Com uma voz que marcou diversas gerações, desde os anos 90 até os dias de hoje, a dubladora carioca Aline Ghezzi, deixa um pouco de seu talento em todos os trabalhos que faz. Participando diversos filmes e séries, entre seus trabalhos estão “Mulher Biônica”, “Power Rangers: Super Patrulha Delta”, Ella Montgomery em “Pretty Little Liars”, “Universidade Monstros” da Disney, além de diversos personagens em “Grey’s Anatomy”. Confiram a entrevista!
Para quem ainda não conhece o seu trabalho, conte-nos um pouco sobre seu começo na profissão?
Oi, amores! Muito obrigada pela oportunidade de falar um pouquinho sobre essa profissão que eu AMO! Eu comecei a cantar profissionalmente em 1984, aos 20 anos. Sempre AMEI cantar. Comecei gravando jingles e fazendo backing vocal.
No final dos anos 90, um amigo me indicou para fazer um teste para cantar na Herbert Richers. Passei e comecei a gravar canções na Dublagem. Até que em 1999, fui indicada para um teste de uma novela, “O Diário de Daniela”, em que eu teria que dublar e cantar. Graças a Deus, eu passei. E aí, eu comecei realmente a dublar.
No seu currículo existem muitos trabalhos relacionados a super-heróis, como os da DC Showcase e Os Vingadores, como Betty Brandt. Como é a recepção dos fãs e como esses trabalhos a marcaram?
Amore, eu dublei pouca coisa no Universo dos super-heróis, na verdade. Lembro de ter dublado a mulher do Gavião Arqueiro, nos filmes dos Vingadores, e a mãe do Peter, em Guardiões da Galáxia 1 e 2. Inclusive, cantei por ela no segundo longa. Fora isso, fiz só algumas participações. Para ser sincera, o pessoal me procura mais, por conta de outros personagens.

Outros sucessos foi em “Pretty Little Liars”, onde viveu Ella Montgomery. Poderia nos contar um pouco sobre o trabalho no seriado, levando em conta que ele faz tanto sucesso com o público feminino principalmente?
A Ella é um presente! Uma personagem maravilhosa, que eu AMEI dublar! Curiosamente, poucas pessoas me procuram por causa dela. Acredito que, por ser uma série voltada para o público jovem, os protagonistas façam mais sucesso com o público.
Mas foi muito interessante vivenciar os conflitos e as preocupações de uma mãe, os altos e baixos do casamento. Uma personagem rica em nuances e deliciosas de interpretar.
Com 16 temporadas disponíveis, “Greys Anatomy” é um grande fenômeno, e durante a série você deu voz a diversos personagens. Como foram suas passagens pela história? Já era fã do seriado?
Minha querida Amélia não entrou nas primeiras temporadas, então fiz algumas convidadas. Eu gosto muito da série, porque ela mostra a fragilidade do ser humano, e principalmente os dilemas dos médicos, que muitas vezes esquecemos, que também têm problemas, como nós.
Comecei a dublar a Amélia, na Delart. O queridíssimo Manolo Rey me confiou esse presente. Aliás, Ele também me presenteou com a Ella. Confesso que, no início, não via nada de mais na personagem. Era uma médica, que, de certa forma, competia com o irmão. Mas… quando o Derek morreu, e a Amélia entrou num processo de negação e depois, ela simplesmente desabou, eu me apaixonei por ela. Ela mostrou o lado humano. Aí, veio o tumor. Me apaixonei mais ainda. É muito gratificante acompanhar o crescimento de uma personagem nas temporadas de uma série. Me sinto privilegiada e abençoada!
Em 2013, você participou do filme “Walt nos Bastidores de Mary Poppins”, um filme que conta os bastidores de Walt Disney e as negociações para a produção do clássico “Mary Poppins” de 1963. Qual é a sua opinião sobre a história desse filme e como foi poder participar da releitura que foram os bastidores dessa grande obra do cinema?
Eu dublei a mãe da escritora do livro Mary Poppins, P. L. Travers. Foi uma pequena participação, porém, extremamente rica, pois ela teve uma infância difícil. A mãe chega ao limite, quase cometendo uma loucura. E ela lembra desses momentos no decorrer da história. Sou muito grata por dublar a maravilhosa atriz Ruth Wilson, que interpretou a mãe da escritora. E agradeço à querida Andréa Murucci, pela oportunidade e a direção primorosa.
Você também tem muitos trabalhos relacionados ao “Scooby Doo”. É fã do personagem?
Eu cresci assistindo ao desenho. Não tem como não ser fã. Ver o Orlando Drummond e o Mário Monjardim na dublagem clássica do desenho é uma verdadeira aula. Fiz algumas participações no desenho e dirigi algumas canções em longas e episódios das séries que foram dublados na Cinevideo.

Como foi trabalhar em “Universidade Monstros “?
Ahhhh…. Foi uma delícia dublar a Sra. Squibbles! Ela é LINDA! E é roqueira, que nem eu. (Risos). Além disso, participar daquele desenho sensacional, com um elenco sensacional, é um presente.
Quero mandar um beijão para todo mundo que prestigia a boa dublagem! Muito obrigada pelo carinho! Obrigada por fazer valer a pena. Vocês dão sentido à nossa profissão. Não aceitem dublagem de qualidade ruim. Reclamem, não assistam. Só vocês podem impedir que pessoas despreparadas continuem brincando de dublar.