JP Mantovani relembra trajetória em realities e fala dos ensinamentos que a mídia trouxe

Luca Moreira
21 Min Read
JP Mantovani
JP Mantovani

JP Mantovani, conhecido por sua participação em programas de reality como A Fazenda 8 e Power Couple 5, compartilha suas experiências e reflexões sobre os desafios enfrentados nos bastidores e a importância das relações interpessoais.

Durante a entrevista, JP destaca a influência de suas experiências prévias, incluindo sua formação em Direito e seus estudos em filosofia, psicanálise e ciência política, na preparação para os desafios psicológicos dos reality shows. Sua abordagem equilibrada e racional se revela crucial para lidar com as pressões do jogo e manter relacionamentos estratégicos, como a aliança formada com Deborah Albuquerque e Bruno Salomão no Power Couple.

Além disso, JP compartilha insights sobre a conciliação entre exposição na mídia e vida pessoal/profissional, ressaltando sua habilidade em equilibrar múltiplos empreendimentos e priorizar o tempo com sua família. Ao refletir sobre seu crescimento pessoal durante os reality shows, JP enfatiza sua firmeza interior e sua fé como pilares fundamentais para enfrentar desafios e manter-se fiel aos seus princípios.

Quanto ao futuro, JP revela seus planos de expandir sua carreira na televisão, com projetos como uma resenha de futebol e um programa dominical em parceria com Ticiana Gucci. Além disso, ele compartilha sua visão sobre o papel dos influenciadores digitais na sociedade atual e discute seus planos de investimento em negócios como uma loja de carros e uma loja de carnes. Com uma visão estratégica e determinação inabalável, JP Mantovani está pronto para enfrentar os desafios futuros e continuar sua jornada de sucesso na mídia e nos negócios.

Como foi a sua experiência em participar de programas de reality como A Fazenda 8 e Power Couple 5?

Olha, é uma pergunta muito aberta, né? Porque foram muitas experiências, não só lá dentro, mas aqui fora, né? Eu estava mais cru quando comecei, na 8.ª série. Mas já sou voltado para a leitura; leio bastante. Sou formado em Direito, estudei e fiz cursos de filosofia, psicanálise e ciência política. Já gosto muito desses assuntos. Já li obras de grandes escritores, como George Orwell, autor de “1984” e “A Revolução dos Bichos”, que são livros maravilhosos. Eles foram escritos em 1940 e falam muito sobre a sociedade, prevendo como seria em 1984. Orwell, devido à sua vasta bagagem intelectual, compreendia muito bem como seria a sociedade. Ele discute muito sobre governos totalitários e poderes totalitários. Isso se assemelha a um reality show, onde há um diretor que possui o poder totalitário. Você está sendo vigiado o tempo todo, come comida racionalizada e está sujeito a várias formas de opressão. Você está ali, preso em algum lugar, e tem que fazer certas coisas.

Eu já estava meio preparado psicologicamente para isso. E, quando entrei, todo mundo falava: “Você tem que estudar, você tem que estudar.” Mas eu acabei não estudando muito. Vi alguns vídeos, mas percebi que o que faz a diferença são as pessoas dentro do reality show. É isso que vai definir o contexto do jogo, né, saber lidar com as pessoas, com as peças do xadrez. Então, não me preocupei muito com isso. Tenho um perfil talvez de não levar as emoções ao extremo, sou uma pessoa bastante equilibrada. Não sou de extremos, nem de alegria extrema, tristeza extrema, raiva, ódio ou paixão. Sou mais racional. Por dentro, tenho minhas reações aos meus sentimentos, mas não preciso expressá-los em extremos.

Apesar disso, a experiência foi muito enriquecedora, uma vivência sob uma forte pressão psicológica. Os dois reality shows, A Fazenda e o Power Couple, tiveram seus detalhes. No Power Couple, participar com minha esposa foi uma experiência muito legal. Acabamos nos conhecendo ainda mais, e seguimos firmes até hoje.

No Power Couple, você formou uma aliança com Deborah Albuquerque e Bruno Salomão. Como foi construir essa parceria e quais foram os desafios enfrentados?

É, acho que as peças do jogo é que fazem o jogo, aquele jogo foi único por causa daqueles personagens, daqueles casais. Nossa aliança foi muito boa para o jogo. Conheço a Débora há uns 15 anos, fazia muito tempo que não a via. O Bruno, conheci lá, gostei muito dele, é um cara bem legal, muito bacana. Tivemos uma afinidade legal, até pela idade e experiências de vida, inclusive intelectuais. Eles começaram o jogo brigando com todo mundo, entraram para causar, não é? Estavam brigando com todo mundo e a gente estava um pouco afastado deles, com receio ainda, pisando em ovos. Estavam primeiro analisando o jogo, as pessoas, né? Aí ela começou a falar para todo mundo que éramos aliados, e o povo nos colocou como amigos, aliados. Foi uma coisa natural, acabamos ajudando-os, porque todo mundo estava meio contra eles. Fizemos essa amizade, esse vínculo de amizade, e realmente nos defendemos mutuamente. Foi muito legal, era divertido para caramba.

No final, teve uma derrapada na nossa história, né? Porque queríamos estar com eles na final. Uma semana antes da final, quando só restavam o Matheus e a Mari, vimos que eles iam ficar sozinhos. Pensamos: “Não podemos deixá-los sozinhos. Vamos puxá-los para as conversas, para cá, senão vamos dar o prêmio para eles.” Quando falamos isso e começamos a dar mais atenção a eles, que iam ficar sozinhos, o Bruno e a Débora simplesmente viraram as costas para nós. Não estávamos entendendo, começamos a não entender. Começaram a dizer que tinham mais afinidade com outro casal, não sei o que.

Ficamos chateados com isso, porque amigo que é amigo não nos larga assim. E quando saímos na cabine de descompressão, vimos que eles tinham falado mal de nós em alguns momentos, não é? Isso foi proposital, né? Para nos fazer estourar, e realmente estouramos. A gente deu o que tinha que entregar, o nosso sentido. Naquele momento, era isso. A partir dali, não torcíamos mais por eles, porque saímos em terceiro lugar. Aí tivemos que esperar a final. Não estávamos torcendo mais por eles, eles estavam. Ficamos bem chateados com isso. A própria amizade interferiu na nossa amizade que tínhamos lá dentro, que achei que era realmente uma amizade, mas percebi que era mais coisa de jogo. Acabamos nos afastando naturalmente, mas foi muito positivo para o jogo, para termos chegado aonde chegamos. Saímos em terceiro e eles em segundo. Nossa aliança foi muito importante tanto para nós quanto para eles.

Quais foram os momentos mais marcantes para você em cada um desses programas?

Oh, só de participar já foi muito marcante. Porque a gente sempre sai um degrau acima, ganhando uma visibilidade maior do que já tinha. Simplificando, a experiência lá dentro é incrível. Muito marcante mesmo, com brigas, momentos divertidos, vitórias nas provas… é muito legal, cara, muito gostoso. Gostei de todos os detalhes, então é difícil escolher um só. A vivência completa foi especial, e fazer as provas era sensacional. No Power Couple, a dinâmica de juntar dinheiro e apostar adiciona um sabor único, mesmo com as partes ruins, como discussões e dinâmicas desafiadoras. Mas a gente nunca perdeu o equilíbrio, mesmo diante de pessoas desequilibradas ou que tentavam nos desestabilizar. E isso, na realidade, é o que faz a diferença, mas em reality show? O público adora um barraco, uma treta. Eu não sou assim na realidade e não conseguiria ser falso lá dentro. Então, para mim, foi demais. A Fazenda também foi incrível, com suas provas, superações, discussões… Minha maior briga foi com a Mari e com o Douglas, mas hoje somos superamigos. Vale a pena cada segundo lá dentro. Fiquei até o final nos dois realities, então foram seis meses intensos, cheios de experiências boas, e graças a Deus, saí com a imagem de uma pessoa equilibrada.

Como é conciliar a exposição na mídia com a sua vida pessoal e profissional?

Eu acho bem tranquila a adaptação. Brasileiro é brasileiro, né? A gente é o famoso “se vira nos 30” brasileiro. Você tem que fazer mil coisas ao mesmo tempo, ou ter duas ou três profissões ou negócios. Aprendi desde cedo, cara. Meu pai é administrador de empresas, minha mãe também era; ela era professora de educação artística, mas foi para o business. Eles tiveram vários negócios próprios e trabalharam a vida inteira. Eu também sempre tive esse gosto por negócios. Comecei a trabalhar como modelo desde os 13 anos de idade e depois continuei estudando, fiz direito, me formei. Advoguei, trabalhei como modelo, era ator. Quando fiz curso de teatro, fiz teatro, fazia tudo ao mesmo tempo. Comecei a investir em carros. Tenho uma loja até hoje de compra e venda de carros. Tenho, também, uma empresa de investimentos. Aplicava na bolsa, né? Gosto muito da parte econômica, estudo profundamente a escola clássica austríaca de economia, além da prática em si. Gosto muito dessa parte, então nunca deixei isso me levar ao contrário. Como fala naquele livro, o famoso “Celebridades S.A.”, que você sendo da TV, tendo uma mídia, consegue alavancar seus próprios negócios. Você tem que saber usar isso a seu favor. É muito bacana. Sempre fiz bem em várias empresas. Entrei já como sócio imagem, utilizo minha imagem para alavancar meus negócios. Então, para mim não tem dificuldade nenhuma. Hoje em dia, com quase 45 anos, consigo equilibrar muito bem meu tempo de trabalho com minha família, minha filha, minha esposa, Ellie Martins. E com minha família, que mora sempre por perto, sempre organizei a logística para facilitar o dia a dia. Para mim, foi muito importante esse equilíbrio de tempo e saúde, estar com quem a gente gosta, porque o tempo passa muito rápido. Quando você se foca muito em trabalho, depois percebe que perdeu um pouco desse tempo que poderia ter sido de qualidade com sua família e amigos. Consegui equilibrar isso com facilidade, nem é uma coisa que me preocupa.

O que você diria que aprendeu sobre si mesmo durante essas experiências em realities?

Aprendi que sou um cara equilibrado, forte, firme. Dificilmente sou abalado por coisas mundanas, especialmente por pessoas. Sou cristão, e uma base fundamental para mim, algo que se tornou quase um lema pessoal, é entender que ser cristão não é apenas ser uma pessoa “bonzinha”. Ser cristão é reconhecer que somos pecadores por natureza, falhos perante Deus, e que precisamos Dele para alcançar a redenção. Meu objetivo na vida é buscar essa redenção com Deus. Minha relação é direta com Ele, então as coisas terrenas, entendendo-me como pecador e reconhecendo a falibilidade humana, não me abalam facilmente. Não julgo os outros, pois cada um tem seu caminho e suas lutas.

No contexto do reality show, essa experiência apenas reforçou o que já sabia sobre mim: sou uma pessoa equilibrada. Respeitei todos, nunca me envolvi em discussões que atacassem o lado pessoal de alguém. Essa postura vem do meu entendimento e minha fé, que me ensinam a olhar para as minhas próprias falhas antes de julgar as dos outros, buscando sempre a melhoria pessoal diante de Deus.

JP Mantovani
JP Mantovani

Você tem planos de participar de outros programas de televisão ou reality shows no futuro?

Para o futuro, adoto a perspectiva de que só Deus sabe o que vai acontecer. Tudo depende das oportunidades, experiências, e do foco no momento. Quanto a participar de um reality show novamente, estou aberto a isso. Se receber um convite e tiver disponibilidade, com certeza consideraria, pois acredito que sempre se sai de um reality show em uma posição melhor, tanto em termos de imagem quanto profissionalmente.

Atualmente, estou envolvido em projetos de televisão. Entre 2010 e 2015, gerenciei uma produtora de foto e vídeo enquanto trabalhava com a Ana Hickmann no programa “Tudo é Possível” da Record. Minha produtora atendeu algumas agências de publicidade e trabalhou com grandes empresas. Estou trazendo essa experiência para dois novos projetos:

– Resenha de Futebol com Bia do Riso da Bola: Estou desenvolvendo um projeto junto com a Bia, que organiza o futebol solidário conhecido como o Riso da Bola, um evento beneficente com muitos anos de história. A ideia é criar uma resenha sobre futebol, e estamos no processo de escolha do canal ou produtora para realizá-lo.

– Programa com Ticiana Gucci na TV Barueri: Ticiana Gucci, que já tem um programa noturno na TV São Paulo, está interessada em desenvolver um programa de domingo comigo. Estamos trabalhando nessa ideia e esperamos que algo concreto aconteça neste ano.

Portanto, há muitos planos em andamento para o futuro, especialmente na televisão, o que promete ser um ano bastante ativo e emocionante.

Como você vê o papel dos influencers digitais na sociedade atualmente?

Eu não vejo as coisas de cima para baixo, prefiro fazer uma análise de baixo para cima. Vejo a influência de uma pessoa sobre outra como algo fundamental. Acredito que é essencial que o conteúdo compartilhado seja decente e enriquecedor, buscando ressaltar as virtudes humanas. Claro, há espaço para o humor, pois a comédia tem seu valor. Existe mercado para todos. Entretanto, não aprecio influenciadores que recorrem a palhaçadas ou bizarrices, embora reconheça que existe público para tudo. Minha inclinação é mais filosófica, então tendo a seguir artistas, historiadores, pensadores e filósofos que admiro.

Não consumo conteúdos como pornografia, por exemplo, pois os considero uma perda de tempo. Respeito quem gosta, mas não é para mim. Meu foco está em pessoas e temas que me interessam, como carros e motos, um setor no qual atuo comprando, vendendo e customizando veículos. Gosto de influenciadores que compartilham esses interesses, e procuro fazer o mesmo, falando sobre família e outros temas positivos.

O problema, na minha visão, é o consumo excessivo de conteúdos negativos, como fofocas, que considero prejudiciais. Todos gostam de um bocado de fofoca, é verdade, mas é importante não nos deixarmos consumir por essas narrativas e evitar falar da vida alheia. O foco de um influenciador digital não deveria ser esse. Vejo o papel do influenciador de forma positiva, cada um atuando em seu segmento, o que considero importante. Hoje, com a facilidade proporcionada por plataformas como Instagram, Facebook e TikTok, é mais fácil encontrar conteúdos alinhados aos nossos interesses, apesar de eu pessoalmente não ver muito valor nas famosas “dancinhas”.

Além da televisão, em quais outras áreas você gostaria de expandir sua carreira?

Já me considero um pré-aposentado. Possuo alguns bens, como móveis, e tenho investimentos. Estou prestes a completar 45 anos, visando a aposentadoria aos 60 ou 62, o que significa que tenho cerca de 17 anos pela frente. No entanto, meu objetivo é crescer significativamente, tanto na televisão quanto em meus empreendimentos pessoais. Estou concentrando esforços em alguns projetos específicos, como o programa de resenha de futebol que estou organizando e um programa dominical que está nos planos. Há muito para expandir.

Além disso, estou envolvido em vários negócios, incluindo minha loja de carros, que já está operacional. Estou planejando abrir uma loja de carnes com um sócio que tem forte presença no setor. Este ano promete ser muito positivo, tanto profissional quanto financeiramente, se Deus quiser.

Quais são seus projetos futuros e objetivos profissionais para os próximos anos?

Atualmente, estou concentrado em alguns projetos empolgantes para este ano. Um deles é o projeto com a Bia, do “Riso da Bola”, para criar o “Resenha do Riso da Bola”, um programa diário de segunda a sexta-feira. Teremos a participação de ex-jogadores para discutir futebol de forma séria e descontraída, com espaço para brincadeiras e diversão.

Além disso, estou desenvolvendo um programa de entretenimento para os domingos, com uma variedade de conteúdos culturais e musicais de qualidade. Também estou envolvido na gestão da minha loja de carros, onde faço compra, venda e customização de carros e motos, especialmente motos Harley-Davidson, uma paixão pessoal.

Outro empreendimento em que estou trabalhando é a abertura de uma loja de carnes. Estamos finalizando os detalhes com meu sócio, Piá, para oferecer carne de alta qualidade a preços justos, com foco principal no serviço de entrega em toda São Paulo.

Além disso, estou apoiando a carreira solo da minha esposa, Ellie Martins, que passou 20 anos no grupo Rouge. Agora é hora dela seguir seu próprio caminho, com projetos autorais. Estamos começando a produção de um álbum solo com sete músicas, sob a orientação do renomado músico Marco Devita, meu primo. Estamos animados com o trabalho que vem sendo realizado nos últimos cinco meses, e esperamos apresentar um produto de alta qualidade em breve.

Acompanhe JP Mantovani no Instagram

TAGGED:
Share this Article

Você não pode copiar conteúdo desta página