Personal trainer Tales Pacheco comenta retorno da busca por exercícios físicos no pós-pandemia

Luca Moreira
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Tales Pacheco (Foto: Ketlen Souza Fotografa)

Atualmente já se faz dois anos e quatro meses que o mundo passou a lidar com a pandemia e com a onda de contaminação da COVID-19, e com isso vieram diversos fatores que mudaram as nossas vidas, sejam econômicos, governamentais, saúde, entre outros. Uma das graves consequências, tirando as 672 mil vítimas e famílias que foram afetadas por esse terrível vírus, a obesidade também teve uma grande alta em seus índices. De acordo com uma reportagem da Agência Brasil (EBC) publicada em abril de 2022, antes da pandemia, a taxa estava em 55,4% e hoje já está em 57,25% da população brasileira.

Buscando descobrir como está sendo esse retorno gradativo do público e o estado da convivência com os exercícios físicos durante a pandemia, a nossa coluna foi atrás do personal treiner de Belo Horizonte, Tales Pacheco que em entrevista compartilhou um pouco de sua visão profissional de como o mundo lidou com a questão dos cuidados durante a pandemia, e como está sendo o retorno gradual à procura pelo condicionamento e saúde física/mental. Confira a entrevista!

Nos últimos anos, o mundo todo se viu em uma situação bem delicada onde todos tiveram que adaptar suas vidas de algum modo, seja pessoalmente ou em contexto familiar, e isso acabou refletindo nas práticas diárias de exercícios e atividades físicas. Como profissional, como avalia os danos causados pela pandemia na saúde das pessoas? É possível mensurar esses danos?

O dano causado por ter o lockdown foi intenso o aumento agravante de pessoas com transtornos psicológicos foram grandes, além de da falta de atividade física foi um dos fatores do aumento de doenças através de vírus devido à queda de imunidade devido ao sedentarismo. A meu ver é difícil de serem mensurados os danos.

Além das recomendações dos órgãos públicos e da Organização Mundial de Saúde (OMS), muitas pessoas acabaram se tornando 100% dependentes em todas as funções de sua vida, seja nos estudos, na alimentação, entre outras ocasiões. Na questão de prática de atividades esportivas, a prática em casa veio como uma possível salvação para que mais pessoas nutram o sedentarismo?

A atividade física se tornou algo milagroso. Através de personais ou até mesmo alguns blogueiros fitness que são orientados por profissionais, com lives ou treinos montados. Aumentou o número de plataformas com treinos prontos. Com tudo evitou que muitas pessoas tivessem algum agravamento ou iniciar algum problema psicológico ou doença causada pelo sedentarismo.

Tales Pacheco (Foto: Ketlen Souza Fotografa)

Agora em 2022, graças às vacinas e outros recursos que o Ministério da Saúde, o SUS, a Anvisa, e outros órgãos conseguiram avançar, a população está voltando gradativamente aos seus hábitos, incluindo o retorno às academias e a prática de atividades. Como tem sido a sua percepção a respeito da volta do interesse nessa procura?

A procura por trabalho acompanhado por um personal tem sido cada vez maior, a pandemia mostrou que a atividade física é essencial para a imunidade do ser humano.

Falando um pouco agora sobre a ação que os exercícios geram juntamente com a boa alimentação, a internet e muitas até vezes as próprias revistas e guias especializadas, apresentam milhares de dietas e soluções alternativas para o emagrecimento e a melhora na saúde. Esses conteúdos na maioria das vezes vão contra o que os profissionais indicam, explicando que as soluções dependem de um diagnóstico pessoal de cada paciente. Qual é a sua opinião a respeito desses casos e quais são as suas dicas para aqueles que acreditam em uma solução alternativa mais fácil?

Não existe solução alternativa fácil. O processo tem que ser conciliado a dieta e treino, é um processo árduo que tem que ser acompanhada por dois profissionais um Personal e Nutricionista. Quem procura soluções milagrosas não adianta além de trazer risco a saúde não vai ter o resultado esperado.

Tales Pacheco (Foto: Reprodução/Instagram)

Existe um assunto que anda sendo cada vez mais debatido no país e que se trata da grande taxa de obesidade entre os jovens e os adultos, sendo que inclusive uma publicação da Folha de São Paulo, apontou em maio deste ano uma projeção que a taxa deverá subir em 30% até 2030. Existe uma possível explicação do porquê do acontecimento desse problema na geração atual?

O maior problema da geração atual é o comodismo, tem uma facilidade de ter tudo nas mãos, dificultando cada vez mais a locomoção e facilitando a ingestão de alimentos do tipo de fast-food, aumentando a taxa a de obesidade e com certos vícios posturais, pois o tempo inteiro mexendo com vídeo games, smartphones ou tablets, que pode ser agravante com o passar dos anos.

É comprovadamente afirmado que a prática de atividades físicas fortalece a nossa imunologia, e apesar de não garantir a proteção total contra o contágio pela COVID-19, ela pode ter sim uma associação positiva na resposta do paciente em relação a esse período de tratamento. Restam dúvidas que a prática de exercício tenha conseguido auxiliar no não agravamento do vírus?

Não existe dúvida nenhuma que uma pessoa que alinha atividade física a uma boa alimentação tem uma melhora no sistema imunológico, e a estudos ligado de COVID grave e óbito a pessoas obesas. (Referência)

Tales Pacheco (Foto: Reprodução/Instagram)

Uma das grandes explicações que sempre estamos ouvindo sobre as pessoas que buscam praticar as atividades físicas, é que às vezes a rotina atarefada e os compromissos acabam prejudicando a constância na realização dos exercícios diários. Considerando todas as opções, caminhadas, corrida existe um exercício certo que cada tipo de pessoa deverá seguir, ou independente do que seja esse exercício, ele poderá ser bem vindo também?

Caso a pessoa não tenha nenhuma limitação articular, óssea ou alguma especificado por um médico, qualquer atividade é sempre bem vinda, a OMS recomenda 150 a 300 minutos moderada e vigorosa por semana para adultos e para crianças e adolescentes 60 minutos por dia.

A respeito das pessoas que convivem hoje com o sedentarismo pelos motivos de não conseguirem focar em manter uma prática regulamentada de atividades físicas ou nutricionais, quais são as principais dicas que teria para essas pessoas, e como a presença de um acompanhamento profissional de educação física faz diferença nesse processo?

Para as pessoas que estão iniciando indico começar a ter hábitos alimentares melhores e iniciar a atividade física pelo menos 3x na semana, mas tudo deve ser acompanhado por um profissional qualificado de sua área específica.

Como personal trainer e profissional que trabalha com assessoramento físico, qual acredita ter sido a maior lição que a pandemia nos trouxe? Esse período foi uma boa oportunidade para passarmos a “acordar” mais para a importância da saúde física?

A maior lição foi que não nascemos para ficar parados e sem contato físico com as pessoas, onde teve aumento a procura de práticas coletivas e a procura de profissionais da área. Sim claro que pra dar mais importância a saúde física, mas também um cuidado na saúde psicológica também, pois os dois trabalhando em conjunto nós teremos um vida longa e saudável.

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