Jokin lança “This is War”, uma reflexão musical sobre o caos interno e externo

Jokin (Thamires Seus)
Jokin (Thamires Seus)

O músico e produtor pelotense Joaquim Mota, sob o pseudônimo de Jokin, lança “This is War”, um intenso single que mistura folk, jazz e rap alternativo. A música, que estará no álbum “Cubomedusa” a ser lançado em outubro de 2024, reflete sobre as guerras internas e externas que marcaram o período da pandemia e os conflitos globais. Apoiado pelo Procultura da Prefeitura Municipal de Pelotas, o projeto de Jokin conta com colaborações diversas, simbolizando a necessidade de coletividade que emergiu durante o isolamento.

Você menciona que “This is War” foi composta durante um período de grande turbulência política e social. Como essas experiências pessoais e globais influenciaram a criação da música?

Eu queria traçar um paralelo com problemas tão globais com problemas tão íntimos e pessoais. A pandemia e as guerras ao redor do mundo, que vieram na sequência, afetam a todos nós de uma forma ou outra, e com elas vem imagens muito fortes, imagens de guerras. Isso de alguma forma me remeteu a escrever “isso é guerra” como o início dessa canção e me levou também a refletir sobre a grandeza dos problemas de cada um e como isso afeta o todo.

Na música, você traz muitos simbolismos para refletir as batalhas internas e externas. Como você escolheu quais símbolos usar e qual é a importância deles na sua mensagem?

Os simbolismos foram nascendo meio que por vontade própria ao longo da composição. Depois eu fui lapidando e fazendo correlação com situações minhas ligadas a depressão e saúde mental. Eu queria usar esses simbolismos para traçar analogias e pintar uma imagem na mente de quem for escutar as músicas para que, de alguma forma, eu conseguisse me fazer compreendido.

Jokin
Jokin

Como foi trabalhar com Marilia Piovesan e Esmute na produção de “This is War”? Como cada um deles contribuiu para a construção da faixa?

A participação deles dois foi essencial para a canção crescer e chegar aonde chegou. O Esmute é um amigo de anos, já havíamos trabalhado juntos muitas vezes, mas dessa vez foi mais próximo e especial porque conseguimos criar e experimentar mais juntos. Ele é um grande baterista e tem um ouvido impressionante. E a Marilia eu conheci durante o processo de gravação do álbum e fiquei muito impressionado com o talento dela. Poucas vezes na vida eu presenciei alguém cantando e gravando vozes de um jeito tão incrível e belo. Eles mudaram a música para muito melhor.

O álbum “Cubomedusa” é descrito como um trabalho colaborativo. Pode compartilhar algumas experiências memoráveis que teve com os outros artistas envolvidos no projeto?

Eu vou citar especificamente as três participações na “Vai dar Pé”, que vai ser o próximo single que será lançado. Eu tinha uma ideia básica na minha cabeça de como ela poderia ficar e o Gustavo Cunha me ajudou a lapidar essa ideia e a trazer as pessoas certas para que ela pudesse se concretizar. Primeiro chamamos o Marcelo Vaz, que gravou o piano dela. Nós estávamos gravando em Pelotas, mas ele ia fazer uma gravação no estúdio Pedra Redonda em Porto Alegre e eles tem um piano lá e uma estrutura incrível. Nós demos liberdade total para ele e ficamos boquiabertos com o que ele nos mandou de volta. Mudou a música para a melhor. Depois, convidamos o Raphael Evangelista para gravar o violoncelo. Mandamos a música para ele e, lá da França, onde ele mora, ele gravou não só um cello, mas sim um arranjo lindo completo. De novo, mudou a música para a melhor. Por último, convidamos a Sara, do projeto Oliva, para gravar as vozes junto comigo. Ele também gravou as vozes em Porto Alegre, com total liberdade para criar e brincar com a melodia, e ficou um resultado lindo e com extrema sensibilidade. E, mais uma vez, mudou a música para a melhor. Acho que isso para mim resume bem a parte colaborativa do álbum. Todos com liberdade, todos, nesse caso, gravando à distância, e todos agregando muito à música.

Jokin (Thamires Seus)
Jokin (Thamires Seus)

Você fala sobre a importância do coletivo durante o período de pandemia. Como essa necessidade de colaboração influenciou a forma como você criou o álbum “Cubomedusa”?

Influenciou muito no resultado do processo criativo do álbum. Eu tinha uma ideia, trabalhava ela com o Gustavo Cunha, mandava para as pessoas, elas nos mandavam a parte delas ou gravavam aqui no estúdio, e depois eu e o Gustavo trabalhamos em cima do que cada um trazia para dar essa identidade sonora que o álbum tem. A parte solo do projeto, eu, serviu muito mais como ponto de ignição do projeto e do conceito, a parte colaborativa é que trouxe as cores ao projeto.

O título do álbum, “Cubomedusa”, faz referência a uma água-viva. Como esse conceito se relaciona com as músicas e a mensagem do álbum?

“Cubomedusa” é o nome científico da água-viva que é o animal mais mortal do planeta. Porém, ao mesmo tempo, é um animal de uma beleza ímpar. A ideia é traçar uma comparação desse dualismo ao dualismo da condição humana, tão linda, porém tão frágil.

Como foi o processo de produção do álbum com Gustavo Cunha? O que ele trouxe para a produção que ajudou a moldar o resultado do projeto?

Eu conheço o Gustavo há alguns anos e já havíamos trabalhado juntos, mas à distância, durante a pandemia. Por ter gostado muito da forma na qual trabalhamos, fiz o convite para produzirmos esse álbum junto. O Gustavo é um grande músico e produtor e tem uma mente muito criativa e aberta para experimentos sonoros no estúdio. Ao mesmo tempo, ele sabia a hora de dizer “deu, já temos o take” porque senão eu seguiria querendo gravar e experimentar mais e mais. Então eu acho que ele soube dosar bem isso, o foco e as experimentações. Além da sintonia que nós criamos, que existiu do início ao fim do processo, e foi essencial para dar vida ao álbum.

Você decidiu cantar em português e inglês no álbum. Quais foram as razões para essa escolha e como ela contribui para a mensagem que você quer transmitir?

Eu tinha uma banda que só compunha em inglês e depois tive uma que só compunha em português. Eu queria a liberdade de me expressar da forma a qual eu achasse que caberia melhor para cada canção. As duas línguas são belas, mas trazem pontes e barreiras completamente diferentes na hora de compor. Isso também me tira da zona de conforto e me dá mais possibilidades para expressar.

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