George Xanthis brilha em “The Chosen” e consolida sua carreira no universo da televisão e cinema

Luca Moreira
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George Xanthis (Amanda Peixoto-Elkins)
George Xanthis (Amanda Peixoto-Elkins)

O ator George Xanthis, conhecido por sua atuação marcante como João em The Chosen, protagoniza o drama histórico que estreou nos cinemas em 28 de março e chegou logo em seguida ao streaming. Além de atuar, Xanthis também se destaca como roteirista, produtor e comediante. Sua performance na série, que narra a vida de Jesus e seus seguidores, já é considerada uma das mais poderosas da atualidade. Com uma trajetória sólida, o ator também coleciona indicações ao Australian Academy of Cinema & Television Award (AACTA) e passagens por produções renomadas como Impeachment: American Crime Story e WeCrashed.

Você tem interpretado João em The Chosen, um papel que carrega um peso emocional e espiritual significativo. Como foi para você se conectar com esse personagem e dar vida a uma figura tão icônica da história cristã?

Sempre disse que esse tem sido o papel da minha vida. Claro que o papel pode carregar muito peso, mas isso só acontece se eu pensar nele como São João, em vez de João, o ser humano. O que The Chosen faz tão bem é tirar essas figuras “icônicas” da iconografia e trazê-las para a terra. Essa humanidade é o que permite a mim — e a tantos fãs ao redor do mundo — se conectar com pessoas como João, o Apóstolo.

Sua carreira é bastante diversificada, passando por comédia, drama e até produções biográficas. De que forma interpretar João em The Chosen desafiou ou transformou você como ator em comparação com os papéis anteriores?

A confiança que os roteiristas, Dallas Jenkins, Tyler Thompson e Ryan Swanson, têm em mim se reflete na escrita do meu personagem. João pode ser um pouco ríspido. Ele pode ser amoroso. Pode ser engraçado e também reflexivo. Eles não têm medo de me dar cenas emocionais, cenas de ação ou com uma pitada de humor — tudo no mesmo episódio. Pode ser um desafio, mas estar em The Chosen me permitiu explorar todas essas ferramentas que tenho no meu repertório. E sou muito grato aos nossos roteiristas por confiarem em mim para interpretar um personagem tão multidimensional.

Em Impeachment: American Crime Story, você interpretou George Stephanopoulos, uma figura real e política. Como foi o processo de preparação para interpretar um personagem baseado em uma pessoa real em contraste com a abordagem em The Chosen, que trata de figuras históricas com uma forte carga religiosa?

Bem, para começar, eu assisti a vídeos do George Stephanopoulos no YouTube e o imitei! Eu fazia parte de uma série de esquetes, e eu e meu parceiro de escrita, Jay K. Cagatay, éramos os “imitadores” residentes do programa. Tenho muito orgulho de poder usar as habilidades que aprendi fazendo imitações cômicas e aplicá-las na televisão e no cinema dramático. Para o João, obviamente não existe ninguém real para imitar, então isso me deu liberdade para criar um personagem do zero, usando a trindade sagrada da criação de personagem: Corpo, Voz e Ponto de Vista (obrigado, Groundlings!).

Você já trabalhou ao lado de grandes nomes da indústria, como Jared Leto e Anne Hathaway em WeCrashed. O que você aprendeu nesses sets que acabou trazendo para o seu trabalho em The Chosen?

Jared continua sendo, até hoje, um dos melhores artistas com quem já trabalhei. Aprendi muito com ele, e ele foi tão generoso, tão aberto e acolhedor comigo enquanto trabalhávamos juntos em WeCrashed. Ele nunca saía do personagem! Mas, para quebrar qualquer desconforto, ele me recebeu no set já no personagem e me entregou um presente para o “meu escritório no prédio da WeCrashed”. Isso me deu permissão para entrar no meu personagem também, e a partir daí foi só brincadeira e criação para nós dois. Por outro lado, a Anne me mostrava fotos do cachorro dela em um momento e, no instante seguinte, já mergulhava no personagem e entregava uma cena carregada de emoção. Foi incrível ver dois estilos tão diferentes atuando sob o mesmo teto!

Ser indicado ao Australian Academy of Cinema & Television Award (AACTA) por uma série de comédia como Open Slather mostra sua versatilidade como ator. Existe algo na comédia que você considera essencial para equilibrar os desafios emocionais de um drama histórico como The Chosen?

Com certeza, e acho que essa é uma das forças de The Chosen no geral: estamos humanizando essas figuras históricas da Bíblia a ponto de permitir que tenham momentos de leveza e humildade — a ponto de risos serem compartilhados. Tenho muito orgulho do meu trabalho em Open Slather, e ter recebido uma indicação a prêmio foi a realização de um sonho.

Além de ator, você também é roteirista e produtor. Como essas diferentes facetas da sua carreira influenciam o seu processo criativo na hora de interpretar um personagem tão complexo quanto João?

Comecei minha carreira de roteirista na comédia. Isso me ensinou a produzir roteiros objetivos, com uma piada a cada meia página! Meus estudos na The Groundlings School, em Los Angeles, também me ensinaram a manter tudo “centrado no personagem”. Como mencionei antes, a trindade sagrada da criação de personagens na Groundlings é Corpo, Voz e Ponto de Vista — e essa abordagem centrada no personagem me permite sempre colocá-lo em primeiro lugar, seja escrevendo comédia, drama ou lendo um roteiro que envolva o João.

The Chosen se tornou um fenômeno global, alcançando um público diverso em diferentes partes do mundo. Como é para você saber que seu trabalho está tocando tantas pessoas em níveis emocionais e espirituais tão profundos?

Acho que o objetivo de qualquer artista é criar algo que impacte as pessoas e faça diferença em suas vidas. Às vezes, as pessoas gostam de arte por entretenimento, mas causar impacto emocional e espiritual — esse é o tipo de impacto que pode transformar vidas. Saber que nossa série alcança isso em escala global, em tantas línguas diferentes — é uma verdadeira honra.

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