Gabriel Milane, ator paulista de 24 anos, faz sua estreia na TV aberta como Topete, o bad boy de Garota do Momento, novela das 18h da Globo. Com uma trajetória que começou aos 10 anos em campanhas publicitárias e passou pelo streaming – incluindo papéis em De Volta aos 15 (Netflix) e Pico da Neblina (MAX) –, o artista celebra a conquista de um sonho que projetava para o futuro. Para se dedicar à atuação, Gabriel trancou a faculdade de Sistemas de Informação na USP e agora se prepara para conquistar o público com um personagem carismático e controverso.
Estrear em uma novela das 18h é um sonho para muitos, mas você teve que tomar uma decisão difícil para chegar até aqui, deixando seu curso de Sistemas de Informação. Como foi lidar com essa mudança tão grande e provar para sua família — e para você mesmo — que estava no caminho certo?
Fui uma criança muito risonha, extrovertida e sempre tive uma forte ligação com a música. Desde pequeno, toco e canto por influência da minha avó, além de ter convivido com amigos cujos pais eram músicos. Foi nesse ambiente que a arte me chamou pela primeira vez. Mais tarde, comecei a trabalhar com publicidade, mas sempre encarei como um hobby. Na época, não queria seguir essa carreira porque não sabia lidar com a frustração de não passar em um teste — algo muito delicado para uma criança. Meus pais me ajudaram muito nesse processo.
Apesar disso, o que realmente me motivou a migrar para outro caminho foi a possibilidade de trabalhar com algo que fosse prazeroso e interessante, onde eu pudesse fazer o que sempre gostei. Afinal, desde cedo me apaixonei pela sensação de estar em um set de filmagem. No final do ensino médio, tomei a decisão de cursar Computação pelas motivações erradas e, quando percebi onde estava chegando, decidi mudar de rumo. Foi um choque para mim e para meus pais, que ficaram inseguros no início, mas sempre me apoiaram.
No fim, tudo deu certo. Passei a estudar e a me dedicar ainda mais a melhorar minha atuação, meu improviso e meu posicionamento diante das câmeras. Essas foram habilidades que aprendi na prática ao longo dos anos em publicidade.
Você mencionou que espera que as pessoas “amem odiar” o Topete. Qual foi o maior desafio ao trazer humanidade para um personagem que, de certa forma, se coloca como o vilão da história?
Topete se vê como o herói de sua própria história, assim como todos nós. O que lhe falta, talvez, seja justamente essa sensibilidade com o próximo, já que suas atitudes e comportamentos afetam os outros. Acredito que essas questões vão se tornar cada vez mais evidentes nos próximos capítulos.
Não posso deixar de mencionar que a obra de Alessandra Poggi é incrivelmente rica, permitindo explorar diferentes camadas da história. Meu maior desafio tem sido trazer esse jovem rebelde e excêntrico de uma forma leve e divertida. No fim das contas, ele é apenas um jovem dos anos 50 que quer aproveitar a vida, e suas “vilanias” são fruto de uma revolta interna — não apenas com sua geração, mas também com suas próprias questões.
Depois de interpretar Hugo, na série De Volta aos 15, e Nico, em Pico da Neblina, você trouxe personalidades completamente diferentes para seus papéis. Como essas experiências ajudaram a moldar sua preparação para viver o Topete?
Sempre busquei utilizar minhas características para compor meus personagens. Nico era um jovem da periferia, responsável e ousado. Hugo, um mímico que fazia voto de silêncio por sua arte. Já Topete é um jovem rebelde dos anos 50. Todos eles carregam certo tom caricato, uns mais do que outros.
Foi por meio desses personagens que aprendi a equilibrar uma atuação mais divertida e exagerada com nuances leves e humanas. Afinal, um personagem pode ser engraçado e chamativo, mas ele também precisa ter sentimentos como qualquer outra pessoa — e é isso que o torna humano.
Você buscou referências em artistas como Jack Black, Jim Carrey e Eduardo Sterblitch para dar vida ao seu personagem. Qual foi o momento mais divertido ou desafiador ao incorporar essas influências ao Topete?
Sem dúvidas, a cena mais desafiadora para mim foi a do boliche, quando Topete tem uma atitude homofóbica. Além de ser uma parte fundamental da construção do Guto, essa cena também retrata como a sociedade normalizava certos comportamentos que nunca fizeram sentido — e que, hoje, são ainda mais questionados.
Foi um momento em que precisei me soltar e acessar um lugar que não me é natural. Como ator, acabamos nos sensibilizando com a nossa história e com a dos outros personagens. Felizmente, Pedro Goifman sustentou a tensão da cena de forma incrível, e as meninas também brilharam, como sempre. Quando se trabalha com profissionais tão talentosos, qualquer “canelada” vira um passe perfeito.
Trabalhar ao lado de colegas mais experientes, como Maísa e Klara Castanho, parece ter sido uma experiência enriquecedora para você. Qual foi o conselho ou lição mais marcante que recebeu deles durante as gravações?
Aprendo todos os dias, muito por observar o que os outros fazem e absorver aquilo que faz sentido para mim. No caso da Klara, admiro muito sua disponibilidade e naturalidade. Ela está sempre pronta para entrar em cena e cada palavra sua nasce de um lugar muito genuíno. Atuar ao lado dela é uma experiência incrível.
Maísa é outro fenômeno, craque absoluta. Me divirto demais com sua Bia! Aliás, sinto que todos estão entregando um trabalho incrível. É um privilégio dividir cena com atores tão talentosos. Lembro-me de quando os via pela tela e, sinceramente, nem nos meus maiores sonhos poderia imaginar estar atuando com eles — e, ainda por cima, em dois projetos! A gratidão que sinto é imensa.
Você revelou o desejo de viver um momento “rockstar”, inspirado na icônica cena de De Volta para o Futuro. Como a música influencia a sua atuação, e você já pensou em trazer esse lado musical para algum projeto?
Vim da música, então sempre fui fascinado pelo poder do palco. Sempre que assistia aos meus artistas favoritos, ficava encantado com a energia que eles transmitiam.
É exatamente no palco que quero estar mostrando meu trabalho e me divertindo em cena. Acredito que a adrenalina de iniciar um show e a de fazer uma cena sejam muito parecidas. Este ano, quero investir bastante na minha carreira musical. Me sinto pronto e disposto para qualquer desafio — e esse, com certeza, não seria diferente.
Você destacou que Topete enfrenta o dilema de muitos adolescentes, buscando diversão e evitando responsabilidades. Como você equilibra o lado descontraído e focado da sua vida pessoal com os desafios de construir uma carreira de sucesso?
Para mim, a palavra-chave é “equilíbrio”. Sei em que momento da minha vida estou e estou muito focado na novela. Mas, ao mesmo tempo, gosto de sair com meus amigos, jogar conversa fora e tocar violão.
Sinto que minhas obrigações e meus hobbies acabam se misturando, porque amo o que faço. É um prazer para mim estudar minhas cenas, discutir a trama com os colegas e, claro, pisar no set — que é onde a magia acontece. A cada dia que passa, tenho mais certeza de que estou vivendo um sonho.
Mesmo com duas grandes produções no currículo, você parece manter os pés no chão enquanto sonha alto. O que você acredita ser o segredo para aproveitar o presente sem perder de vista os objetivos futuros?
O segredo desse equilíbrio, para mim, é ter a certeza de que minha fé é inabalável. Sei que tudo vai se encaixar no tempo certo, como sempre aconteceu. Tudo o que preciso aprender virá por meio dos desafios e dificuldades que surgirem no caminho.
Estou sempre me observando, atento ao que posso melhorar. Se minha intuição me diz que devo agir diferente em alguma situação, tento ajustar meu comportamento.
Por isso, levo um dia de cada vez, focando em fazer cenas cada vez melhores e mais impactantes. O futuro virá no tempo certo, então prefiro viver o presente. Afinal, este é o nosso momento. E que sentido teria deixar de vivê-lo me preocupando com o que ainda está por vir?
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Rolou um clima entre Eugênia e Topete e saiu até beijo 😍 O que acharam do novo casal? #GarotaDoMomento #Novelas #gshow
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