A talentosa atriz e cantora Gabriella Di Grecco, conhecida por seus papéis em séries da Disney como “Bia” e “O Coro”, está adicionando um novo título ao seu currículo: diretora e compositora. Ela acaba de lançar um videoclipe no maior evento musical do Centro-Oeste, o Festival de Inverno da Chapada dos Guimarães. O vídeo, que acompanha a faixa “Na Minha Mão” do EP “Checkmate” do duo pop DIGRECCO, composto por Gabriella e suas irmãs Camilla e Giovanna, já está disponível nas plataformas digitais a partir de 27 de outubro. Além de seus sucessos na atuação, Gabriella também constrói uma carreira de destaque como cantora, acumulando milhões de reproduções no Spotify e milhões de visualizações no YouTube. Esta nova empreitada como diretora mostra a versatilidade e o talento de Gabriella para trás das câmeras.
Pode compartilhar mais sobre o processo de dirigir o videoclipe de “Na Minha Mão”? Quais foram os desafios e recompensas dessa experiência?
O videoclipe de “Na Minha Mão” certamente é o maior desafio que já enfrentei na direção. Começando pelo fato de que se tratava de uma captação ao vivo de um show, com 5 câmeras rodando simultaneamente. Isso em si só já é um desafio, quando gravamos um videoclipe em estúdio, normalmente usamos apenas uma câmera. Ainda no estúdio, podemos cortar, regravar, refazer, reajustar; temos controle da luz e de todas as coisas que acontecem na cena. Uma gravação ao vivo é como o teatro: é apenas uma vez. Então, para a gente que está na função da direção, tudo precisa estar muito bem orquestrado para não perder nenhum take e para evitar ao máximo possíveis erros de captação. No caso específico de “Na Minha Mão”, ainda tivemos mais um contexto a ser considerado: o show acontecia dentro de um festival de música em outra cidade. Então, na verdade, eu pude organizar a gravação do show no dia do próprio show.
Nesse dia, os artistas e os bailarinos tiveram um ensaio geral para conhecerem os espaços do palco. A mesma coisa aconteceu comigo. No mesmo dia do show foi quando eu tive a oportunidade de conhecer a estrutura do festival, a estrutura do palco e como o show ia de fato acontecer. Claro que, antes, eu já tinha uma noção do que as artistas já pretendiam fazer no show. Estudei os vídeos dos ensaios para ter uma ideia, mas realmente pude criar e desenhar essa direção literalmente no dia do show. Então, o que fiz foi: chegamos às 10h da manhã para o ensaio geral. Nesse ensaio, entendi como de fato o show iria acontecer, conheci a equipe e os equipamentos com os quais iria trabalhar, e assim pude montar um mapa de câmeras e escalar câmeras para cada momento do show. Tudo precisava ficar muito bem delegado e desenhado, pois tínhamos apenas uma chance. Não dá para voltar o show inteiro porque tivemos algum problema. Então, depois do ensaio geral, passei a tarde fazendo os desenhos de câmera e me alinhando com toda a equipe.
À noite, já tínhamos tudo acertado para começar a rodagem! E foi incrível! Captamos cenas lindas! Deixei tudo registrado num making of completo no meu Instagram. E o mais importante: o videoclipe vai cumprir perfeitamente com o seu propósito, que é apresentar o duo pop DIGRECCO como um expoente do pop nacional. E claro, subir um degrau como diretora é uma recompensa e tanto. Conduzir uma equipe grande numa gravação ao vivo dentro de um festival de música me fez crescer muito como artista, como diretora, também para o meu futuro na música. Mas, o que mais me encanta, é poder estar com as pessoas, criar e realizar algo lindo com elas. Sempre saio de alma lavada quando isso acontece!
Como é trabalhar com suas irmãs, Camilla e Giovanna, no duo pop DIGRECCO? Existe uma dinâmica única quando se trata de colaborar com membros da família?
Pessoalmente, a experiência que tenho de ser artista ao lado das minhas irmãs é poder desfrutar de um lugar de muita confiança diante dos processos criativos e nos passos que damos em nossas carreiras. Tenho muita sorte de ter a Camilla e a Giovanna como irmãs e parceiras artísticas. O artista brilha quando se sente confortável para criar e mostrar sua sensibilidade, e percebo que nós três nos sentimos muito seguras e confortáveis na presença uma da outra para criar e crescer juntas na arte. A união das três está fazendo com que elas cresçam como cantoras e performers. Para mim, está sendo um passo imenso como diretora e como artista musical (seja como compositora, como diretora vocal ou até mesmo como cantora). Sou muito feliz ao lado delas e queremos continuar essa parceria, crescendo juntas.
Você alcançou um grande sucesso como cantora na série “Disney Bia”. Como foi a transição da atuação para a música, e o que a inspira a criar sua própria música?
“Disney Bia” foi uma grande oportunidade para apresentar esse lado de forma mais abrangente. Entretanto, o canto sempre esteve presente na minha vida. Comecei a cantar de forma mais profissional com uma banda de metal, que se chamava Helena de Tróia. Após essa experiência, percebi que não precisava separar a música da atuação, e assim iniciei minha carreira diretamente no teatro musical. Nesse sentido, tive grandes mestres que me ensinaram tudo o que sei sobre a arte de cantar e encantar: Jane Duboc e Jay Vaquer. Trabalhamos juntos por anos e criamos laços profundos na música. Curiosamente, os trabalhos que fiz na TV, como em “Além do Tempo” e “Cúmplices de um Resgate”, exigiam que a personagem cantasse. Contudo, em “Disney Bia”, tive a oportunidade de levar o canto para outro patamar: gravei 3 álbuns, um dos quais foi indicado ao Prêmio Gardel, o Grammy da música argentina. Além disso, fiz shows ao vivo e entrei em um ritmo mais acelerado de produção e criação, como ocorre na indústria musical americana. Todas essas vivências, que enchem meu coração, me incentivam e apontam um caminho que preciso seguir na música. Estou preparando o terreno para que isso aconteça no momento adequado!

“En Tu Cara” é uma de suas canções mais recentes com milhões de visualizações no YouTube. Como foi interpretar esta música?
Foi divertidíssimo! “En Tu Cara” foi uma das principais canções do terceiro álbum que gravamos com a Disney Music para “Disney Bia”. Esse terceiro álbum fazia parte de um especial chamado “Bia: Um Mundo do Avesso”. Nesse especial, as características dos personagens foram totalmente invertidas. Neste caso, interpretei uma vilã furiosa cuja arquirrival era minha própria irmã. Elas se detestavam e competiam muito entre si. Foi uma delícia de fazer. Na série “Disney Bia”, eu e Isabela Souza interpretamos duas irmãs que se amavam muito, e a história girava em torno do relacionamento fraterno delas. Neste especial, essas irmãs se odiavam. Foi muito engraçado brincar com o ódio entre essas duas, especialmente após passar 2 anos gravando cenas tão amorosas entre elas. Além disso, o videoclipe de “En Tu Cara” ficou incrível! A produção fez um trabalho primoroso na ambientação, que refletia a rivalidade entre elas em um cenário meio pós-apocalíptico, meio “Mad Max”. Fizemos uma preparação considerável para transmitir o ódio das duas irmãs não apenas nas cenas do especial, mas também no videoclipe. Gritei tanto no dia da gravação que fiquei rouca, (risos)! Vale a pena ouvir a música e assistir ao clipe. O resultado ficou impecável!
Quais artistas ou músicos influenciam sua música e estilo musical?
Nossa, são muitos! Me considero muito eclética. Escuto literalmente de tudo. Penso que quanto mais a gente tem contato com o que está fora da nossa bolha (isso não vale só para música, mas para tudo que a gente consome), mais consciente a gente se torna sobre o mundo que vivemos e compartilhamos com todas as pessoas — e a consciência salva. No caso da música, essa consciência é ainda mais importante, porque a música tem um poder de acessar facilmente as pessoas como nenhuma outra forma de arte o faz, ao meu ver. Então, dentro dessa variedade, eu tenho fases nas quais estou escutando um estilo ou um artista em específico. Ultimamente tenho escutado Jungle, Grimes, Jacob Collier, Djavan, Marina Sena (a qualidade de produção de “Vício Inerente” é demais! O Iuri Rio Branco fez um trabalho muito redondo!), entre muitos outros. Se você me repetir a mesma pergunta mês que vem é provável que eu responda outros artistas completamente diferentes, e eu gosto muito disso!
Como você equilibra sua carreira de atriz e música, especialmente trabalhando em projetos tão diversos?
Muita disciplina. Com isso, o que quero dizer não é apenas ter uma agenda organizada (o que é MUITO necessário, já que tenho um cronograma para tudo), mas também lembrar qual é minha meta ou propósito em cada projeto em que estou envolvida. Quando trabalhamos em um único projeto, é crucial lembrar por que estamos fazendo isso. Quando lidamos com vários projetos diferentes, essa lembrança precisa ser ainda mais constante. É como cuidar de um jardim. Cada projeto é uma planta, e cada planta tem suas próprias necessidades de regagem, adubação, controle de doenças, entre outros cuidados. Cada planta crescerá de maneira única e em seu próprio tempo. O exercício de lembrar nosso propósito é fundamental para compreender e respeitar o crescimento de cada projeto. Às vezes, alguns projetos fluem de maneira rápida e suave, enquanto outros levam mais tempo. O importante é ser autêntico e estar totalmente presente durante o tempo que estiver envolvido no projeto. Quando encontrei essa forma de gerir os projetos que desejo realizar, tudo se tornou ainda mais fácil, e pude administrar mais projetos simultaneamente.

Você tem algum projeto musical futuro que possa compartilhar conosco? Novos singles, álbuns ou colaborações à vista?
Meu futuro na música está baseado em três frentes, basicamente. Como compositora para outros artistas, sigo trabalhando muito feliz no Estúdio 48k em associação com a Warner Chappell, da Warner Music Group. Além disso, continuo trabalhando com minhas irmãs. Com a estreia do clipe de ‘Na Minha Mão’, que conclui os lançamentos do EP Checkmate, começaremos a planejar os próximos lançamentos delas. A terceira frente é o meu trabalho musical autoral. Ainda é um pouco cedo para entrar em detalhes, mas posso adiantar que, para este projeto em particular, tive o prazer e a sorte de contar com parceiros de sonho. Para esse projeto, está comigo a Otzi Sounds, o braço sonoro da Otzi Group, uma produtora multiplataforma criada pelos geniais Bruno Pirozzi e Marco Carlucci que tem crescido muito aqui em São Paulo. Neste trabalho com a Otzi Sounds, conto com o talento do Francisco Cabral, um maestro com quem tenho uma química muito interessante em estúdio. Estamos desenvolvendo um lindo trabalho multimídia que vai ao mundo em breve! Estou ansiosa para poder contar para vocês no futuro.
Seu trabalho é notável tanto na música quanto na atuação. Existe uma paixão que você prioriza? Ou é importante para você explorar ambas as áreas?
Na verdade, gosto de contar boas histórias e ter a chance de emocionar as pessoas, independentemente do formato. Seja atuando, compondo, cantando ou dirigindo, o amor pela arte é o principal impulsionador. Já experimentei focar mais em uma coisa do que em outra, e meu coração e a própria vida me mostraram que o formato não é o caminho, mas sim o propósito e a história sendo contada.
O que mais você deseja alcançar em sua carreira, quer seja na atuação, música ou direção? Quais são seus próximos passos?
Eu gosto sempre de me desafiar e fazer coisas diferentes do que tenho feito. Uma delas é voltar aos palcos. No final do ano, estreio um belo projeto ao lado de Miguel Falabella e um grande elenco. Além disso, estou abrindo um novo capítulo (e me dedicando ainda mais ao aprendizado) dentro da arte: a produção teatral. Há algum tempo venho ouvindo esse chamado e sinto que estou pronta para colocá-lo em prática. Estou com um projeto incrível em fase de captação. Se as coisas ocorrerem como previsto no cronograma, teremos Gabriella Di Grecco no teatro, no audiovisual e na música no próximo ano!

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