Léo Soma utiliza a solidão como obra-prima para lançar “Vidrados”

Luca Moreira
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Se os amores urbanos, as tecnologias contemporâneas e suas desilusões marcaram “Isolados”, EP de estreia do cantor e compositor carioca Léo Soma, ele fez da solidão a força motriz para um olhar dançante sobre o futuro em seu novo trabalho, “Vidrados”. Trazendo tons de pop e trap para o indie, R&B e lo-fi que o marca, o artista busca novos caminhos e melodias. O lançamento está disponível em todas as plataformas de música e chega com clipe para a faixa “Tô na bad”.

Mesclando arranjos e timbragens modernas com elementos eletrônicos, Léo começou a produzir por conta própria para dar forma a seus primeiros sons ainda na adolescência. Durante 2020, após uma série de singles, lançou seu álbum de estreia e busca voos mais altos.

Utilizando a solidão como força motriz para um novo olhar sobre o futuro, você lançou recentemente o EP “Vibrados”. Conte-nos um pouco sobre o lançamento desse novo projeto?

Minhas músicas servem para compartilhar com o mundo a minha perspectiva e meus sentimentos sobre o que observo diariamente dos relacionamentos atuais. Nós vivemos em um mundo meio louco, onde muita gente tem mais intimidade no mundo virtual do que no real. Já parou pra pensar nisso?? Cara, já vivi algumas experiências meio estranhas as quais eu falava mais com algumas pessoas pelo WhatsApp e pelo Instagram do que quando a gente se encontrava fisicamente. O mais bizarro é que até com familiares isso já aconteceu, acredita? Acho que todos nós estamos completamente Vidrados em telas que criam universos de aproximação e distanciamento. Sinto que para algumas pessoas isso não é nada saudável e é por isso que eu falo sobre essas coisas nas minhas músicas, quero estimular o autoconhecimento através delas. Se nós passássemos menos tempo olhando para telas, como seriam as nossas vidas?

Esse lançamento também está integrando a tracklist do EP de estreia “Isolados”. Como chegou a esse contexto e quais são as expectativas para lançar sua arte para o público? Se sente ansioso em relação á recepção do público?

Ah, tem vezes que bate aquele friozinho na barriga sim, não vou negar. Nós artistas sempre temos expectativas com o processo de compartilhar as nossas criações, ele pode ser bem traiçoeiro algumas vezes. Digo isso, porque quando eu tinha menos experiência e era mais inseguro com tudo, eu ficava correndo atrás da perfeição em busca da aceitação do público. Mas isso já passou (graças a Deus kkk). Acredito demais que a gente colhe o que planta, então eu estou sempre plantando muito para algum dia poder colher os frutos dessas criações. E sim, “Vidrados” dá sequência aos temas e universos explorados nos EPs “Isolados” e “Isolados Pt.2”. Faço isso porque nós seres humanos estamos em constante evolução, e nunca podemos esquecer-nos das nossas raízes. Então por mais que eu crie novos caminhos com parcerias que fogem um pouco (ou muito, vocês verão em breve sobre o que eu estou falando hehe) da minha essência, eu sempre darei um jeito de voltar para onde tudo começou.

Foto: Divulgação

Uma das principais características do seu trabalho é a mistura dos estilos como o pop, trap, indie, R&B e lo-fi. Como você consegue proporcionar esse mix de gêneros de forma harmoniosa na melodia?

Sendo bem sincero com vocês que estão lendo, isso já compõe a minha essência. Isso faz com que eu não pense muito a respeito, eu só vou criando e tudo sai de uma forma bem natural. Fiquei anos e anos experimentando, estudando e criando até chegar nesse resultado que eu amo. Eu sempre tive um pé nesses gêneros e inconscientemente estavam presentes nas minhas composições, mas de uma forma meio confusa. Com o passar do tempo, eu fui entendendo melhor o que queria e, assim, as coisas estão bem mais claras. O indie serve para eu ter mais liberdade com as coisas que eu quero dizer, o pop para me conectar com mais pessoas, o trap e r&b são dois gêneros que eu amo e exploro demais a estética sonora, e o lo-fi… ah, o lo-fi… esse aí é uma paixão que eu tenho há anos e que eu nunca vou conseguir abandonar.

O lançamento nas plataformas digitais também chegou com o videoclipe da faixa “Tô na Bad”. Como foi trabalhar nessa produção?

Sim, todas as faixas do EP Vidrados possuem videoclipes feitos com câmera de celular e de forma caseira. Eu tinha uma meta de lançar um material audiovisual nesse projeto, criando uma experiência mais profunda para quem fosse consumir esse trabalho. Levando em conta a pandemia (nossa, que doideira isso tudo) eu pensei em como fazer isso. Assim, tive que dar um jeito de fazer tudo acontecer por conta própria. Editei os 4 videoclipes por conta própria, 3 deles foram gravados no meu quarto e 1 na minha sala hahahah. Todas as pessoas que participam dos clipes filmaram das suas casas e me enviaram o material para juntar os vídeos em um só. Foi um desafio enorme ter que assumir essa responsabilidade, mas é tão bom ver eles nesse mundão <3

Com o objetivo de criar algo inovador, você, NBEATZ e Pedro Tie trocaram várias composições e batidas para chegarem a esse projeto juntos. Como foi o relacionamento de vocês nesse capítulo da sua carreira?

Foi simplesmente sensacional!! Nós 3 formamos um trio único, no qual há muita harmonia, respeito e admiração. Eu admiro demais o trabalho deles e poder desenvolver as minhas ideias com eles foi bom demais. Infelizmente, tivemos que dar um jeito de dar sequência ao projeto à distância devido à pandemia. Mas no início, nos encontrávamos no estúdio do Pedro para desenvolver todas as ideias e o clima era sempre bem leve. Com essa parceria profissional ganhei dois amigos. Sempre que nos encontramos zuamos e rimos muito sobre a vida.

Quais são seus planos para as próximas etapas de sua carreira?

Meu plano é continuar lançando músicas que ajudem as pessoas a terem uma vida mais leve. A gente precisa disso nesse momento. Vou lançar em breve umas músicas que fogem bastante da minha zona de conforto, então fiquem ligados!

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