Lulu Silvério promove reflexões sobre relacionamentos tóxicos através de “Primeiro Lugar”

Luca Moreira
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Lulu Silvério (Foto: Izabela Vitoria Souza)

A cada dia em nossas vidas, enfrentamos grandes desafios e situações que muitas vezes saem do nosso controle e acabam nos abalando mentalmente, emocionalmente e também fisicamente. Esses problemas são ainda maiores quando vêm de pessoas próximas a nós. Pensando nisso e buscando levar aos fãs uma mensagem sobre o amor próprio, a cantora e compositora Lulu Silvério lançou no último dia 12, o single “Primeiro Lugar”.

Ele se une a outros sucessos autorais de Lulu, como “Querido Ninguém” e “It’s Okay”, que somam mais de 21 milhões de views nas redes sociais. A nova faixa desenvolve ainda mais a sonoridade proposta, através de uma estética de pop leve guiada por uma voz serena e calma. Em “Primeiro Lugar”, essa sonoridade vai de encontro a uma letra inspiradora sobre a importância do amor próprio. Lulu escreveu a canção em um momento difícil após o término de um relacionamento. Confira a entrevista!

‘Primeiro Lugar’ é sobre a importância do amor próprio após um término de relacionamento. A canção foi escrita no momento de dor ou de superação? Cantar ela é uma forma de mostra ter força?

Primeiro Lugar foi uma música que escrevi enquanto estava dentro de um relacionamento super tóxico. Era uma pessoa que me fazia mal, que só me humilhava e botava pra baixo, e mesmo assim, eu era a pessoa que tinha medo que ele me deixasse. Como pode isso?! Enquanto estava naquela situação, me perguntava o porquê de eu nunca conseguir fazer nada por mim, e sim, tudo para agradar o outro, mesmo que aquilo significasse ir além dos meus limites. Primeiro Lugar foi como um desabafo, e um pedido de mim para mim mesma. Foi como se eu mesma disesse “Lulu, se coloca em primeiro lugar pelo menos uma vez na sua vida, por favor? Sai dessa situação!!”

O EP Labirinto terá muito sobre suas vivencias e relacionamentos. Podemos conhecer muito de Lulu neste EP? De uma forma, o processo de criação é como um diário?

Sim! Escrever música, para mim, é como se fosse uma maneira de externar todas as minhas frustrações ou sentimentos internos. Tem pessoas que gostam de ir na academia, correr, ou fazer coisas diferentes para aliviar a ansiedade, mas pra mim, desde que comecei a compor, descobri que escrever música foi a única coisa que realmente me fez sentir bem após uma crise de ansiedade, por exemplo. Sobre “labirinto”, são cinco músicas que narram o meu processo de cura – desde o questionamento que faço sobre mim mesma em “primeiro lugar” até a superação, da qual vou tratar na última música a ser lançada dentro do EP! Eu gosto de dizer que escrever música é como transformar meus sentimentos em som, então creio que vocês irão poder conhecer como funcionam meus pensamentos!

Lulu Silvério (Foto: Izabela Vitoria Souza)

Sendo uma não nativa em inglês, porém cantando fluentemente como canta em português, como trabalhou as técnicas vocais pra conseguir cantar naturalmente uma língua não nativa?

A música foi uma ferramenta chave para o meu desenvolvimento no inglês! Antes, tentava apenas reproduzir os sons sem entender muito o que eu falava, mas com o tempo, consegui realmente me envolver com a língua, e hoje em dia, realmente me considero fluente! Eu sempre gostei muito de sons, então tive uma facilidade grande no aprendizado do sotaque!

Reunindo outros sucessos autorais como “Querido Ninguém” e “It’s Okay”, que somam mais de 21 milhões de views nas redes sociais.  Qual você considera serem os principais diferenciais que está trazendo nesse novo lançamento e como costuma funcionar seus processos de composição?

Eu acredito que as músicas dentro de “labirinto” foram escritas de maneira muito mais pessoal do que as outras que eu já lancei! Isso porque eu acredito realmente que as novas músicas foram escritas como uma “última tentativa” de ficar bem. Sem elas, acho que ainda estaria tendo pensamentos muito sombrios decorrentes de todas as marcas que me foram deixadas do meu relacionamento anterior. Eu saí daquela situação completamente no fundo do poço, mal me reconhecia, mas foi escrevendo músicas que consegui começar a me recuperar pouco a pouco!

Lulu Silvério (Foto: Izabela Vitoria Souza)

Trazendo um embalo de pop leve e com um vocal mais calmo, “Primeiro Lugar” consegue casar o estilo musical com a mensagem que sua letra transmite. Nesse caso, onde se tem realçado uma mensagem de força e amor próprio, acredita que o seu trabalho possa servir de ajudar para outras pessoas que possam estar precisando desse apoio? Qual foi o significado dela para você, tanto no lado profissional como pessoal?

Com certeza. “primeiro lugar” praticamente salvou a minha vida. Não só compor a música, mas o processo de produzi-la e organizar um lançamento deu um propósito pra minha vida que ia além daquela “codependência” que eu estava vivendo anteriormente. Olhando para trás, fico tão triste pensando que eu realmente achei que eu me resumia a outra pessoa. E é exatamente disso que eu falo em “primeiro lugar”, e realmente fiz tudo para que ela ambientasse tudo o que eu estava sentindo naquele período tão difícil. Eu espero do fundo do coração que as pessoas que se encontram em situações assim, que elas consigam escutar a minha música e lembrar que se priorizar nunca será algo egoísta.

Hoje aos 21 anos, você já está na música há um bom tempo, e sendo multi-instrumental, tocando ukulele, guitarra e piano, foi seguindo seus passos e em 2018 fez o lançamento de  “Happy as it goes”, que foi sua primeira música. Poderia nos contar um pouco mais de como foi sua aproximação da arte? Mudaria algo da sua trajetória?

Então, quando eu comecei a fazer lançamentos autorais, eu lançava as músicas apenas por lançar, naquela mentalidade de “vamos ver no que dá”! E eu fiquei muito surpresa quando as pessoas começaram a me acompanhar como artista, ansiando por mais composições e materiais autorais! Eu sempre gostei de música, mas sempre via esse caminho como algo “impossível”, mas sinceramente – se a vida é uma só, por que não tentar? Sempre acho que deveríamos pelo menos abrir aquela porta, e não só assumir que não daria certo sem mesmo tentar! Além disso, eu acredito que mesmo passando por situações diferentes, nós seres humanos, no fundo, sempre passamos por sentimentos parecidos. A tristeza sempre será a tristeza, mesmo que causada por situações diversas! É por isso que compartilho minhas músicas – esperando que elas ajudem as pessoas como elas me ajudam!

A respeito do lançamento do EP, como estão as suas expectativas para poder vê-lo completo?

Estou muito ansiosa! Esse EP está sendo produzido por mim e meus amigos da faculdade hahah!! Todas as composições são 100% minhas, então estou muito ansiosa para apresentar esse projeto que tenho feito com tanto carinho para o público!

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Com Andrezza Barros e Regina Soares

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