A cantora e compositora Isabella Lembo lança, dia 29 de julho, o single inédito “Seu Jogo”. Com característico timbre aveludado, a paulistana se inspira nas próprias vivências para compor músicas acolhedoras sobre amadurecimento e a chegada da fase adulta. Com carreira recente, a artista apresentou sua primeira canção em abril, “Quem Eu Sou”.
Compositora desde os 13 anos de idade, se formou em Música Popular pela Faculdade Santa Marcelina e passou pela Berklee College of Music, em Massachusetts. Em 2021, chamou atenção pelo roteiro e atuação no monólogo musical “5 Fases Para Superar Um Término”, que recebeu uma indicação ao Rio Web Fest, um dos maiores festivais de webséries do mundo. Isabella Lembo é cantora, compositora, instrumentista e atriz. Confira a entrevista!
Curiosamente, você se inspira nas próprias vivências para compor músicas que visam falar um pouco sobre o amadurecimento e todas as questões da fase adulta. Em meio a esse misto de criatividade, nasceu ‘Seu Jogo’, canção lançada recentemente que fala sobre um relacionamento tóxico, assunto bastante debatido nos dias atuais. Diante de todos os fatos, você acredita que falar sobre o tema através da arte impacta as pessoas? Como sua música tem sido recebida por seu público?
Eu acredito que poder se identificar ou até expressar sentimentos que muitas vezes não conseguimos falar muito bem, é um dos maiores poderes que a canção tem. Eu escrevi essa música justamente para tentar entender melhor o que estava sentindo… E quando lancei “Seu Jogo”, uma das coisas que mais me impressionou foi a quantidade de pessoas que me contaram que se identificaram com a minha música de alguma forma. Senti-me feliz de poder ter criado algo que pudesse ajudar as pessoas, mas principalmente por elas terem sentido vontade e abertura para compartilhar suas próprias vivências comigo.
Apesar de uma carreira recente, você traz canções de letras bem fortes e impactantes que transmitem um ar diferenciado dos outros cantores da atualidade. Em sua visão, como você define o seu trabalho até o momento? E como você espera que sua carreira esteja daqui há 5 anos?
Primeiramente, obrigada pelas suas palavras! O meu trabalho é totalmente focado na relação entre a minha vida, minhas experiências e a minha vontade que minhas músicas possam ajudar de alguma forma as pessoas que se identificarem com ela. Acho incrível o poder que uma canção tem de nos fazer sentir menos solitários… Em 5 anos eu realmente espero ter uma comunidade de pessoas que se identificam com as minhas letras e poder viver integralmente de música.
Um tema bastante abordado em suas composições é justamente a migração das características do amadurecimento, que mostra a chegada da fase adulta, e com isso, veio o projeto do álbum “Quem Eu Sou”. Como surgiu o contexto desse projeto e como tem sido a produção dele?
Eu escrevi essas músicas entre 2020 e 2021. Nesse período, além de estarmos em casa tendo que lidar com os nossos sentimentos, eu estava passando pelos meus últimos anos na faculdade de música. Então, eu tive essa sensação de que eu estava “virando uma adulta” e ainda precisava lidar com questões que tinha passado, mas que ainda não havia processado muito bem. E todas as músicas que estou lançando estão, de alguma forma, conectadas à temática do amadurecimento. Agora, “Quem Eu Sou” é a música que sintetiza todo esse universo. Ao mesmo tempo que traz essa sensação de querer viver coisas novas e descobrir novas versões de mim mesma, eu queria honrar e “manter as outras isabella’s” que existem em mim.
Também conhecido na psicologia por gaslighting, a toxicidade nos relacionamentos amorosos é algo que atinge não só os jovens adultos como pessoas em diversas fases da vida, e que infelizmente se repete várias vezes. A questão de escolher essa abordagem para a sua nova música teve relação com algum fato da sua vida? Como enxerga a situação que as mulheres costumam passar nesses casos e em sua opinião, esses relacionamentos também poderiam afetar os homens?
Sim, eu me inspirei em experiências pessoais que passei para escrever “Seu Jogo”. Relacionamentos tóxicos e/ou abusivos podem existir de diversas formas… Pode ser um relacionamento amoroso, assim como uma relação profissional ou até familiar. E isso é o mais difícil, qualquer um pode ser a vítima ou algoz.
Um detalhe a respeito da composição de “Seu Jogo” foi justamente para tentar entender o que estava acontecendo em um determinado momento da sua vida. Olhando por esse ponto, você enxerga a música como forma possível forma de terapia na sua vida, indo além de uma profissão?
Com certeza! Em primeiro lugar, eu me apaixonei por composição, quando as músicas que eu ouvia explicavam o que eu não conseguia dizer. Então, comecei a escrever músicas para tentar entender os meus sentimentos e, hoje, continuo escrevendo e agora lançando as minhas composições para acolher as pessoas que se identificarem com as minhas letras e vivências, levando isso para as suas próprias vidas.
Além de toda sua performance nesse novo single, um dos produtores que esteve junto com você foi o Rique Azevedo. Como foi o trabalho em conjunto de vocês e o que mais se identificou com o trabalho dele?
Co-produzir “Seu Jogo” com o Rique Azevedo foi uma experiência incrível! Já admirava o trabalho dele há algum tempo, e a melhor parte de passar por esse processo com ele foi poder criar e imaginar arranjos em conjunto. Ele respeitou muito a minha visão como artista e musicista, ao mesmo tempo em que ele colocou suas referências. Aprendi muito nesse processo sobre gravações em estúdio e sobre mim mesma também.
Comentando sobre o videoclipe da música, um detalhe bastante chamativo para o contexto visual foi à paleta de cores que traz tonalidades de preto, brancas e marrons. O que a fez optar por essas escolhas e como elas auxiliam na mensagem que “Seu Jogo” pretende transmitir?
A ideia de fazer todo o clipe girar em torno de poucas cores veio do conceito desse relacionamento tóxico, que parece mais a sensação de se estar preso em um jogo. Em um tabuleiro não existem tons de cinza. Existem os quadrados brancos, os pretos e as peças das mesmas cores. Originalmente até gravamos uma cena “colorida”, mas junto com a Novelo Produções (que produziu o clipe comigo), percebemos que ela não fazia sentido dentro da história que estávamos contando.
Formada em música popular e com passagem pela Berklee College of Music, em Massachusetts, as suas composições vieram desde que tinha 13 anos, e hoje já recebeu indicações a festivais por alguns trabalhos como atriz, como foi o caso de “5 Frases para Superar Um Término”. Como foi que atuação e a música chegaram até você e como ambas se complementam na sua carreira atualmente?
Atuação sempre foi algo que eu amei e que me intriga muito. Eu decidi fazer um curso profissionalizante de teatro quando estava na faculdade de música, e os dois universos se cruzaram muito. Afinal, quando a gente canta uma música, estamos criando e nos colocando no lugar desse personagem. Hoje vejo o quão importante para a minha carreira de cantora é ser também uma atriz. Além do fato de que eu adoro atuar e tenho muita vontade de voltar a me dedicar ao teatro também.
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*Com Andrezza Barros
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