Em um universo de realidades alternativas, mistérios intrigantes e conceitos de ficção científica, o livro “Virkadaz” de Renata Dembogurski oferece uma experiência de leitura cativante para jovens adultos apaixonados por aventuras mortais. No aniversário de 14 anos de Zuwi, ele é abruptamente transportado para um mundo desconhecido, mergulhando em um multiverso repleto de vilões e acontecimentos surreais.
Nesse cenário emocionante, Zuwi e seus amigos enfrentarão perseguições alucinantes em bibliotecas do tamanho de cidades, locais incolores e antros sinistros. A autora dá vida a esse mundo usando como pano de fundo a física quântica e teorias relacionadas a rachaduras no tempo e universos alternativos, adicionando uma camada intrigante de ciência à narrativa.
“Virkadaz” é uma obra que mergulha os leitores em uma história que oscila entre primeira e terceira pessoa. Em alguns momentos, os leitores se sentem parte da trama, como se fossem um dos personagens principais, capazes de influenciar os acontecimentos. Em outros, eles desvendam enigmas junto com os protagonistas, mantendo um passo à frente na trama.
Renata Dembogurski adota uma linguagem coloquial e cria neologismos para tornar a leitura acessível e envolvente, especialmente para aqueles que buscam uma literatura leve e divertida. Com “Virkadaz”, a autora se propõe a instigar o hábito da leitura, oferecendo entretenimento dinâmico para jovens ávidos por explorar os fascinantes multiversos.
Renata Dembogurski, publicitária pós-graduada em Administração e Marketing, apresenta uma carreira diversificada que inclui escrita, marketing e roteiro, trabalhando com grandes marcas no Brasil. Em sua carreira literária, ela já publicou diversas obras, demonstrando sua versatilidade como autora e sua dedicação à criação de conteúdo multiplataforma. “Virkadaz” é mais uma contribuição marcante para seu portfólio literário, ao lado de outros títulos igualmente notáveis.
O livro “Virkadaz” parece abordar a temática do multiverso de uma forma inovadora. Pode nos contar mais sobre como você explora essa ideia na obra?
Virkadaz é um livro de multiversos que traz a sensação: será que isso pode existir mesmo? Usa bases teóricas reais (mecânica quântica) para justificar o que ocorre com os personagens. E por mais que trabalhe a fantasia, passa a ideia que é factível de existir. Diferente de outros livros de multiverso, Virkadaz tem uma narrativa despojada e próxima ao leitor, o que aumenta ainda mais a sensação de que pode ser possível acontecer o que os personagens vivem.
O protagonista do livro, Zuwi, é sugado para um mundo desconhecido cheio de aventuras e eventos surreais. Como a narrativa alterna entre primeira e terceira pessoa, qual é o efeito desse estilo de escrita na experiência do leitor?
Essa forma de narração traz entregas ágeis e muito dinamismo ao enredo. Zuwi, por vezes, insere os leitores na história – como se eles também fossem um dos personagens principais e pudessem mudar os fatos. Em outros momentos, as pessoas sentem estar um passo à frente dos protagonistas, por terem mais informações sobre os enigmas.
Uma das características interessantes do livro é a utilização de conceitos de física quântica e teorias de rachaduras no tempo e universos alternativos como pano de fundo. Como você incorpora esses elementos científicos à trama de maneira envolvente?
Ao contrário do que se pode imaginar ao falar desses conceitos, apresento tudo em uma linguagem coloquial para se aproximar de quem prefere uma literatura leve e divertida. O enredo dinâmico e intrigante leva o leitor a “aprender” sobre como o multiverso de Virkadaz funciona sem que ele perceba. Aos poucos, como Zuwi, o público vai entendendo os conceitos e o quanto as coisas que acontecem no livro podem muito bem ocorrer no nosso mundo. Afinal, as teorias de multiversos permeiam a nossa rotina, é muito factível. Então, por que não acreditar?
A linguagem coloquial e os neologismos utilizados no livro são destaque. Como esses elementos contribuem para aproximar o público leitor, especialmente os jovens, e tornar a leitura mais leve e divertida?
É demais ouvir os jovens que já leram Virkadaz falando “vou plixar daqui” quando querem sair de um lugar, ou “acho que ele plixou” quando não acham algo. Esse efeito do neologismo é divertido. Em Virkadaz há um novo verbo: Plixar (eu plixo, tu plixas, ele plixa…) que vem de plix – as dimensões dentro de Virkadaz (que é o universo expandido em multiverso). Outras palavras derivadas também aparecem como Virkadólogo, semi-plixar, plix-atalho etc. Evolar aparece como verbo transitivo e não como reflexivo. As descobertas desses significados fazem parte da jornada do protagonista e também do leitor. Isso encanta e traz o público para dentro dessa realidade. Assim, todo mundo acaba fazendo parte da turma do Zuwi.
Você é uma profissional multifacetada, atuando em áreas como publicidade, marketing, redação publicitária e roteirismo. Como essas experiências influenciam o estilo de escrita dela e o conteúdo que ela cria?
Eu agradeço ao meu EU passado por ter feito essas escolhas. Se eu tivesse feito letras ou jornalismo minha escrita estaria contaminada demais pelas regras desses tipos de texto e minha criatividade não teria sido aprimorada. Escrever publicidade e roteiros exige uma versatilidade de temas e também de formas de escrita. Afinal, é preciso seguir o comportamento e a linguagem do público, é necessário ter versatilidade. É justamente essa minha principal qualidade como escritora. Ao mesmo tempo, tenho que cuidar para não deformar a minha voz de escritora com os estilos corporativos.
O objetivo de “Virkadaz” é disseminar o hábito da leitura entre os jovens por meio de temas prazerosos e entretenimento dinâmico. Como consegue equilibrar a complexidade do multiverso com uma narrativa acessível e envolvente?
Para tornar isso possível foi preciso me colocar no ponto de vista dos jovens. Falar como eles falam e na velocidade deles, sem muita enrolação e sem muitos detalhes de uma única vez. Depois, usei uma técnica de ir contando as “regras” desse multiverso aos poucos e pelas descobertas dos próprios personagens. Não é cansativo, é emocionante e instigante. Além disso, acrescentei elementos lúdicos e de fantasia. Assim, mergulhar no multiverso de Virkadaz é uma aventura que, ao final, deixa gostinho de quero mais. E é bem isso que precisamos: jovens que tenham fome de ler mais.
Além de “Virkadaz”, você tem várias outras obras publicadas. Poderia nos falar um pouco mais sobre essas outras criações literárias e quais temas ou gêneros você explora?
Amo escrever para jovens. É prazeroso me deixar levar pela criatividade e trabalhar enredos divertidos. Ainda mais que, na maioria das vezes, escrevo para o corporativo com foco em produtos e serviços. E como ghostwriter vem de tudo: desde romance, técnico, acadêmico até autoajuda. Não sou eu de verdade, é trabalho. Então, quando tenho tempo para escrever os meus livros e meus contos vou para a fantasia, sci-fi e especulativa. Viagem no tempo, multiversos e magia sempre me encantaram, assim sempre vai encontrar algo disso nas minhas criações. Eu acho muito estimulante trazer para a nossa realidade esses elementos e tratar como se fosse possível.
Você nasceu em Foz do Iguaçu, no Paraná, e tem uma carreira diversificada, desde a escrita até o marketing. Como essas origens e experiências se refletem em suas histórias e na maneira como se comunica com o público?
Da forma mais louca. Eu tive uma infância divertida, eclética e com experiências muito autênticas. No colégio, na mesma sala de aula, eu tinha uma argentina, uma coreana, vários chineses, outros tantos paraguaios e árabes. Cada um com sua cultura, idioma e religião. Foz é isso. Se as lancheiras eram muito incomuns, imagine o que mais acontecia! Somado a isso, eu vivi em um sítio no meio da cidade. Então, todo dia tinha algo diferente. Era comum ter histórias para contar em meio a rotina. Sempre havia o inusitado. E depois, quando adulta, viajei Brasil e mundo, morei em São Paulo e Curitiba, o que agregou ainda mais. Claro que esse passado permeia o que escrevo. Graças a isso, tenho uma amplitude de temas e diferentes pontos de vista.
O lançamento do livro “Virkadaz” é uma oportunidade para os leitores explorarem um mundo fantástico cheio de adrenalina e mistérios. Como você espera que os leitores se conectem com essa obra e que tipo de impacto ela espera causar na vida dos leitores?
Minha maior missão é fazer as pessoas gostarem verdadeiramente de ler. Terem prazer em terminar um livro e sentir falta de novas histórias. Como Virkadaz é bem leve, rápido e tem uma trama com muitas entregas, é uma excelente oportunidade para começar essa trilha. Para os pais preocupados em incluir a leitura na literatura dos filhos, esse é o livro ideal. Tem no enredo o tema da moda – MULTIVERSO -, Marvel e Aranhaverso, estão em alta; possui personagens envolventes; é uma leitura descomplicada com capítulos curtos; traz uma linguagem contemporânea. Esses são justamente os pontos de conexão do leitor com a obra.
Com sua variedade de talentos e habilidades, incluindo sua atuação como ghostwriter e diretora de redação publicitária, como você aplica essa versatilidade em sua escrita literária e em seus outros empreendimentos criativos?
Na verdade, essa habilidade foi um problema no início da minha carreira literária. Eu tenho muita facilidade de mudar a minha escrita, alterar o tom de voz, usar termos e palavras direcionadas… pois isso é importante quando se é porta-voz de uma marca ou ghostwriter. Fiz muitas experiências até identificar a escrita pura da minha pessoa. E a maturidade me mostrou que meu público gosta mesmo do jeito Renata de escrever: leve, bem-humorado, com um vocabulário um pouco mais amplo que o coloquial, com tiradas inteligentes e temas malucos. Não tenho bloqueio criativo. Só me falta tempo para escrever todas as ideias que já tenho criadas.
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