Matheus Sampaio vive amor proibido nos palcos em “Libélula”

Luca Moreira
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Matheus Sampaio (Março Brozzo)
Matheus Sampaio (Março Brozzo)

Conhecido por seu papel como Ivan em Amor Sem Igual, da Record, Matheus Sampaio, agora com 17 anos, se reinventa nos palcos. No espetáculo Libélula, dirigido por Luccas Papp, ele interpreta Filipe, um jovem seminarista que se apaixona por José (Henry Cechini) às vésperas de seu parceiro se tornar padre. A peça, que aborda amor, fé e autodescoberta, está em cartaz no Teatro Itália, em São Paulo, de 18 de janeiro a 22 de fevereiro. Para Matheus, o papel representa um grande desafio e um novo passo em sua carreira artística.

Você conquistou o público como o pequeno Ivan em Amor Sem Igual e agora encara um papel tão intenso como Filipe, em Libélula. Como foi para você essa transição do mundo das novelas para o palco, e o que o teatro tem ensinado sobre a sua arte?

Por mais que esteja ligado ao cinema com no teatro, é bem diferente! O contato com a plateia, e a sequência direta de um roteiro com 1h e 40 por exemplo, sem parar e ao mesmo tempo fazer com que a plateia abrace a peça e compre a ideia é muito mais exigente. O teatro ensina que a entrega do personagem é direta e naquele mesmo instante. Fazer o público se apaixonar por uma novela é mais fácil do que cativar toda plateia em apenas 1h e 40m. Foi uma experiência incrível!

Viver Filipe trouxe um dos maiores desafios de sua carreira, principalmente por abordar temas delicados e emocionantes. O que mais te motivou a enfrentar esse papel e como você se preparou para entregar toda a emoção que ele exige?

Foi uma experiência totalmente diferente e fora da minha zona de conforto, mas ao mesmo tempo, muito gratificante poder contar uma história linda que o público possa se identificar. O Filipe é um personagem forte e guerreiro, totalmente determinado e um pouco galã. Ele leva esse lado descontraído e um pouco cômico para a peça. Sempre tentava me encaixar na história dele e ligar o que tínhamos em comum para ficarmos mais próximos e ser mais fácil de entregar o papel!

Matheus Sampaio (Março Brozzo)
Matheus Sampaio (Março Brozzo)

Você mencionou que o primeiro beijo gay em cena foi desafiador. Como foi o processo de trabalhar a naturalidade e a profundidade desse momento tão significativo para a história e para o público?

Tive muito diálogo com o ator que interpreta José na peça. E como faríamos par, me senti mais confortável por saber que estava sendo um desafio para ele também. E decidimos que contaríamos sim essa história da melhor e mais bonita forma possível. Mas confesso que para chegar nesse resultado, tiveram muitos e muitos ensaios.

A relação de Filipe e José é marcada por um amor puro, mas também por conflitos com a religião e a busca pela felicidade. Como você, pessoalmente, enxerga essa dualidade que a peça aborda?

Foi um aspecto muito curioso a peça se passar em um seminário e ao mesmo tempo, eu Matheus, ser católico. Então acredito que pela convivência que tenho desde criança na igreja, com padres, coroinhas, foi mais fácil de se colocar no lugar que os dois enfrentam. Existem histórias de amor, de seminário, de igreja… Mas uma história, que liga tudo ao mesmo tempo é difícil encontrar. Saímos do clichê e alcançamos um diferencial no mundo artístico.

Matheus Sampaio (Março Brozzo)
Matheus Sampaio (Março Brozzo)

Filipe e José vivem um amor à primeira vista que vai crescendo ao longo do tempo. Qual foi a parte mais emocionante ou desafiadora de interpretar esse tipo de conexão tão genuína?

O amor verdadeiro e puro, a vontade realmente de se conhecerem. Eles são mais que um casal. São amigos que se apaixonam e buscam construir histórias e viver momentos juntos. Hoje em dia algumas pessoas ficam com outras apenas por ficar, porque é bonita (o), para fazer graça!! Já os dois, vivem um encontro de almas muito bonito.

Você citou Selton Mello como uma grande referência. Que aspectos do trabalho ou da trajetória dele mais te inspiram, e como isso influencia o ator que você está se tornando?

Através de muitas experiências assistindo documentários e entrevistas dele desde pequeno, pude perceber que estava conectado com ele em todos os aspectos. Desde ficar desanimado e querer desistir quando ficamos sem trabalho, até gostar realmente do que faz e se tornar um grande ator e diretor. Que é um dos meus maiores sonhos também.

Matheus Sampaio (Março Brozzo)
Matheus Sampaio (Março Brozzo)

Deixar Rio Claro para se dedicar à arte em São Paulo foi uma grande mudança na sua vida. O que essa jornada representa para você e como as suas raízes continuam a influenciar o seu trabalho e as suas escolhas?

Foi um pouco difícil, fiquei longe do meu pai e da minha família, mas ao mesmo tempo sabia que estava no caminho certo. Em São Paulo o mercado é muito maior e as oportunidades são grandes.

Com papéis tão diversos e projetos no teatro, cinema e TV, o que você ainda sonha realizar na arte? Existe algum tipo de personagem ou história que você deseja viver no futuro?

Falo que “não escolhemos a arte, e sim ela que nos escolhe”. Sempre fui apaixonado por teatro, cinema e novelas. Acredito que todos temos um dom e um caminho a seguir, quando encontramos o que amamos e nos guia, tudo fica mais leve e fácil. Não me vejo em outra coisa. “Quem faz o que gosta, nunca precisará trabalhar.”

Sempre tive como inspiração atores de ação, como: Dwayne Johnson, Jason Statham, Tom Cruise entre outros. Meu sonho é poder atuar em grandes filmes de suspense e ação internacionais. Tenho certeza de que vai se realizar, pois Deus não coloca sonhos em nosso coração que não possamos realizar!

Quais são suas expectativas para os longas “O Último Episódio” e “Memórias de Elefante”? O que você pode nos contar sobre os seus papéis nesses filmes?

Não posso dar muito spoiler sobre os personagens, mas tanto o Erik como Dumbo foram personagens que me marcaram muito na minha vida como Matheus e na minha carreira como ator. Sempre aprendemos coisas novas quando damos vida aos personagens. Tenho uma expectativa enorme com os dois longas que irão explodir, e ser um divisor de águas na minha vida. Tudo que fiz e me dediquei, ainda está guardado. Quando todos tiverem a oportunidade de me ver atuando, tenho fé que novas portas abertas virão.

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