Através de novo livro, Arlene Diniz apresenta relato cativante onde esporte e fé se tornam aliados na trajetória de jovens

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Arlene Diniz
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Em um relato cativante, Arlene Diniz, coautora de “Corajosas”, nos leva a acompanhar a vida frenética de Kai Fernandes, um jovem de 17 anos com um grande sonho: ser surfista profissional. Em “No Final daquele Dia”, as ondas não são apenas um esporte para Kai; são um refúgio em meio às tribulações familiares e aos desafios da adolescência.

Enquanto Kai busca realizar seu propósito de vida, ele enfrenta a amargura alcoólica de seu pai, Sidney, e a batalha incansável de sua mãe, Eva, para sustentar a família. Com o apoio dos amigos e as lições de fé compartilhadas por Gabriel, dono da lanchonete Sunshine, Kai se vê diante de um caminho cheio de obstáculos e aprendizados.

No entanto, quando um acidente nas águas coloca em risco sua participação em um importante campeonato de surfe, segredos sombrios sobre o envolvimento de seu pai com atividades ilegais vêm à tona. Em meio a essas provações, Kai é desafiado a encontrar a esperança e o perdão, mesmo nos momentos mais difíceis.

Com uma narrativa delicada e envolvente, Arlene Diniz nos lembra que, mesmo nas adversidades, a fé e o apoio daqueles que nos cercam podem restaurar a esperança. “No Final daquele Dia” é uma história de superação, amor e fé que nos convida a enxergar a vida por uma perspectiva diferente.

Arlene Diniz, autora e defensora do amor e da Palavra de Deus, traz sua experiência em trabalhos voltados para adolescentes para as páginas deste livro. Residente em Paraty, Rio de Janeiro, ela compartilha sua mensagem de encorajamento com os leitores, mostrando que, mesmo nos dias mais nublados, sempre há uma luz capaz de iluminar nosso caminho.

O protagonista Kai Fernandes é um jovem que sonha em ser surfista profissional. Como você desenvolveu a ideia desse personagem e o que o inspirou para essa trajetória?

Em um dia aleatório no início da pandemia em 2020, estava assistindo a uma série na Netflix em que o relacionamento entre um personagem adolescente e seu pai era muito difícil. Pensei “O que aconteceria se Jesus entrasse nessa história?”, ali então nascia a ideia de “No Final Daquele Dia”. Como eu moro no litoral e já queria escrever uma história com esse clima praiano, juntei as duas coisas. A partir disso, comecei a construir a ideia desse adolescente que apesar de ter um grande sonho, tinha muitas dificuldades para alcançá-lo, principalmente pela dura realidade em sua casa.

No enredo, Kai encontra na prática do surfe um refúgio para os desafios da vida. Como você abordou a importância das atividades esportivas como forma de enfrentar as adversidades, especialmente na adolescência?

Kai acaba “jogando” todas as suas frustrações no esporte. Ele tenta canalizar a raiva, as dificuldades que vive em casa e as decepções da vida ao subir na prancha. E é claro que ele teria diversas outras opções ruins para fazer isso – opções essas que, inclusive, trabalho em algumas situações ao longo da história. Porém, ele foi por um caminho mais saudável. O esporte tem esse poder de ajudar o adolescente a canalizar suas emoções, que são tão intensas nessa fase da vida, para algo positivo e proveitoso. Creio que a história do Kai seja uma boa forma de incentivar os adolescentes a verem o esporte por essa perspectiva.

A relação de Kai com sua família é um aspecto central da história, especialmente seu relacionamento com o pai, Sidney. Como você construiu essa dinâmica familiar e quais mensagens gostaria que os leitores retirassem desse aspecto do livro?

A família do Kai é um retrato de muitas, infelizmente. Um pai que tem problemas com o álcool, uma mãe sobrecarregada pelo trabalho. Kai acaba ficando no meio disso tudo, o que gera muitas consequências emocionais. Já tive contato com muitos adolescentes com problemas parecidos em casa. Construir essa família foi dar uma voz a esses adolescentes e, quem sabe, trazer-lhes esperança também. Creio que essa seja uma das principais mensagens desse aspecto do livro, a de que enquanto houver fôlego, há esperança. Lares quebrados podem ser refeitos. E que, ainda que às pessoas a nossa volta não mudem, Deus pode fazer nosso olhar sobre elas mudar.

Uma das temáticas presentes na narrativa é a fé e a esperança, especialmente diante das dificuldades enfrentadas pelo protagonista. Como você abordou esses temas de uma maneira autêntica e significativa para o público jovem?

Ao incluir esses temas na jornada do Kai, procurei fazê-lo de forma em que os adolescentes pudessem se identificar. Mesmo que não na mesma proporção que o Kai, mas que adolescente nunca levou um balde de água fria, seja em relação a escola, amizades, amores, futuro, família e tudo o mais? E que adolescente nunca desejou ter uma esperança no meio disso tudo? No Final Daquele Dia vem para mostrar que sim, existe Esperança e existe um Deus que se importa com a vida deles.

O livro retrata situações desafiadoras, como o acidente de Kai e os segredos envolvendo seu pai. Como você equilibrou a complexidade desses eventos enquanto mantinha a história acessível e inspiradora para o público adolescente?

Apesar de serem momentos bem tensos, toda a construção ao redor desses acontecimentos garantia que a história continuasse acessível. O grupo de amigos cumpriu um papel importante nisso, inclusive. Trazendo um pouco de alívio cômico, conforto e alegria para a vida do Kai – e para a do leitor também (eu espero, rs).

Arlene Diniz
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Você menciona que escreve livros para espalhar o amor e a Palavra de Deus. Como você vê a importância da ficção cristã juvenil como meio de alcançar e impactar essa faixa etária?

Ao longo dos anos como escritora de ficção cristã juvenil, tenho visto como esse gênero tem abençoado os adolescentes e jovens. São inúmeras mensagens que recebo sobre como as histórias os fez refletirem a respeito de suas vidas, como decidiram se aproximar mais de Deus ao lerem os livros, ou sobre como mudaram suas atitudes diante de Deus e das pessoas… Isso por si só já me faz perceber a importância dos livros de ficção para essa faixa etária. Os livros impactam nossas vidas. Uma história tem o poder de incutir pensamentos e ideias, fazer refletir, gerar empatia, transmitir valores. Os adolescentes consomem filmes, séries e livros seculares o tempo todo e estão recebendo tudo que lhes é passado ali. A ficção cristã juvenil vem para se conectar com a galera dessa idade a fim de incutir princípios do Reino ao mesmo tempo em que é uma ótima opção de entretenimento saudável.

Sua experiência em escrever blogs desde os 15 anos certamente influenciou seu estilo de escrita. Como você vê a evolução da sua voz como autora ao longo dos anos e como isso se reflete em “No final daquele dia”?

Escrever sempre foi minha paixão. Tenho diários desde a pré-adolescência onde eu derramava meu coração nas páginas. Com meu primeiro livro, de certa forma, foi assim. Escrever era pura emoção. Porém, com o tempo, fui percebendo a necessidade de buscar algo mais e estudar sobre a arte da escrita. Os estudos, somado ao tempo de experiência, me ajudaram a crescer muito, principalmente nos dois últimos anos. No Final Daquele Dia é o resultado de tudo isso. Senti minha voz como autora amadurecer bem mais nesse trabalho e tomar um rumo diferente também. Tendo os temas mais sensíveis e as reflexões mais profundas, mas sem perder a “frescor” que uma história adolescente pede.

Como foi o processo de coescrever o livro “Corajosas: Os contos das princesas nada encantadas” e quais aprendizados você trouxe dessa colaboração para a escrita de “No final daquele dia”?

Foi uma das melhores experiências da minha vida como autora. Ter que escrever uma história inspirada em outra (Branca de Neve) e com um número de palavras bem limitado me ajudou a me desenvolver enquanto escritora. Eu aprendi a deixar o texto o mais limpo possível e a ver que era possível me desafiar e avançar, sabe? Isso me ajudou a chegar mais confiante e experiente na escrita de No Final Daquele Dia. Além de contar com a ajuda e suporte das outras escritoras de Corajosas. Nós não só nos apoiamos durante a escrita dos nossos contos do livro, como também na escrita de nossos trabalhos individuais. É uma benção.

Você mora em Paraty, no Rio de Janeiro. De que forma o ambiente e a cultura local influenciaram sua escrita e a criação do cenário do livro?

De todas as formas possíveis (risos). Eu passeava pela praia perto de casa e quase podia ver Giovana sentada numa canga desenhando enquanto Kai surfava junto com Arthur e Ervilha. No bairro que eu moro e nos arredores, temos uma realidade de desigualdade social bem parecida com a descrita no livro também. Isso sempre fez parte da minha vida e foi um aspecto que quis trazer para a história.

Para encerrar, quais são seus planos futuros na escrita de ficção cristã juvenil e quais mensagens você espera transmitir aos seus leitores por meio de suas obras?

Tenho muitos planos. Desejo escrever até meus olhos ficarem fracos com a idade – se assim Deus permitir. Ideias não faltam! Inclusive já estou rascunhando uma nova história. E espero continuar compartilhando sobre o evangelho e seu poder para transformar vidas.

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