Literatura e diversidade sexual

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A XIX Bienal do Livro Rio começa em 30 de agosto. No entanto, a organização do evento se une ao combate contra o preconceito à população LGBTQA+ e pega embalo no Dia Mundial do Orgulho LGBTQA+ (28 de junho) para divulgar títulos ligados à causa e debates voltados para o assunto que estarão inseridos na programação do maior evento literário do Brasil.

No Café Literário, espaço dedicado ao debate entre autores e o público sobre temas diversos, João Silvério Trevisan (Companhia das Letras) e Tobias Carvalho (Record) vão falar sobre diversidade. Trevisan é conhecido por sua dedicação à literatura LGBTQA+. Autor de mais de dez livros e vencedor de diversos prêmios, fundou em 1978 o “Somos”, primeiro Grupo de Liberação Homossexual do Brasil, e ainda na década de 1970, foi um dos editores-fundadores do mensário Lampião da Esquina, o primeiro jornal voltado para a comunidade homossexual brasileira. No ano passado, lançou a quarta edição revista, atualizada e ampliada do livro “Devassos no Paraíso”, que fala sobre a homossexualidade no Brasil da colônia à atualidade. Já Tobias é um estudante de Relações Internacionais de 23 anos que venceu o Prêmio Sesc de Literatura em 2018 na categoria “Contos”. Seu livro “As Coisas”, reúne 25 histórias sobre personagens homossexuais cujos enredos se entrelaçam e se contrapõem sob diferentes gêneros e perspectivas.

Devido ao sucesso da mesa LGBTQA+ na Arena #SemFiltro de 2017, o tema será discutido novamente, desta vez com mais amplitude. Vários livros, que falam do universo LGBTQA+, HIV, romances, contos e poesia, pretendem criar um ambiente de troca com o público onde os autores poderão falar o que os motivou a escrever cada obra e o que pensam sobre a importância da literatura LGBTQA+ para a construção de uma sociedade mais diversa e plural. Quem media a mesa “Literatura Arco-Íris” é Felipe Cabral, cineasta, escritor e ator que lançou recentemente o livro “40 anos esta noite”, pela Editora Giostri. Ele retorna à Bienal e está empolgado em poder comandar o debate mais uma vez.

“A verdade é que existe muita literatura LGBTQA+ nacional e internacional, com uma enorme variedade de temas e crescendo cada vez mais”, conta Felipe. Para ele, a representatividade que estas obras propiciam é de muita importância para que leitores LGBTQA+ se sintam pertencentes à sociedade e construam uma identidade positiva de si mesmos. “As letrinhas da sigla ganham cada vez mais força. Quero, com as duas mesas que teremos, tentar dar espaço para essas vozes compartilharem suas histórias. Através da arte e da literatura podemos construir um mundo melhor”, finaliza Cabral.

Participam do debate Lucas Rocha (Record), Vitor Martins (Globo Alt), Igor Pires (Globo Livros), Thati Machado (Editora Rico), Vinicius Grossos (Faro Editorial) e Pedro HMC (Planeta). Todos os participantes têm títulos que estarão na Bienal.

Outra mesa vai abordar o tema “Literatura Trans”. Felipe Cabral mediará, mais uma vez, a conversa que vai reunir Luisa Marilac (Record), Nana Queiroz (Record), Thammy Miranda (Best Seller), Tarso Brant (Alto Astral), Natalia Travassos (Zahar) e Amora Moira (Hoo). É a primeira vez que a Bienal do Livro Rio tem um espaço para o debater exclusivamente o tema.

Marilac e Nana vão aproveitar a Bienal do Livro Rio para divulgar o recém-lançado “Eu, Travesti”. As páginas contam a trajetória de superação de Luisa; da infância pobre no interior de Minas Gerais à suíte de um grande jogador de futebol na Itália. Escrito em parceria com a escritora Nana Queiroz, autora do best seller ‘Presos que menstruam’, o livro lança luz sobre uma realidade invisibilizada pelo preconceito.

Mais do que nunca, esta edição da Bienal do Livro Rio reforça seu caráter inclusivo e que o evento é para todas e todos.

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