Envolvido na representação de casos fora do país, a função dos advogados internacionais está cada vez mais em expansão. Com a expansão das oportunidades de negócios e das possibilidades de vida fora do Brasil, o movimento acabou criando uma grande integração global de ordem social, econômica e política e, claro, jurídica. Na advocacia desde 2008, o advogado e professor Dr. Julian Henrique Dias Rodrigues, de 36 anos, já passou por diversos países, e alguns anos atrás, optou por expandir sua atuação para Portugal, país que tem como Brasil, um centenário regime de reciprocidade entre os advogados.
Formado em 2008 pela UNICURITIBA, o advogado diz que herdou de sua formação bastante técnicas que o ajudam a lidar com conflitos desafiadoras de normas, inclusive em questão de famílias de diversas nacionalidades que decidem se unir em um país: “A cadeira de direito internacional privado está na base do meu trabalho atual. Imagine que um executivo brasileiro migra para a Itália e lá adquire um apartamento. Após viver em união estável ele se casa com sua namorada americana, que também vive na Itália, em seu apartamento, e com ela tem um filho que nasceu na Austrália. Eles se separam. Ela decide ir morar com a avó na Croácia e ele é transferido por seu empregador para a Argentina. Ambos querem a guarda da criança. Qual a lei aplicável para o divórcio? Onde a ação de guarda deve tramitar? O que fazer com o apartamento? A pensão de alimentos será fixada segundo a lei de qual país? Esse é um exemplo do direito de família, mas situações como essa são comuns a todos os segmentos da advocacia internacional, do direito do consumidor ao direito previdenciário.”
Há 13 anos dentro de seu próprio escritório, o Dias Rodrigues Advogados, Julian afirma que as expectativas para a carreira estão em alta e que a especialização está sempre se renovando: “Costumo dizer que vivemos uma silenciosa revolução internacionalista. Novas Convenções e Acordos internacionais estão surgindo ou sofrendo mudanças, e as demandas que envolvem a jurisdição de dois ou mais países são hoje muito numerosas. Podemos afirmar que o direito internacional se popularizou, deixando de ser reduto dos grandes escritórios. Hoje nenhuma área de atuação da advocacia é indiferente ao direito internacional.”
A respeito de seus aprofundamentos, Julian comenta ser preciso sempre estar se atualizando e aprendendo a adquirir domínio dos instrumentos tecnológicos atuais, principalmente pela relação á distância com os clientes, além dos idiomas, duas das principais características dessa especialização: “A advocacia internacional tem se tornado cada vez mais uma advocacia geograficamente livre e consultiva. A informatização dos processos e as relações à distância com os clientes exige o domínio de instrumentos tecnológicos e claro, de idiomas. Ainda mais fundamental é ter pré-estabelecida uma rede de parceiros confiáveis ao redor do globo, já que frequentemente é preciso cumprir atos e diligências em outro país através de um sócio ou parceiro. Quem passar um dia ao lado de um advogado internacionalista verá muitos e-mails, traduções, videoconferências, e um trabalho de atualização legislativa e jurisprudencial em ritmo frenético.”
Texto escrito originalmente para a Universidade Estácio de Sá