação à sua carreira musical e quais artistas gostaria de colaborar no futuro?
Quero aproveitar ao máximo o lançamento desse álbum, quero levá-lo a todos os palcos que eu puder, quero cantar em festivais etc. AH, tudo que um artista pensa em fazer quando lança um álbum! Eu adoraria um dia poder cantar com a Liniker! Ela é uma grande inspiração pra mim. Também gostaria de um dia poder cantar com Ney, Tulipa Ruiz… enfim! Artistas que eu admiro demais.
Como espera que as pessoas recebam seu álbum “Rainha de Copas” e qual mensagem espera transmitir através de suas músicas?
A mensagem que quero transmitir é de que tudo tem seu tempo, aqui. Temos nosso tempo de nos recolher, de encasular, de entristecer. Mas temos que buscar sair dali quando o tempo não mais nos couber. Saber levantar da mesa quando não está sendo servido o amor. Saber ir embora quando aquele lugar ficou pequeno e estranho para você, saber dizer não para o outro e sim para si mesmo. E que todos nós estamos enfrentando alguma batalha, não devemos desistir de nós. Eu espero que esse álbum seja recebido com o coração e ouvidos bem abertos.
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