A atriz Joana Kannenberg celebra um marco significativo em sua carreira ao interpretar Patrícia na série “Pedaço de Mim”, da Netflix, que alcançou o topo do ranking global da plataforma na categoria de séries de língua não inglesa, com destaque em mais de 20 países. Além do sucesso na TV, Joana já tem novos projetos em andamento, incluindo sua participação na peça “Onde Vivem os Bárbaros”, do dramaturgo chileno Pablo Manzi, com direção de Patrick Sampaio e estreia prevista para o primeiro semestre de 2025.
Como foi para você interpretar a personagem Patrícia em “Pedaço de Mim” e contribuir para o sucesso global da série na Netflix?
Foi uma experiência incrível e desafiadora. Como atriz, sempre sonhei poder contar uma história com relevância nacional e a Patrícia me entregou isso. Infelizmente casos como o dela acontecem diariamente no país em que vivemos. Espero que a série ajude a colocar em evidência a questão do abuso sexual no Brasil e que as vítimas possam lutar por justiça.
Qual foi a sua reação ao ver “Pedaço de Mim” alcançar o primeiro lugar no Top 10 global na categoria de séries de língua não inglesa?
Fiquei muito contente, foi uma grata surpresa. Eu sempre acreditei na força do projeto, mas nunca imaginei que não só o Brasil, como vários países do mundo, também iria se encantar pela história.
Em quais aspectos você mais se identifica com a Patrícia, e como essa identificação influenciou a sua atuação?
A Patrícia é uma menina muito livre, jovem, quer viver novas experiências. Eu também já fui muito assim. Eu não passei por uma situação traumática como a dela, mas admiro a coragem da personagem de denunciar o agressor, mesmo que primeiramente a denúncia não tenha tido o efeito que ela esperava.
Logo que os produtores me chamaram para interpretar esse papel, deixaram claro que a história dela era densa e difícil, então topei sabendo do desafio. Tive que encontrar essa raiva, essa dor, de quem teve a juventude interrompida por um trauma, dentro de mim.
Como você se preparou para o papel de Patrícia, e quais foram os maiores desafios ao interpretar essa personagem?
Tive o apoio do meu companheiro, Patrick Sampaio, que é ator e preparador de elenco. Nós conversamos muito sobre as cenas, como seria lidar com a pressão do set, e sobre como seria fazer a cena do abuso sexual. Cheguei no dia da gravação confiante e ainda contei com o auxílio de uma coreógrafa de intimidade no set. Hoje em dia muitas séries contratam um profissional para estar presente nas cenas de sexo e nudez. Me senti supersegura e respeitada.
O que você pode nos contar sobre seu papel na peça “Onde Vivem os Bárbaros”? Como está sendo a preparação para esse novo desafio?
A minha personagem se chama ”Europa”, ela é a chefe de uma ONG que busca democratizar regiões em conflito. Ela parece bem-intencionada, mas é cheia de contradições e hipocrisias, assim como os outros personagens da peça. Ainda estamos na fase de estudo de personagem, mas está sendo um desafio delicioso investigá-la.
Quais expectativas você tem para a estreia de “Onde Vivem os Bárbaros” e como você vê esse novo projeto se destacando em sua carreira?
A peça, do dramaturgo chileno Pablo Manzi, é extremamente atual, ácida e interessante. Fizemos uma leitura dramatizada do espetáculo na Base do @labo.art.br, espaço multidisciplinar em artes (que fica em botafogo, RJ). O lugar é administrado por Patrick Sampaio e sou uma das apoiadoras da iniciativa. A recepção do público com as leituras foi incrível e isso estimulou a equipe a dar prosseguimento com a montagem. A estreia está prevista para o primeiro semestre do ano que vem. Para mim é um grande prazer voltar para os palcos. A última peça que fiz parte foi antes da pandemia e estava sentindo saudade de fazer teatro, o lugar onde comecei.
Com o sucesso de “Pedaço de Mim”, como você vê o impacto da produção nacional no cenário global, e o que esse reconhecimento representa para você como atriz?
Como atriz, considero um grande marco em minha carreira, uma oportunidade de mostrar meu trabalho em escala global. Espero conseguir mais trabalhos desafiadores e impactantes como esse no futuro.
Quais são seus próximos planos e projetos futuros? Há algo em especial que você gostaria de explorar em sua carreira daqui para frente?
Além da peça na qual estarei no elenco, também sou roteirista. Escrevi um curta-metragem chamado ”Noturna” que foi selecionado para o Festival do Rio ano passado. O cinema é uma área que me interessa muito. Quero continuar desenvolvendo minhas habilidades nesse meio e planejo escrever um novo roteiro em breve, em parceria com minha amiga escritora Júlia Portes (indicado ao Prêmio Jabuti como autora revelação 2023.)
Acompanhe Joana Kannenberg no Instagram